Opinião

Imprensa e dignidade da mulher

Diário da Manhã

Publicado em 25 de setembro de 2018 às 21:38 | Atualizado há 6 anos

No mês de se­tem­bro ocor­rem du­as da­tas co­me­mo­ra­ti­vas de gran­de sig­ni­fi­ca­do – o Dia da Im­pren­sa (10 de se­tem­bro) e  o Dia La­ti­no­a­me­ri­ca­no da Ima­gem da Mu­lher nos Mei­os de Co­mu­ni­ca­ção (14 de se­tem­bro).

O Dia da Im­pren­sa é dia apro­pria­do pa­ra se exal­tar os pro­fis­si­o­nais da im­pren­sa e pa­ra afir­mar que a li­ber­da­de de im­pren­sa é con­di­ção si­ne qua non pa­ra que um pa­ís pos­sa ser con­si­de­ra­do de­mo­crá­ti­co.

Co­me­ce­mos pe­la ho­me­na­gem àque­les que exer­cem o ofí­cio de jor­na­lis­ta, se­ja nos jor­nais e re­vis­tas, se­ja no rá­dio ou na tel­ve­vi­são.

Que la­bu­ta in­sa­na! A no­tí­cia po­de che­gar de sur­pre­sa du­ran­te a noi­te. A no­tí­cia não per­gun­ta ao jor­na­lis­ta de ele es­tá dis­pos­to ou in­dis­pos­to. É cer­to que exis­te plan­tão nos ve­í­cu­los de co­mu­ni­ca­ção. Mas mes­mo ha­ven­do plan­tão, de­ter­mi­na­do te­ma es­tá por con­ta de um jor­na­lis­ta e ele se apai­xo­na, de tal mo­do, por aque­le as­sun­to, que não ce­de ao co­le­ga o fa­to ful­mi­nan­te que aca­bou de ocor­rer.

Re­su­min­do – só nu­ma pri­mei­ra abor­da­gem, jor­na­lis­ta tem ho­rá­rio. Num exa­me apro­fun­da­do da re­a­li­da­de, ho­rá­rio de tra­ba­lho de jor­na­lis­ta é mui­to re­la­ti­vo.

Pen­se­mos nos pe­ri­gos que cor­rem os ho­mens e mu­lhe­res da im­pren­sa.

Na mais re­cen­te di­ta­du­ra bra­si­lei­ra, a vi­da des­ses pro­fis­si­o­nais es­ta­va sem­pre sob  o ta­cão da in­se­gu­ran­ça. De­ze­nas de jor­na­lis­tas fo­ram tor­tu­ra­dos ou mor­tos nes­se pe­rí­o­do trá­gi­co da vi­da bra­si­lei­ra.

Nas fa­ses de vi­da de­mo­crá­ti­ca, a opi­ni­ão pú­bli­ca não acei­ta vi­o­lên­cias con­tra os que pro­du­zem no­tí­cia e op­ni­ão na im­pren­sa es­cri­ta, ra­dio­fô­ni­ca ou te­le­vi­sa­da. A re­pres­são tor­na-se di­fí­cil.

Mas, mes­mo as­sim, não fal­tam ti­tu­la­res de car­gos públcos que se con­si­de­ram in­to­cá­veis. Qual­quer crí­ti­ca é  con­sie­ra­da des­res­pe­to­sa ao ho­mem do po­der.

Na pe­que­na ci­da­de do in­te­ri­or, o che­fe po­li­ti­co era o co­ro­nel. Is­to nãp é coi­sa do pas­sa­do. Ain­da te­mos co­ro­néis no Bra­sil con­tem­po­râ­neo. Con­si­de­ram-se aci­ma do Bem e do Mal.

Ago­ra va­mos fa­lar da im­gem da mu­lher nos mei­os de co­mu­ni­ca­ção. A cau­sa fe­mi­nis­ta tem avan­ça­do mui­to em nos­so pa­ís. A idéia de mu­lher ob­je­to, mu­lher a ser­vi­ço do ho­mem, tem um re­pú­dio ca­da vez mais in­ten­so, não so­men­te das mu­lhe­res, mas da opi­ni­ão pú­bli­ca co­mo um to­do, abran­gen­do os dois se­xos. As­sim, re­per­cu­te mui­to mal ho­je uma con­du­ta an­ti­mu­lher, em qual­quer ve­í­cu­lo e na so­ci­e­da­de de um mo­do ge­ral.

A mu­lher con­quis­tou res­pei­to atra­vés da lu­ta.

Ho­mens in­te­li­gen­tes, que não fi­ca­ram apri­si­o­na­dos na Ida­de Mé­dia, en­ten­de­ram que ho­mens e mu­lhe­res são abo­lu­ta­men­te igua­is e apo­i­a­ram a ban­dei­ra fe­mi­nis­ta.

A igual­da­de de mu­lhe­res e ho­mens não foi ape­nas uma vi­tó­ria fe­mi­nis­ta. Foi uma vi­tó­ria da Ci­vi­li­za­ção.

 

(Jo­ão Bap­tis­ta Herke­nhoff, ju­iz de Di­rei­to apo­sen­ta­do (ES) e es­cri­tor Email – jbpherke­[email protected] Si­te: www.pa­les­tran­te­de­di­rei­to.com.br)

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