Opinião

Em busca da preservação da audição residual

Diário da Manhã

Publicado em 10 de junho de 2016 às 02:36 | Atualizado há 9 anos

A preservação da audição residual é atualmente um importante desafio nas cirurgias de implante coclear. De fato, se os pacientes demonstram audição funcional após essa cirurgia, eles podem se beneficiar da combinação entre estimulação acústica, feita pelos aparelhos auditivos padrão, nas frequências graves preservadas pelo paciente; e a elétrica, nas frequências agudas nas quais eles já tinham perda profunda total. Este modo de combinação tem demonstrado ser benéfico em termos de percepção de fala e qualidade sonora.

A fim de encontrar as técnicas corretas para um procedimento cirúrgico menos traumático – soft surgery –, com a inserção de feixe de eletrodos mais finos e curtos, apropriados para a preservação da audição residual, o Departamento Clínico da Oticon Medical Brasil e o Departamento de Pesquisa da Oticon Medical em Nice, na França, realizaram um novo estudo clínico. O objetivo foi avaliar a combinação de um procedimento de “soft-surgery” compreendendo a inserção do feixe de eletrodos Digisonic® EVO pela janela redonda – membrana dentro do ouvido que dá abertura para entrada na cóclea – e o uso de medicamentos como a dexametasona e o ácido hialurônico.

A cirurgia foi realizada em sete pacientes com audição residual nas frequências até 1kHz atendidos pelo Programa de Implante Coclear do Hospital das Clínicas de São Paulo – FMUSP. O resultado preliminar do procedimento obteve níveis significativos de preservação da audição residual em cinco pacientes. Dois deles não foram submetidos à técnica devido a dificuldades na inserção do feixe de eletrodos pela janela redonda.

Deste modo, foi demonstrada a possibilidade de preservação da audição residual na maioria dos pacientes usando o implante Digsonic® EVO por meio da técnica de “soft-surgery”.

Os dados preliminares do estudo “Preservação da Audição Residual com o Implante Digisonic® EVO: Resultados preliminares” foram publicados na revista International Archives of Otorhinolaryngology.

 

(Ricardo Ferreira Bento, chefe do Departamento de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, membro do Comitê de Avaliação da Capes do Ministério da Educação, membro da Academia Paulista de Medicina)

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