Marconi e o futuro
Diário da Manhã
Publicado em 24 de setembro de 2018 às 21:49 | Atualizado há 6 anosOlha que não sou saudosista, mas que Marconi Perillo vai nos fazer falta no governo estadual, isso vai. E muita! Porque para fazer bem na governança não basta ser um gestor protocolar e trabalhador, ter boa intenção, atender demandas aqui e ali. Se exige muito mais.
Para fazer uma boa gestão, como Marconi mostrou que sabe fazer, é preciso não apenas trabalhar arduamente, mas se entregar sem reservas, ser estratégico, saber se aninhar em todos os meios, respirar e viver suas tarefas a todo momento. Tem que não apenas corresponder, mas sentir-se parte de um trabalho que nunca termina. Não há outra maneira.
É este o legado de Marconi Perillo por todo tempo que esteve no comando estadual. Assiduidade, entrega, compromisso, agilidade, competência. Agora, dando continuidade à sua vida pública, Marconi se lança em outra frente. Para ser um dos mais brilhantes senadores do Brasil ele só precisa do nosso voto. E terá.
Reproduzo aqui, a título exemplar, trecho de um seu discurso, quando do lançamento do Passe Livre Estudantil: “Tem muita gente que acha que emprego público deve ser levado na manha, como se não tivesse responsabilidade. Eu peço a todos que acompanham o serviço público que denunciem à nossa Ouvidoria quem não trabalha e não leva a sério. Cada comissionado que eu demitir porque não está trabalhando é dinheiro que sobra para eu investir em outras áreas. Esse é um dever intelectual e moral nosso. Eu trabalho 16 horas no mínimo todos os dia. Por que alguns acham que têm de ter cargo e vivem enchendo o saco da gente atrás de cargo, mas não trabalham como devem trabalhar? Querem ter salário, mas não querem levar a sério a função. Não adianta me pedir cargos se não for para desempenhar a função à altura. É uma desonestidade. Nesses últimos dias o que eu mais tenho recebido é pedido de emprego, mas é preciso saber se as pessoas estão cumprindo seu dever e sua obrigação. É desonesto empregar alguém no governo, na Assembleia, na Câmara sem qualidades e sem compromisso com o que está fazendo.”
Da história ninguém se apaga. Com passos certos ou vacilantes, qualquer caminho percorrido guarda um pouco do que fomos um dia. Para as pessoas ímpares, o reconhecimento, na maioria das vezes, é o que menos importa. O fazer acontecer é mais gratificante que os aplausos. Para essas pessoas, os ganhos e conquistas só valem se trazem benefícios não apenas diretos, ao seu autor, mas se estendem-se radialmente à coletividade à qual pertencem.
O momento de orfandade e de incertezas em que vivemos pede que identifiquemos os melhores. É isso que faço aqui. Aponto uma biografia digna de registro e jogo flores aos vivos, para que nosso jardim não vire um deserto. No meio de tanto joio político, é de se louvar as exceções. Joguemos flores àqueles que, merecidamente, a história já lhes reserva lugar, mesmo se, para eles, ainda não chegou a hora de fechar para balanço e contabilizar os atos da existência.
Por outro lado, há os que, invariavelmente, têm que esperar um sinal de fora para dar valor ao que temos dentro do nosso Estado. Outros, ainda mais lentos e remotos, só reconhecem a importância do momento que vivem e seus agentes especiais ao vê-los destacados nas páginas da história, quando terá sido muito tarde para se manifestarem.
Especialmente os goianos, acreditamos mais no eco do que no grito. Se não vier de fora, não existe. Neste caso, precisou vir do Rio de Janeiro a Kátia Bogéa, presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e entregar a Marconi Perillo a Comenda Nacional Mário de Andrade (maior honraria do Iphan, criada para celebrar seus 80 anos de existência), por relevantes serviços prestados na área do patrimônio e da cultura, com repercussão nacional (13/12/2017, no Palácio das Esmeraldas).
“Marconi possibilitou, ao longo de suas quatro administrações, a elevação da alta estima do goiano no setor cultural. Esta é a maior obra que um gestor pode fazer pelo seu povo. Ele nos ajuda, desde 1999, a olhar para toda a riqueza que temos nas artes, na arquitetura, leitura, música, artes plásticas, poesia, procissões e festividades”, disse a presidente Kátia Boga.
Mesmo para os que vivem longe – e até mesmo para os daqui que ainda insistem na cegueira, é bem verdade que já se tornou impossível não ver o que Marconi realizou e vai continuar realizando por Goiás. Ele soube fazer de suas 4 versões no comando estadual um atestado consistente a favor do futuro. Os seus rastros indeléveis já se tornaram cristalinos nas páginas da história e no chão batido de todo território goiano.
Assim tem sido com Marconi Perillo. Ele se destaca não apenas pela vivência e entrega que o distinguem no mundo político, mas também pela comunhão entre o que sonha e o que concretiza perante o mundo goiano.
É preciso jogar flores aos exemplos como Marconi Perillo, no anseio de que sirvam de espelho a outros que virão. Marconi é um divisor de tempos, de águas, de atitudes. Podemos medir a história de Goiás pelo que veio antes e depois de sua chegada. Que o seu trabalho realizado sirva permanentemente de inspiração e que ainda sejam muitas suas realizações a favor de Goiás e do Brasil.
Quando olhamos para o passado recente, Marconi Perillo é marco divisor. E é marco aglutinador, de convergência, quando pressentimos o que Marconi ainda irá render ao Estado, agora no Senado Federal, com seu enorme potencial e sua extrema capacidade de transformar o tempo presente a favor de um futuro cada vez melhor.
(Px Silveira, Instituto ArteCidadania, presidente – pxsilvei[email protected])
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