Escolta policial para “torcida” organizada

Compreendo muito bem as razões da Polícia Militar fazer a escolta das supostas torcidas organizadas. A intenção da Polícia é evitar que os baderneiros infiltrados nas torcidas saiam por aí praticando violência e depredando patrimônios público e privado. A Polícia Militar, como sempre, cumpri o seu papel de polícia preventiva e mantenedora da ordem pública. Mas, no caso das torcidas organizadas, trata-se de um trabalho que poderia ser evitado, tendo em vista que nem todos os torcedores têm a mesma regalia. A proteção que a Polícia dar à esses torcedores-baderneiros, nos dias de jogos no Estádio Serra Dourada, empregando homens e viaturas, ao meu ver poderia ser evitado. Esses elementos se utilizam das pistas de rolamento para terem acesso ao Estádio, sob a proteção de policiais militares, enquanto que os demais torcedores não tem nenhuma proteção especial, quando se dirigem aos estádios. É uma inversão de valores, proteger os infratores, em detrimento dos benfeitores. Parabenizo a Polícia Militar que, mais uma vez, cobre a ausência de justiça neste País.
Conheço e me orgulho da contribuição da Polícia Militar à construção do Estado de Goiás, por meio da manutenção da ordem pública. Por conta da sua seriedade em tudo que faz, sinto que essa honrada corporação vem executando serviços que, a rigor, não são de suas responsabilidades. Os policiais militares, mesmo quando empregados fora de suas atividades-fins, não se recusam a fazer porque, de qualquer forma, compreendem que estão prestando serviços de qualidade à população. No entanto, sempre que um policial militar é desviado de função, vaga um espaço na corporação, pois nenhum outro servidor público pode substituí-lo. Trata-se de uma categoria de servidor público diferenciada, com formação própria e alicerçada na hierarquia e na disciplinada.
Retomando o assunto das supostas torcidas organizadas, me veio a mente o tamanho da estrutura empregada para acompanhar esses torcedores, forma do campo, quando deveria está sendo usada para manter a segurança das pessoas de bem, que também torcem e vão ao Estádio, sem praticarem vandalismo e sem colocarem a vida de ninguém em risco. Para os policiais militares, a primeira missão é proporcionar segurança às pessoas que respeitam as leis e que primam pela ordem pública. Os indivíduos que usam a violência, como estilo de vida, precisam saber que vivem numa sociedade civilizada, e que leis é para serem cumpridas. Não vai aqui nenhum tipo de discriminação, apenas uma observação quanto ao tratamento dado às pessoas do bem e às pessoas do mal.

(Gercy Joaquim Camêlo, governador do Rotary International, Distrito 4530, Gestão 2012/2013)