O mote da renovação
Diário da Manhã
Publicado em 29 de agosto de 2018 às 22:58 | Atualizado há 6 anosAs pesquisas já não assustam mais o eleitorado goiano, mas alguns números “manipulados” causam risos pelo ridículo que representam. Quem está interessado pela política sabe muito bem quem está na frente nesta sucessão, mesmo anunciando que não vai votar nele. O cenário está mais do que cristalino, para tranquilidade de uns e desespero de outros. E a atração do voto não está ligada a partidos e, sim, a pessoas, independentemente de carisma, simpatia, beleza ou carranca. O mote forte dessa campanha chama-se renovação.
Nas redes sociais as propagandas, elogios ou agressões aos adversários se multiplicam, produzidos por internautas financiados. Alguns estão esperançosos com relação à vitória de seus candidatos, sonhando com favorecimento futuro. Já a derrota pode gerar sério prejuízo para quem se dispôs a usar o próprio nome no fabrico de mentiras na campanha. Já o derrotado fará cara de paisagem com os bolsos cheios de dinheiro – a chamada “sobra de campanha”. Pagar os colaboradores, nem pensar!
Em nível nacional o quadro continua enrolado. A mídia, quase toda ela aparelhada pelos últimos governos, acaba irritando e confundindo os eleitores. A rejeição ao ex-presidente Lula, segundo pesquisas, é superior a 70 por cento. Aí divulgam levantamentos com o nome dele aparecendo com frente folgada contra um segundo colocado. E pior: como preso julgado e condenado em duas instâncias por corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-presidente petista nem mesmo poderia aparecer em qualquer amostragem de intenções de votos. Mas, alguns institutos e órgãos de imprensa não estão nem aí para a ética. O negócio, então, é esperar para ver.
Lembro-me de um certo candidato, que entrou na política graças ao seu carisma e obteve de pronto enorme aceitação junto ao eleitorado. Perto do gargalo das urnas, gastou um tempinho com um telefonema.
– E aí, como você está vendo?
– A vitória está assegurada, porém cada aparecimento seu defendendo o cabeça de chapa está afastando de dois a três mil votos já contabilizados em sua campanha. Se tiver jeito, interrompa essas pílulas (inserções em tevês e emissoras de rádio), caso contrário, a vaca vai pro brejo!
A providência foi rápida e o candidato ainda teve votação destaque para a Assembleia Legislativa.
Conto isso não como mérito de observação, mas, sim, como erro de posicionamento que qualquer candidato pode cometer dentro de uma campanha. Aí vale o assessoramento e a humildade do político. As duas coisas funcionando a contento, pode garantir um caminho relativamente tranquilo na rota das urnas. Os chamados “marqueteiros” de campanhas sabem disso e já ganharam muitas batalhas modificando posturas e discursos de quem busca votos.
A sucessão estadual em Goiás deste ano prossegue num trote bastante firme. Quase que dá para repetir o velho e batido refrão – “os cães ladram e a caravana passa”. Quem tem baú de maldades e bala na agulha (leia-se dinheiro) vai jogar duro nesta reta final. Espera-se que a agonia de uns não leve a campanha para a lama, obrigando a parte favorita a baixar a mira para acertar os desafetos. Que haja uma campanha justa, limpa, elegante e civilizada. O eleitor tem que ir às urnas com a certeza sobre quem é o melhor, o mais sério e de biografia limpa. Mudança no mundo político exige candidatos com essas qualidades.
Nas rodas de boteco e papos descompromissados sempre surge a pergunta em quem votar para deputado estadual. Eu continuo citando três nomes, independentemente de partidos: Comandante Helbingen, Rafael Lousa e Dudu Macedo. O primeiro dirigiu e modernizou o Corpo de Bombeiros do Estado; os outros dois possuem formação escolar, familiar e política. Esses moços representam o novo, acredito eu.
Para deputado federal não fico a ver navios. Tenho admiração pelo ex-governador Alcides Rodrigues Filho, que tenho a honra de considerar um amigo. Mas gosto de me lembrar das campanhas limpas e inteligentes de Jarmund Nasser, Pedro Celestino, Alfredo Nasser, Mauro Miranda (que também foi senador), Lúcia Vânia, Lidia Quinan e outros que a memória me faz falhar. Os que já morreram deixaram um legado de honestidade, combatividade e trabalho ao povo goiano. Os que ainda estão na lida, merecem reverência dos amigos e correligionários.
(Lorimá Dionísio, Mazinho, jornalista profissional)
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