Fragilidade na vigilância das fronteiras aumentou a onda de violência nas cidades
Diário da Manhã
Publicado em 31 de agosto de 2018 às 23:59 | Atualizado há 6 anosAntes de tudo, teremos que abordar a segurança e ver que temos um problema de recrudescimento, um problema de piora na insegurança da população conforme o tamanho e o volume da crise. Obviamente um país que vive um dos piores sintomas na economia e tem uma quantidade exaustiva de pessoas desempregada, é comum que venha crescer a insegurança da população. A sociedade hoje, mais do que antes é refém de assaltos, roubos e furtos, mas esses não são problemas centrais da segurança, o problema central da segurança está relacionado às drogas e ao tráfico de armas pesadas e isso se derrama por todos os outros segmentos.
O grande problema da segurança pública, diz respeito às drogas e o tráfico de armas que não estão apenas em Goiânia ou Aparecida de Goiânia está em todas as grandes cidades do Brasil. Se formos analisar as grandes rebeliões que acontecem desde o início de 2017, todas elas nasceram devido ao tráfico de armas e drogas, associados às facções criminosas que atuavam dentro e fora dos presídios, facções que disputavam poder sobre o tráfico, tráfico esse, que é muito rendável, os lucros são altos. Sobre essa visão, obvio que o poder público brasileiro e o parlamento de Goiás, têm que buscar ações para solucionar e enfrentar o problema, mas enfrentar o problema seriamente, no sentido de resolver a demanda, sendo que a principal preocupação da população em Goiás é a segurança, mais do que a saúde, em virtude do caos em que estamos enfrentando.
Dessa forma, devemos primeiro fiscalizar, fortalecendo a vigilância das fronteiras, quando se sabe que vários armamentos utilizados e presos pela polícia não são de fabricação brasileira, boa parte dessas metralhadoras apreendidas são de fabricação estrangeira e a maior parte da droga produzida e vendida no Brasil, que consequentemente chega a Goiás, não são produzidas em nosso estado, vem de outros territórios – tudo isso entra pelas fronteiras, que segundo matéria publicada em O Globo, por Renata Mariz, em janeiro de 2017, tem apenas 4% de monitoramento.
Veja bem, então – não adianta buscar resolver a questão da segurança pública em sua superficialidade, ela deve ser trabalhada desde a raiz de seu problema, buscar resolver apenas seus sintomas não vai chegar a nada. Não vamos combater o tráfico de drogas e de armas de qualquer forma, temos que ter claro o alvo das ações que é incentivar a polícia a realizar um bom trabalho, com uma excelente remuneração, colocando a sua disposição boas ferramentas de trabalho e aumentar o quadro de profissionais para melhorar a defesa de nosso país.
Além disso, o plano de segurança pública deve ser executado como ele é não adianta criar ministério da defesa depois encher o morro de policiais e matar, matar e matar pensando que está tentando resolver o problema, gerando mais violência, quando por outro lado, vemos o governo reduzindo recursos que deveriam ser investidos na vigilância das fronteiras. Sendo assim, trabalhando essas questões fundamentais de vigilância das fronteiras, será possível evitar essa onda de assassinatos, roubos, furtos que vem acontecendo sobre a influência das drogas, do tráfico de armas, que gerou grandes rebeliões dentro e fora dos presídios. Prender, matar e construir presídios, acaba saindo mais caro do que realizar investimentos no monitoramento.
(Jessé Silva, assistente social pela PUC-GO, 28 anos, foi líder do movimento estudantil na UJC do PCB/Goiás – contato: jes[email protected])
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