Enfim, a tão ansiada eleição de 2018
Diário da Manhã
Publicado em 5 de outubro de 2018 às 22:34 | Atualizado há 6 anosAs eleições vêm aí, com elas, a oportunidade de passar o país a limpo, promover verdadeira mudança de paradigma, paradigma fundado no trabalho que vem realizando a operação Lava Jato, construindo a base para redimir, sublimar, consolidar a honestidade, parcimônia na administração pública brasileira. A própria operação Lava Jato para assegurar bem essa mudança de paradigma terá que avançar pelos estados e municípios onde o hábito de superfaturar o erário público não foi sustado, mesmo, com o impacto que o escândalo megatério desencadeou mundo afora. No processo democrático, a ferramenta capaz de promover tamanha mudança é o voto, desde que ele seja consciente, consciência mesclada de astúcia e sabedoria, ajuntando a intrepidez necessária para ludibriar, passar rasteira nos candidatos raposas, falsos como lobo em pele de cordeiro. Com efeito, leitor, o voto de qualidade, portanto, consciente constitui, na república, instrumento somados vira poderoso elixir, além de genial, de sua exclusiva propriedade, por meio dele, de forma pacífica, você contrata o bom e dispensa, ao mesmo tempo, o mau candidato, premiando o melhor e punindo o pior. Entretanto, quando subserviente, de cabresto, do compadrio, mercantilizado, faz o contrário, premia o ruim e pune o bom, contrata o mau candidato e dispensa o mais qualificado, para a função pública.
Embora a democracia seja considerada a melhor forma de governo possível na terra, ela está sujeita a toda sorte de vicissitudes, pois, o ser humano é conduzido, muito mais, pelo seu instinto, paixão, do que pela sua razão. O mesmo instinto ou paixão, que deu asas a ele, humanoide, para conquistar o mundo, dominando, graças a razão, os demais animais, bem assim, também, promovendo o desenvolvimento da ciência, técnicas tecnologias inusitadas, responsáveis pelo atual grau de progresso e bem-estar, concedeu-lhe asas também para desvirtuar a política, trocando seu lado bom, ou seja, arte de promover a felicidade da comunidade, pelo lado sujo, política como instrumento de passar rasteira no povo, tão maquiavélica, que coloca ele, político demagogo, fel na boca dos eleitores falando que é mel, tão leniente o discurso, quanto o canto de sereia da Odisseia de Ulisses, assim, desinformado, mal instruído, no entanto, sobremodo embevecido, ainda exclama, êta mezinho saboroso!
De sorte que leitor eleitor, a política, desde os primórdios da república, por falta de participação da sociedade na vida pública, controlando os que são contratados pelo voto, para bem administrar os negócios do estado, acabou contaminada por maus políticos, desembocando no atual caldo de cultura, cultura tão virulenta, que jogou o país no abismo, buraco negro, a maior recessão, atoleiro econômico de sua história. Sair dela não vai ser fácil, contudo, se você leitor, nessas eleições do próximo domingo, exercitar ou concentrar bem sua mente, raciocínio, exorcizando o voto leniente, do compadrio, substituindo-o pelo voto, como dito e repetido, consciente, sublimado pela moral e civismo, como antigamente, ensinada nas salas de aulas, o que na atualidade já deveria estar sendo feito, com o rótulo de educação política, mas, de modo espantoso, continua ignorado. Se fizer corrente formando opinião de seus entes queridos, amigos, amigas, induzindo-as a fazerem o mesmo, por certo, conseguirá chegar a alegria, galardão, de ter participado, com milhões de outros patrícios, da laboriosa faina, que irá mudar o hábito de fazer política, em sua terra, comunidade.
