Opinião

Mãe, a mulher do século

Diário da Manhã

Publicado em 14 de maio de 2017 às 02:13 | Atualizado há 8 anos

Hoje é um dia para ser celebrado em vários lugares do mundo: Dia das Mães! A corrente da maternidade é um círculo que contorna o tempo e as mães se tornam avós e as filhas viram mães. E o tempo passa moldando o “tipo” de mãe no contexto das épocas, cujos valores se ajustam segundo o meio social de cada comunidade. Dessa forma, o nosso tempo revela uma inversão de valores para confirmar a ideia de que as coisas são mutáveis, assim como as concepções, os sentimentos, os ideais etc.

Volto meu olhar ao passado, quando uma mãe tinha o zelo pelo seu filho nos parâmetros dos ensinamentos dos antepassados, permeados de exemplos, de tradições. Não me reporto a um certo matriarcado, com as mazelas de autoridade, sistema social em que o poder predominante seria o da mulher. (Acreditou-se, no século XIX, que este sistema teria dominado algumas civilizações antigas, entretanto não foram encontrados registros que comprovem esta teoria). Por isso mesmo os filhos compreendiam o grande amor que existia por trás de tantos preceitos e eram capazes de amar suas mães intensamente. Tudo isso cedeu lugar a uma nova forma de ser mãe e de ser filho. Que vida louca levamos nós, mães modernas, mães do século 21, mães de filhos únicos, ou de muitos filhos que se tornam únicos pelo pouco tempo que conseguimos ter para cada um…Acordamos ao raiar do dia e saímos para o trabalho delegando a outras, que em casa deixam seus filhos também, que sejam as mães dos nossos pequenos. Somos mães por telefone, por facebook, por whatsapp, quase que em tempo integral.  Os horários, os compromissos, o trânsito, os momentos de ser mulher, mãe, amiga, esposa, profissional, namorada. Somos a duplicidade de uma pessoa para carregar o tempo e muitas vezes não conseguimos ser tudo…

Assim, nossos filhos do século XXI vivem a rotina da pressa, nos passos das mães. Tempo do consumismo, do querer, do esquecer que existe alguém em luz clara, olhando impaciente o relógio para ver seu filho chegar. Contradições entre o afeto e os compromissos do dia-a-dia: Mãe é ternura e trabalho; amparo e severidade. Mãe se consome no correr, no preocupar-se, no desdobrar-se para vencer o dia, e ainda chegar em casa, checar a tarefa, supervisionar o banho, fazer mil e uma perguntas sobre o dia de seu filho, sentir-se culpada por não ser mais presente, brincar, dar atenção, cantar uma música, ler uma história. Mas tudo isso não ultrapassa o grande amor que as mães carregam no coração para com seus filhos.

Neste sentido, penso que ainda existem muitos filhos que não compreenderam tanto querer bem! E chamo a atenção dessa geração para que encontrem espaços no enxergar essa mãe de tantos afazeres! Essa mãe mulher do século XXI. Que os filhos se revelem, doando um pouco de seu tempo, para dizer a elas que ainda existem momentos para se abraçarem, para serem felizes!

 

(Célia Valadão. Secretária Municipal de Políticas para as Mulheres, Cantora, Bacharel em Direito, Vice-Presidente do PMDB Metropolitano)

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