Genocídio

Abrem-se os portões, começa a invasão,

Uma minoria desarmada, contra um armado batalhão.

Fuzis, metralhadoras, escopetas e cães adestrados.

“Soberanos” agem sob ordens de insanos e sanguinários!

Genocídio financiado com erário!

O saldo da “bem sucedida” ação policial,

Foram exibidos 111 corpos, como troféu

da eficiência governamental!

É a vitória do Estado, sobre o povo

abandonado com nome de marginal.

O Carandiru viveu de perto a “eficiência”

de um bando irracional.

Direitos Humanos, Constituição na privada, agora é jornal!

Homens nus, enjaulados, ação “casual”

São vítimas pela segunda vez, da incompetência geral

Lobos disfarçados de cordeiros, mentira ou verdade

É a “Malha Protetora da Sociedade”!

O Brasil contando mortos, respeito, ética, saudades!

O massacre continua, nos presídios, nas ruas e nas favelas.

Quem é mais violento, os bandidos ou os “Capitães América”?

São verdadeiros fora da lei, prendem,

batem, matam e arrebentam.

Se achar ruim, cuidado: é a… Eu não ousaria! Calam-te!

É a democracia brasileira, toga, farda e gravata, cumplicidade.

A vida carcerária no Brasil

É o retrato fiel do caos e de um sistema hostil!

Falido, resultado do descaso dos governantes

É preciso uma vida mais digna e uma

polícia menos violenta e incompetente!

Se a invasão fosse no Congresso, teriam a mesma “eficiência”? E camburão suficiente?

Dedico esta singela poesia, a todos os 111 presos assassinados no Carandiru em 1992, pela “Malha Protetora da Sociedade” e com aval do Governo do Estado São Paulo.

Salvo raríssimas, raríssimas, raríssimas, raríssimas, raríssimas, raríssimas, quase imperceptíveis exceções!

(Marcos Manoel Ferreira, professor, pedagogo,historiador, escritor e pós-graduando em Docência do Ensino Superior. [email protected] e www.vozesdasenzala.blogspot.com.br)