O mercadejar da fé a pleno vapor
Diário da Manhã
Publicado em 5 de julho de 2016 às 01:53 | Atualizado há 9 anosInicialmente gostaria de prestar a minha homenagem e a exclusão do assunto aqui abordado, de todas as igrejas cristãs evangélicas que realmente direcionam os seus esforços e dedicação para resgatar para Cristo, pessoas que se enveredam nos caminhos sinuosos do desamor e da total perdição, pois essas merecem todo o respeito e admiração de todos os seres humanos cristãos ou não.
Infelizmente em nossos dias o que estamos vendo hoje com o pipocar de “empresas teológicas” que são criadas do dia para a noite com o único fito de mercadejar e explorar a fé de pobres incautos, é até impossivel de se contar, pois viscejam tal e qual a erva daninha quando atacam terras agricultáveis.
Todos nós sabemos que para buscar a Jesus Cristo, preciso não é se mudar da religião tal para a religião tal, encontrá-lo e segui-lo, para tanto, necessário só é, que se mude de atitude, com mais reflexão, amor é fé, entretanto, gaiatos ai estão às espreitas, inclusive hoje se chegando ao cúmulo de que, nos classificados dos jornais é rotineiro se ver anuncio de vendas de “igrejas” inclusive citando o número de clientes, ops, “fiéis” e o quanto se fatura mensalmente naquela empresa com o que se atrevem a nominar “dízimo”.
Quando eu morava numa cidade do interior, já a duas décadas passadas, certa feita soube que o dirigente de um desses estabelecimentos exploradores da boa fé de seus clientes, tinha vendido a sua casa de morar para montar um empreendimento dessa natureza ao qual, pomposamente e numa afronta aos mandamentos sagrados que provem do nosso único Deus, chamam de igreja, sendo que posteriormente ela já fez várias transações comerciais dessa natureza: monta a empresa, arrebanha um bom número de clientes (aos quais eles chamam de fiéis) e quando o faturamento já está expressivo passam o negócio para frente (vendem) e iniciam um novo.
Assim, quase cinco séculos passados quando Martinho Lutero se rebelou contra os abusos exploratórios da boa fé, cometidos por pecadores que estavam no comando da minha amada e santa Igreja Católica Apostólica Romana, vemos as ramificações que se espraiaram às centenas, quiçá milhares de denominações supostamernte evangélicas, cometerem abusos senão piores, mas ao menos iguais em tudo, àqueles que impuros que estavam a comandar a igreja católica praticaram com as chamadas vendas de indulgencias e outros tipos de abusos para tomar o dinheiro dos que acreditam em suas falácias.
O que podemos tirar como exemplo disso tudo? É o de que o mundo dá muitas voltas e o que se criticou com o catolicismo de outrora, e que era uma aberração, hoje picaretas aí estão fazendo até pior, se auto denominando bispos, bispas, apóstolos, etc,etc, vendendo perfumes com o cheiro do suor de Cristo; outras, bem pagas para tanto, deixando que lhes beijem os pés, enfim toda a sorte (ou falta de, para os pobres incautos que são seduzidos por esses pilantras) de engendrações para tomar dinheiro; malas e malas de dinheiro sendo arrecadadas ante a lábia de charlatões que se auto proclamam enviados de Deus, num verdadeiro atentado contra a fé, e a esperança de pobres que muitas vezes se veem literalmente na miséria, por que se entusiasmaram com a lenga lenga previamente planejada desse vigaristas e entregaram tudo à “igreja”.
Assim, nesse conturbado e mais do que difícil mundo em que hoje vivemos, seguir a Cristo é, antes de tudo e tão somente, se permanecer firme na fé, na caridade e no amor ao próximo, tão somente bastando que ouçamos a voz do nosso coração e que só profiramos palavras que sejam as de Deus e que Ele nos dê a sabedoria para distinguir o joio do trigo.
Será, dessa forma, portanto, que teremos a capacidade de discernir quando estamos, verdadeiramente sendo induzidos para seguir ao Pai, mas rtambém sabendo contornar as armadilhas diabólicas que falsos mensageiros ficam a armar com o único intuito de se enriquecerem, de mercadejarem com a boa fé e a esperança dos que estão buscando seguir o verdadeiro caminho de luz que emana do Nosso Salvador e redentor.
(José Domingos, jornalista, advogado, professor universitário, auditor fiscal aposentado, escritor e poeta)
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