A atual política descabida pela Política consubstanciada, indissoluvelmente à ética, legando certamente as gerações de agora, e do amanhã, aquele bem-estar vivido e propagado, há mais de dois mil anos, pela democracia. Democracia, emanada do conceito aristotélico, no diálogo aluno professor, no qual o aluno indaga ao mestre se é possível aprender a viver feliz, ao que responde o professor: a política cuida disso, na medida em que ela realiza, na vida em sociedade, o bem supremo, insistindo para aclarar bem a tese, questiona o discípulo, que bem supremo é este? Ao que finaliza o mestre, ora, a própria felicidade, tão almejada, por todos cidadãos e cidadãs! Sendo os humanos, como dito acima, influenciados, muito mais, pela paixão do que pela razão, associando, ao pensamento de Spinoza, o de Kant, pensador Alemão, ele para governar bem, carece de um freio para conter seu instinto ou paixão, sentimento egoístico, e, contra freio, para induzi-lo à prática do universal, qual seja, aquela que é acessível e aceitável por cada um e, assim, válida para toda a comunidade.
Esse freio, controle, terá que ser feito, de um lado, pelas instituições públicas com o MP e Tribunais de Contas, de outro, pela própria sociedade que sustenta o Estado de Direito. Todavia, se encontra, atualmente, inerte, desvirtuado, pois, ela, nunca foi educada, para tão relevante missão. Outrossim, para exercitá-la, você isolado, sozinho, não vale uma pitada de fumo, por isto, tem que si valer, atuar de forma organizada por meio de instituições representativas, controlando, cutucando com vara curta, mas de forma ordeira, os governantes, inclusive, os que foram eleitos, por meio do voto consciente. Portanto, o voto é apenas o ponto de partida, a credencial que lhe assegura o direito de participar ativamente, da vida política de sua comunidade, a participação, constitui a maior virtude pública do sistema de governo democrático. De sorte que, leitor eleitor, faça corrente e forme opinião, ajudando com altivez, passar a república, ora, enferrujada, a limpo, com seu voto de qualidade, assegurando eficácia, governo transparente, dotado de temperança, honestidade, empreendedor, para isto, você terá que ficar atento, participando da vida cívica do lugar onde mora, vive. Por exemplo, os conselheiros dos Tribunais de Contas, tanto o federal, como os estaduais, não podem ser nomeados, como acontece, pelo poder executivo. Imagine! Os mesmos que irão julgar as contas dele. A forma ideal, meio correto, condizente com o sistema democrático é eleição com eleitores especialmente seletos, no tocante ao preparo cultural, bem como, candidatos qualificados para o cargo, missão que irá prestar a sociedade contribuinte de impostos, ou então, concursos de alto gabarito.
Portanto, desde que a república foi proclamada, primando o voto, no processo de escolha: a liberdade de escolher os representantes do povo, de igual modo, a escolha dos componentes de organismos tão essenciais à transparência, austeridade, em governo que emana do povo e deve ser exercido em seu nome, já deveria ser realidade, com o nascedouro da república. Durante esse tempo, tempão leitor, fosse você, toda a comunidade, preparada para a vida política: educação política obrigatória nas salas de aulas, já teria propugnado e inserido, no calendário do dia 7, mudanças vitais para o aprimoramento da democracia, veja só, reeleições infindas para mesmo cargo, como acontece no poder legislativo, deputados e senadores quase vitalícios, mascarando a imagem da democracia. Ademais, presidência da república, como nos EUA, uma única vez. Eleições, nos tribunais de contas, como dito, onde, tanto o candidato, como eleitor, deve ser gabaritado e afinidade curricular, para tão ingente, nobre e espinhosa, função pública. Muitos outros vícios, privilégios, precisam ser debatidos Do Congresso, entre os quais, o de legislar em causa própria, e exorcizados da constituição. Entrementes, devido ao famigerado corporativismo, ali, mourejam, dormitam, em berço esplêndido. Mas, para serem eliminados, a sociedade mantenedora do Congresso, terá que recorrer ao artigo 14 da Carta Magna.
Enfim, mesmo com tantos percalços, idiossincrasias, bem-vidas sejam as eleições do próximo domingo, dia 7 de outubro, a alternância do poder constitui marco singular, símbolo impecável da democracia, a baixa alternância, buraco negro, vem sendo criticada, acusada, por cientistas políticos do mundo inteiro, como responsável pelo descrédito do nosso regime, bem mais, dos governantes, perante a sociedade brasileira.
(Josias Luiz Guimarães, veterinário pela UFMG, pós-graduado em filosofia política pela PUC-GO, produtor rural)
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