O imperativo da violência
Redação
Publicado em 6 de março de 2016 às 23:34 | Atualizado há 9 anosDizem que o homem é um ser eminentemente social, mas as evidencias às vezes nos mostram que estamos longe disso. Talvez não seja tão social assim, talvez seja apenas um ser que não suporta o isolamento e nunca adotou a solidão como sua forma de vida.
Contudo, para viver em sociedade, necessário é que criemos regras de conduta, regras que preservem a paz, e estabeleçam o mínimo de ordem. A essas regras damos o nome de Direito.
A sociedade, que nada mais é que um conjunto de indivíduos reunidos e organizados para um objetivo comum, precisa dessas regras sociais, leia-se direito, para reger o convívio entre os seus integrantes, buscando, desta forma, a realização dos valores humanos, usando-se do que consideramos justo e da igualdade.
Todo esse aparato é que regula a ordem social e isso significa, quase sempre, controlar também a violência. Essa talvez seja a mais grave ameaça à vida em sociedade, pois promove a destruição do próprio homem e de forma muito triste, pois é feita por suas próprias mãos.
O fato é que o indivíduo que comete violência, ou qualquer ato de violência vai se transformando, e a cada dia torna-se menos humano.
Acabar com a violência ou controlá-la é um processo muito difícil que envolve negociação delicada na busca da ordem social, que deve passar pelo respeito mutuo e o respeito aos direitos constitucionais.
Para se diminuir a violência e crimes a dificuldade é grande e envolve muito esforço e quase sempre não só a ação de todo aparato policial ou mesmo assistencial, mas um trabalho conjunto entre diversas áreas como todo o sistema educacional, sistema de saúde pública, de Justiça Criminal, atividades de natureza culturais e também atividades sociais que deem condições de moradia e emprego, lógico menos paternalista, dentre outros.
Todo esse trabalho deve ter um foco, um alvo e pode ele estar na sociedade jovem. Esse é o desafio para uma política de segurança pública que possa trazer resultados, resultados demorados, porém acertados.
Sabemos que tudo isso são ainda dilações, pensamentos vagantes. Em termos usuais percebemos que muito ainda temos que aprender e mais ainda que mudar; o fato é que, com simples cordialidade não se criam bons princípios e como já dizia Claude Bernard: “Aquilo que quase sempre pensamos saber é exatamente aquilo que nos impede de aprender”.
David Soares da Costa Júnior é advogado e conselheiro Seccional da OAB/GO
]]>