Opinião

Luto em Rio Verde

Diário da Manhã

Publicado em 29 de agosto de 2018 às 22:19 | Atualizado há 6 anos

Não de­ve­ria  ha­ver mor­te. Se­gun­do o cris­tia­nis­mo, se­ria es­se o pla­no do Cri­a­dor, mas o pri­mei­ro ca­sal pe­cou e por cau­sa dis­so a di­ta cu­ja en­trou no mun­do. A mor­te co­me­ça com a vi­da. Com o pas­sar des­sa fic­ção a que cha­ma­mos tem­po, mor­re­mos dia a dia. Vai-se per­den­do a vi­são, o ol­fa­to, o li­bi­do, a for­ça fí­si­ca, mais is­to, mais aqui­lo até que to­da a ma­té­ria o faz. Na­tu­ral, por­tan­to, a mor­te, mas não nos con­for­ma­mos com ela.

Na se­gun­da-fei­ra, 28 de agos­to de 2018, fa­le­ceu, no Hos­pi­tal Pres­bi­te­ri­a­no Dr. Gor­don, um dos seus ex-di­re­to­res. Re­fi­ro-me ao im­po­lu­to ci­da­dão, ao mé­di­co im­preg­na­do de amor Dr. Ben­ja­min Spa­do­ni. Seu no­me com­ple­to era Ben­ja­min Be­no­ni Mar­tins Spa­do­ni, nas­ci­do em Po­xo­réo, Ma­to Gros­so, dia 2.10.1936, for­mou-se em Cu­ri­ti­ba, on­de co­nhe­ceu aque­la que os Céus lhe des­ti­na­ram por es­po­sa, Nel­ci Sil­va Spa­do­ni, nas­ci­da no in­te­ri­or de São Pau­lo em mar­ço de 1938. No co­me­ço da dé­ca­da de 1960 vi­e­ram os dois pa­ra Rio Ver­de e mui­to, mui­to, mui­to mes­mo ser­vi­ram es­te mu­ni­cí­pio e re­gi­ão. Plan­ta­ram vir­tu­des, en­xu­ga­ram lá­gri­mas, ali­men­ta­ram fa­min­tos. For­mi­dá­vel o tra­ba­lho da do­na Nel­ci na área so­ci­al, o que le­vou lí­de­res a es­ti­mu­lá-la a can­di­da­tar-se a vi­ce-pre­fei­to, mas re­sol­ve­ram mu­dar o pro­je­to e a pu­se­ram na ca­be­ça de cha­pa. Seu ad­ver­sá­rio era fa­vo­ri­to e ga­nhou, mas ex­pres­si­va sua vo­ta­ção. Con­cor­reu à As­sem­bleia Le­gis­la­ti­va em 1994 e se den­tre to­dos os pos­tu­lan­tes ao car­go, foi a de mai­or vo­ta­ção. Em 1996 se ele­geu, por lar­ga mar­gem, a che­fia do Exe­cu­ti­vo e fez boa ad­mi­nis­tra­ção. Pe­gou uma ur­be es­bu­ra­ca­da e uma pre­fei­tu­ra su­fo­ca­da em dí­vi­das. Com apoio do go­ver­na­dor Ma­gui­to, re­cu­pe­rou a ma­lha as­fál­ti­ca e com de­ter­mi­na­ção or­ga­ni­zou as fi­nan­ças, mas no fim do seu man­da­to a afas­ta­ram. Foi a mai­or in­jus­ti­ça so­fri­da por po­lí­ti­co de Rio Ver­de em to­da a his­tó­ria des­te ci­da­de.

Ben­ja­mim e Nel­ci con­tri­bu­í­ram com nos­so po­vo tam­bém no  avan­ço do en­si­no su­pe­ri­or. Pa­is de 2 fi­lhos e 2 fi­lhas, cri­a­ram um me­ni­no e uma me­ni­na que vi­vi­am , an­tes, em con­di­ções de mi­sé­ria. Pres­bi­te­ri­a­nos o Ben­ja­min e a Nel­ci, so­bre­tu­do  cris­tã­os. Cris­tã­os au­tên­ti­cos. A vi­da do meu ami­go Dr. Ben­ja­min cons­ta no li­vro de sua au­to­ria “Fo­ras­tei­ro”, pros­se­gue no “Fo­ras­tei­ro 2” . Irí­a­mos con­vi­dá-lo pa­ra com­por a “Aca­de­mia Rio-Ver­den­se de Le­tras, Ar­tes e Ofí­ci­os”, mas nos de­mo­ra­mos. Ele­geu-se su­plen­te do “Con­se­lho Mu­ni­ci­pal de Cul­tu­ra”, do qual sou pre­si­den­te, e ela­bo­rou o pro­je­to “Bi­bli­o­te­ca  na Ca­deia”, cri­a­do pe­lo Exe­cu­ti­vo Mu­ni­ci­pal por meio da “Fun­da­ção Mu­ni­ci­pal de Cul­tu­ra”,mui­to bem con­du­zi­da pe­lo es­cri­tor Isa­ac Pi­res Ca­bral e em  ple­no fun­cio­na­men­to.

En­fim, Rio Ver­de per­deu um dos seus gran­des ben­fei­to­res. Mor­reu tam­bém, uns três di­as an­tes, Jo­sé Lo­pes Ri­bei­ro, ou­tro que mui­to ser­viu es­ta ci­da­de. Fa­la­rei so­bre ele na pró­xi­ma edi­ção.

 

(Fi­la­del­fo Bor­ges de Li­ma. fi­la­del­fo­bor­ges­de­li­[email protected])

]]>

Tags

Leia também

Siga o Diário da Manhã no Google Notícias e fique sempre por dentro

edição
do dia

últimas
notícias