O mercado brasileiro de TI na retomada pós-crise
Diário da Manhã
Publicado em 5 de outubro de 2016 às 02:19 | Atualizado há 8 anosO conturbado cenário político e econômico dos últimos anos no Brasil resultou em uma recessão que fez sumir investimentos em diversos setores, mas não freou o crescimento da nova revolução industrial iniciada pela Internet das Coisas (IoT). A cibernética está presente em praticamente todas as áreas, pois as empresas buscam a tecnologia para otimizar seus recursos.
Durante esse período de preocupações e contenções, pudemos contemplar verdadeiras revoluções tecnológicas ao redor do globo, como a popularização de drones para os mais variados fins; aplicativos que transformam a forma de trabalho, como o Uber e o Cabify; carros autônomos testados em diversos países; migração em massa de dados de empresas e de usuários pessoais para a Nuvem; e um considerável salto nos campos da computação quântica e das inteligências artificiais.
Todas essas inovações dependem, primordialmente, de dois aspectos. O primeiro é a internet de amplo alcance e com alta capacidade de transmissão de dados. O segundo é a formação de profissionais da área de tecnologia, e nesse caso estamos falando de educação – do ensino básico ao superior – e de capacitação profissional, que envolve, além dos cursos profissionalizantes e o interesse pela programação, muita experiência de trabalho na área.
As grandes empresas de tecnologia do planeta já descobriram no Brasil campo fértil para seus negócios. Hoje temos como parceiros em nossas operações de TI no Centro-Oeste nomes de imenso calibre, como SAP e Microsoft. Sanadas muitas das incertezas que o caos político e a recessão econômica trouxeram nos últimos tempos, é chegada a hora de olhar para o futuro com a certeza de que a Tecnologia da Informação se tornará, mais a cada dia, fator determinante para o sucesso nos negócios.
A responsabilidade de desenvolver uma infraestrutura de qualidade no que se refere à internet brasileira e de redesenhar o sistema de ensino dando à tecnologia espaço de destaque nas novas grades curriculares não pode ser unicamente da União e dos Estados. É necessária uma dedicada série de ações conjuntas entre os setores público e privado a fim de inserir o país nessa nova etapa da industrialização mundial.
A retomada dos investimentos ocorrerá cerceada por novos fatores que envolvem análise eficiente de dados, mudanças no mercado de trabalho, desenvolvimento veloz de diversas tecnologias hoje amplamente utilizadas e, principalmente, de olho em relações duradouras com parceiros e clientes. Não haverá espaço para erros ou atrasos. O atraso, a bem da verdade, já aconteceu, e o que se procura agora é recuperar o tempo perdido.
O que o mercado da Tecnologia da Informação espera nesse novo momento do Brasil é o entendimento por parte do governo que a TI não é mais a mesma de dois anos atrás. Se na esfera política os meses se arrastam lentamente até que as decisões importantes sejam tomadas, em nossa área de trabalho acontecem várias revoluções por minuto. A importância de nosso setor para a economia nacional cresce exponencialmente, uma vez que a TI aplica-se na otimização de todos os outros setores da economia, seja agropecuária, indústria ou comércio, e também nas relações interpessoais.
Às vésperas de 2017, estamos ainda espanando a poeira da turbulência que tomou o país nos últimos meses. O foco, entretanto, não pode se perder em meio à retomada pós-crise: infraestrutura e mercado de trabalho precisam ser rapidamente revistos a fim de que possamos pleitear a vasta gama de possibilidades que se abre com tantas inovações ao redor do globo. Há, tanto na iniciativa privada quanto na esfera pública, diversos profissionais bastante qualificados para participar da preparação do Brasil para as próximas décadas, que prometem ser extremamente produtivas e, mais do que nunca, guiadas pelos avanços da Tecnologia da Informação.
(Dejair José Resende, diretor superintendente da Red&Whit It Solutions)
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