Gespetos não para sempre
Diário da Manhã
Publicado em 16 de outubro de 2018 às 00:20 | Atualizado há 6 anosUm velho sonho que muitos tinham veio a concretizar-se. Em quase toda pleito eleitoral, era aquela agonia de repetição. Candidatos do Iris versus candidatos de Marconi ou Maguito, quando não eram eles mesmos se opondo contra o outro, de forma que o poder ficava sempre eles. E a coisa não mudava. Já havíamos pensado em Vânia Lúcia, Maguito, Caiado e Demóstenes a governador, mas os “donos do amanhã” sempre faziam o que lhes era conveniente e os candidatos ao Palácio das Esmeraldas se repetiam, os mesmos companheiros que eles faziam tipo “crias” de A, B ou C. Pensava a maioria do eleitorado: “um dia há de se mudar, mas como? De que forma?”
Trabalhei como redator da Rádio Cultura de Anápolis durante anos. Escrevia “O Grande Jornal Falado Cultura”. Conhecia bem os irmãos Caiado, Emival, Edenval e Ercival. Um dia, fomos atacados com uma bomba artesanal que arrebentou a sonoplastia da Emissora. Os Caiado, donos da Rádio, foram lá. Esperaram, mas os adversários políticos, uns rapazes contrários à UDN, não retornaram naquele dia.
— “Mas na eventualidade de voltarem, respondeu Edenval galhofeiramente, “nóIs os recebe com estãim!”” E riram os dois manos para tranquilidade dos radialistas que ali estavam. Momento apenas político, nada demais. Era o modo de a época falar assim.
Naquele tempo a política tinha seus momentos críticos, mas nunca passavam de manifestação zombeteira e machista, algumas históricas e sérias, mas em Goiás quase sempre pacificas, fora os momentos de crise e alguns acontecimentos (Haroldo Gurgel, agosto l953). Religião e política sempre foram paixões não tem jeito. Não podia ser. Mas é. Os Caiado, principalmente os três mencionados até Ronaldo, foram sempre pacíficos e atuantes. Falação sempre houve, Não sei a razão que aliavam o nome de Ronaldo com seus antepassados. Só no tempo do Coronelismo. Mas isto vai longe demais. Da época da Rádio Cultura para a data de hoje, nunca li algo que contrariasse a figura dos Caiado.
Finalmente Ronaldo se lançou candidato ao Governo de Goiás. É a chance que ele tem de mostrar ao povo que nem tudo o que falam da antiga política deles tem eco de veracidade. Caiado, como deputado federal e senador sempre se manifesta autêntico, sério, sincero e consciente de sua condição de democrata decidido a fazer por Goiás o melhor possível.
Veremos agora a diferença entre o novo governador com a política de antes. De início por certo vai ser difícil, pois até arrumar a casa leva tempo. Até mudar os velhos costumes, o novo governo vai ter que dar braçadas homéricas. Mas com a força e compreensão do povo, ele será o governador que os goianos sempre quiseram, mas que nunca o deixaram tentar. Se o deixaram, somente agora o povo o elegeu governante de Goiás em primeiro turno, com larga vantagem de votos. Que ânsia estava a coletividade goiana de votar e o fez com alegria e esperança! Antes o elegera deputado estadual, federal, senador, etc.
Mas, desta vez, o eleitorado estava livre de impedimentos e com fome e sede de votar. Foi uma chuva de votos. Um abraço virtual dos eleitores que o quiseram como o primeiro mandatário do estado.
Com a mudança que o eleitorado permitiu em todo o escopo político, Ronaldo Caiado é o símbolo de quem veio com a história exemplificar o que sempre foi: dinâmico, correto e sincero. Vamos ter a certeza de que Caiado não irá repetir a mesmice dos anteriores. Houve entre os ex-governadores aqueles que iniciando sua gestão começava obra em Anápolis e só a terminava apressadamente em época de eleição. O povo já sabia quando uma obra governamental seria inaugurada. Bastava, portanto, ver quando foi começada.
Os goianos estão na frente com sua ordem e decidida posição, que é a de manter a democracia, a pacificação e a certeza de que precisam, daqui para frente, eleger os melhores que respeitam o progresso e à ética, fazendo valer a Lei de Alternância de poder, sem a repetição fisiológica de sempre, de quando os políticos se envelhecem no cargo. Ronaldo Caiado é predestinado a liderar todos no acerto ao conserto.
Vamos que o brasileiro resolva levar em frente sua vontade indômita de mudar, elegendo no segundo termo o bravo Jair Bolsonaro, que teve a hombridade, a coragem e a sinceridade de se postar contra a política da bandalheira, fazendo uma campanha nivelada à compreensão coletiva, um pouco exagerada talvez, mas nada que não possa ser adequado. Entretanto, foi com voz altaneira e do jeito que “o povo gosta”. Todos o entenderam. É isto que os brasileiros querem. Um país de sinceridade, verdade e patriotismo. Sem exacerbação, claro! Sem tantos fakes que nos fizeram engolir, como se fosse possível repetir tanta tolice só porque os líderes birrentos falaram. A história de Pinóquio continua agradando somente aos Gepetos de ideias tortas e às Cinderelas que nunca querem acordar. É isto.
(Iron Junqueira, escritor)
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