Logística & segurança
Diário da Manhã
Publicado em 31 de março de 2016 às 00:37 | Atualizado há 2 semanasMuito se vê em anúncios de investimentos na área de segurança pública por todo país. Alguns Estados realmente vêm dotando as suas Forças Policiais de materiais adequados à lida policial. Outros insistem em manter em frangalhos as suas Instituições. A União, nos últimos anos, preferiu a omissão nos investimentos nas polícias estaduais, deixando o fardo aos já endividados governadores. O que fazer, diante dessa situação?
Os impostos estão aí. A desumana carga tributária brasileira vem solapando o cidadão e o empresário, o empregado e o empregador, ninguém escapa. No mínimo espera-se que esses impostos sejam retornados em benefícios à curto prazo para a população e em seus serviços mais básicos. A Segurança Pública é um deles!
Nossos policiais devem ser consultados, à cada aquisição, pois são eles os verdadeiros usuários finais daqueles equipamentos ou materiais que são disponibilizados pelo Estado.
É comum, o próprio policial fazer aquisição de equipamentos de proteção individual, armas e até coletes antibalísticos, na verdade para suprir algo que já tenha, mas com deficiência na qualidade. Isso não ocorre em países de primeiro mundo.
As viaturas devem ser preparadas para a polícia, seja na suspensão, no motor, nos pneus, na transmissão e nas proteções diversas, pois elas são o vetor de velocidade e precisão no combate ao crime. Para as polícias de países desenvolvidos, as fábricas e montadoras dispõe de linhas de produções específicas para a atividade policial. É uma questão de lógica!
Na Europa, fábricas de armamentos químicos menos que letais tem linha de produções em academias de polícia, tendo no policial o seu controle de qualidade final. Nisso se tem exemplos no que tange a armas de fogo e munições, no que vejo isso como um respeito ao profissional que se voluntariou a preparar-se para defender a sociedade mesmo com risco da própria vida.
No Canadá, se tem notícia de manifestações da população junto ao governante local, exigindo explicações do porque, que determinado lote de coletes antibalísticos oferecidos à polícia deixaram policiais feridos. É a cultura a favor das Instituições policiais.
Ouvimos sempre que no Brasil o policial é pouco ouvido, quando o quesito é aquisição de materiais de polícia. Isso tem que acabar. O polícia não tem que ter o mais barato. Polícia tem que ter para operar na segurança pública, o que existir de melhor! É para isso que nossos impostos deveriam servirem. Sendo bem empregados, muitas das reclamações não existiriam, o profissional teria sua autoestima elevada, trabalharia melhor e se exporia mais ainda por nós cidadãos.
Não é justo ver nossos policiais gastar os seus recursos próprios em algo que o Estado deveria fazê-lo, pois o dinheiro vai para o Estado, nós pagamos por isso.
Sempre me pergunto por que a polícia brasileira ainda não possui pistolas glock, fuzis HK e G9, coletes antibalísticos leves de máxima proteção, inclusive em versões femininos para a devida particularidade dos corpos de nossas mulheres policiais. O dinheiro tem, só é mal aplicado ou vai onde não interessa.
As viaturas devem atender dois aspectos: 1) na eficiência e segurança dos policiais; 2) na segurança e dignidade do preso. Definitivamente, porta-malas não é seguro e nem digno pra ninguém ser conduzido. Isso tem que mudar. Onde estão os defensores dos Direitos Humanos para certificarem e cobrarem tudo isso? Como cidadão gostaria de ver mais pessoas e sociedade organizada defendendo nossas polícias e nossos policiais.
Vamos esperar os próximos investimentos, pois se adquirirem uma logística decente será investimento, se continuarem a comprarem lixo será gasto infeliz do erário público, que o usuário final, o policial que sofrerá as consequências.
Parabéns aos governos e comandantes que procuram melhorar as condições de suas polícias, o povo agradece e meu imposto também!
Juntos Somos Fortes!
(Gilmar Nunes Martins, diretor-presidente do Grupo Gentleman e diretor de Segurança Pública da Aciag)
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