Opinião

Mutirões são a marca Iris Rezende

Diário da Manhã

Publicado em 8 de junho de 2017 às 02:56 | Atualizado há 8 anos

No dia 16 de outubro de 1983, Goiânia virou referência mundial ao ser palco do maior programa de construção coletiva de residências já registrado em todo o mundo. O responsável pelo feito, hoje prefeito de Goiânia e a época governador do Estado, Iris Rezende Machado tinha sido eleito um ano antes, na primeira eleição direta para governador depois da edição do Ato Institucional nº 5, em 1968.  Naquele dia, um domingo, foram construídas mil casas em regime de mutirão, uma prática de trabalho coletivo e solidário idealizado por Iris lá em 1965, quando foi eleito pela primeira vez para prefeito da Capital.

Assim que assumiu, em substituição ao governador biônico indicado pelos militares, Ary Valadão, Iris encontrou o Estado com graves problemas de ordem política e socioeconômica e Goiânia sofria um grande inchaço populacional e de proporções geométricas. Com o compromisso de solucionar esse problema, Iris Rezende lançou um projeto de impacto: a construção em massa de habitações populares. Nascia ali o projeto do grande mutirão que marcaria definitivamente a história política e social do Estado de Goiás e da sua capital, Goiânia.

Para que fosse possível a execução do projeto, estimou-se que seriam necessários 10 mil operários, uma média de 10 por cada moradia a ser erguida. Com sua capacidade de mobilização e liderança, Iris Rezende assumiu a tarefa de convocar o número necessário de pessoas para construir as mil casas pelo processo de mutirão. O feito foi considerado o “maior mutirão da história humana”. Em reportagem do jornal Diário da Manhã, de 12 de outubro de 1983, Iris afirmou: “ao rair do próximo dia 16 estarei como comandante e como operário. Todo trabalho que um operário fizer, eu o farei também” e assim convocou a todos os homens e mulheres para a grande arrancada solidária. “O povo mostrará sua força”, declarou.

No dia 16 de outubro de 1983, ás 6h da manhã, Iris Rezende chegou ao canteiro de obras para dar início àquele que seria o primeiro empreendimento do programa Mutirão da Moradia, a Vila Mutirão, hoje um importante bairro da região noroeste de Goiânia. Cerca de 20 mil pessoas atenderam ao chamamento do governador e compareceram para o trabalho. A primeira dama, Dona Iris, acompanhava o marido e comandou uma equipe de 300 legionárias que, além do apoio médico e alimentar, distribuíam lanches de manhã e à tarde, participaram da construção de 3 casas e contruibuíram com o plantio de mudas de árvores ao longo da ilha da avenida do Povo.

Ao final daquele domingo, mil casas surgiram em meio a uma área de Cerrado. Aquilo que a princípio parecia um sonho de um visionário governador tornou-se realidade.  A época, Iris Rezende declarou que Goiás tinha acabado de mostrar ao país inteiro e ao mundo as possiblidades da criatura humana quando ela se decide unir esforços. O projeto de sucesso mereceu a atenção de várias autoridades de outros estados e de outros países, que vieram a Goiânia conhecer a inédita experiência. A Vila Mutirão passou a ser divulgada e enaltecida em diversas partes do mundo, como na BBC de Londres.

Passados 34 anos dessa bem sucedida experiênica, Goiânia se prepara para receber os novos mutirões da administração Iris Rezende. A partir do próximo sábado, 3 de junho, terão início as novas edições do modelo de prestação de serviços coletivos propostos pelo prefeito  de Goiânia. Segundo Iris, mais do que prestar os serviços que serão levados para o Mutirão, a intenção é reunir o povo, trazê-lo para próximo do administrador e envolvê-lo numa grande festa solidária.

 

(Cloves Regis Maia, jornalista)

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