Desarmamento infantil
Júlio Nasser
Publicado em 14 de abril de 2017 às 03:36 | Atualizado há 8 anos15 de abril- dia do “Desarmamento infantil.” Crianças devem poder brincar com armas de brinquedo? O questionamento é aguçado com o Dia do Desarmamento Infantil, memorado neste 15 de abril. Para além das discussões entre pais, educadores e psicólogos, vereadores e deputados também debatem o tema.
Atualmente, o Estatuto do Desarmamento já proíbe a fabricação e venda de réplicas de armas, exceto para situações específicas, uma vez que poderiam ser utilizadas em assaltos e outros crimes.
Para os fabricante de brinquedo, a questão não é simples. A Abrinq, que reúne os fabricantes de brinquedos, indica estudos que afirmam não haver relação entre os brinquedos e o comportamento violento. Ainda assim, a associação diz que as armas correspondem à apenas 5% do total dos brinquedos no mercado.
Já a Estrela, empresa fabricante de brinquedos, afirma ter cessado a produção de armas de brinquedo.“Depois da década de 80, a população começou a se concentrar nos grandes centros urbanos. Começamos a nos confrontar com a violência muito próxima de nós. Como a empresa tem um papel social importante, resolveu abolir todo e qualquer produto que tivesse ligação com a arma”, afirma Aires José Leal Fernandes, diretor de marketing da Estrela.
O Dia do Desarmamento Infantil é realizado para que seja feita a conscientização da população, com campanhas de incentivo para que não o uso de armas por crianças não seja influenciados.
Existem diversas campanhas apoiando projetos sociais em escolas e comunidades, com o objetivo de evitar que os menores de idade entrem na vida do crime. São feitas atividades de dança, esportes, artes e muito mais, para que assim elas possam se manter interessadas em algo, podendo até mesmo descobrir um talento em si mesmas.
Replicas de armas de fogo de brinquedo ou nos jogos de vídeo game, por exemplo, são alguns dos tópicos que provocam debates sobre até quando podem influenciar negativamente as crianças ao mundo do crime e banalizar a violência.
Cabe salientar que nunca foi proibida no Brasil a venda de arma de brinquedo, o que não é permitido é que essas armas possam ser confundidas com armas de fogo verdadeiras. Vejamos o que diz a lei 10.826/03, que em seu artigo 26 determina:
“São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a importação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com estas se possam confundir.”
Sendo assim, as armas coloridas e disformes que se encontra em qualquer loja de brinquedos não estão fora da legalidade. Um pai que compra de presenteia seu filho com esses brinquedos, muito menos.
“Ao brincar, a criança assume papéis e aceita as regras próprias da brincadeira, executando, imaginariamente, tarefas para as quais ainda não está apta ou não sente como agradáveis na realidade”.
Lev Vygotsky