Opinião

O alimento da fé na celebração da festa de Corpus Christi

Diário da Manhã

Publicado em 28 de maio de 2016 às 02:32 | Atualizado há 9 anos

Uma das mais importantes celebrações católicas é a festa de Corpus Christi, instituída pelo Papa Urbano IV no dia 8 de setembro de 1264, que acontece sempre 60 dias depois do Domingo de Páscoa ou na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade, em alusão à quinta-feira santa quando Jesus instituiu o sacramento da eucaristia. É uma festa religiosa da Igreja Católica que tem por objetivo celebrar o mistério da eucaristia, o sacramento do corpo e do sangue de Jesus Cristo. Durante esta festa são celebradas missas festivas e as ruas são enfeitadas para a passagem da procissão, lembra a caminhada do povo de Deus, peregrino, em busca da Terra Prometida, nela, o Santíssimo Sacramento geralmente é conduzido pelo Bispo ou pároco da Igreja e é acompanhada por multidões de fiéis em cada cidade brasileira. O Antigo Testamento diz que o povo peregrino foi alimentado com maná, no deserto. Com a instituição da eucaristia o povo é alimentado com o próprio corpo de Cristo.

No Brasil, a tradição de enfeitar as ruas começou pela cidade de Ouro Preto em Minas Gerais. A procissão pelas vias públicas é uma recomendação do Código de Direito Canônico que determina ao Bispo Diocesano que tome as providências para que ocorra toda a celebração, para testemunhar a adoração e veneração para com a Santíssima Eucaristia. Em Goiânia e em outras cidades brasileiras, é costume ornamentar as ruas por onde passa a procissão com tapetes de colorido vivo e desenhos de inspiração religiosa. Para confeccionar os tapetes são utilizados diversos tipos de materiais, tais como serragem colorida, borra de café, farinha, areia, flores e outros acessórios. Esta festividade de longa data se constitui uma tradição no Brasil, principalmente nas “cidades históricas”, que se revestem de práticas antigas e tradicionais e que são embelezadas com decorações de acordo com costumes locais. A procissão pelas vias públicas, quando é feita, atende a uma recomendação do Código de Direito Canônico que determina ao bispo diocesano que a providencie, onde for possível, para testemunhar publicamente a adoração e a veneração para com a Santíssima Eucaristia, principalmente na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo.

A Eucaristia é um dos sete sacramentos e foi instituído na Última Ceia, quando Jesus disse: “Este é o meu corpo… isto é o meu sangue… fazei isto em memória de mim”. Segundo Santo Agostinho, é um memorial de imenso benefício para os fiéis, deixado nas formas visíveis do pão e do vinho. Porque a Eucaristia foi celebrada pela primeira vez na Quinta-Feira Santa, Corpus Christi se celebra sempre numa quinta-feira após o vinho sangue de Jesus Cristo, em toda Santa Missa, mesmo que esta transformação da matéria não seja visível. Eucaristia significa reconhecimento, ação de graças, em grego, é uma celebração da Igreja Católica, para lembrar da morte e ressurreição de Jesus Cristo, é também chamada de comunhão. Para receber a eucaristia, é necessário fazer a catequese, que são encontros onde as pessoas aprendem sobre Deus, a Bíblia, uma reflexão sobre o catolicismo. Após a catequese, aí sim o indivíduo está preparado para fazer a primeira comunhão, que geralmente é feita entre sete e nove anos de idade, o que não impede que outras pessoas se convertam ao catolicismo, e façam depois. A eucaristia é o próprio sacrifício do corpo e do sangue de Jesus, é o banquete de Deus, onde ele reparte o pão e o vinho, representado pela hóstia, e relembrando o momento que Jesus o fez, com seus apóstolos, e cada indivíduo tem o direito de fazer a comunhão. Que é quando as pessoas recebem a hóstia, o símbolo do corpo de Cristo em cada um que faz a comunhão. O significado da eucaristia é receber a hóstia como o corpo de Cristo que ele ofereceu na cruz, e o vinho é seu sangue derramado para remissão da humanidade. No catolicismo, a transubstanciação ocorre durante a eucaristia, ou seja, existe uma mudança de substância, e o pão se transforma no corpo de Cristo e o vinho no sangue de Cristo. Antes da comunhão, as pessoas têm que estar livres dos seus pecados, fazendo a confissão para um padre.

Mais do que uma simples simbologia a eucaristia é o sinal divino de que no Sacramento da Comunhão está o alimento da nossa esperança nas Promessas de Cristo para nossa Salvação: “Aquele que come a minha Carne e bebe o meu Sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6,55). Apesar das dificuldades atuais, o Brasil é um país cristão, somos uma nação que tem fé e por isso acreditamos que dias melhores virão. “Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor”.

 

(Natal Alves França Pereira, servidor público, graduado em Ciências Contábeis, acadêmico de Gestão Pública, filiado à Associação Goiana de Imprensa, e-mail: [email protected])

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