O País virou um bordel ou a perversidade das elites
Diário da Manhã
Publicado em 31 de março de 2017 às 01:36 | Atualizado há 8 anos“José Éliton é madrugador, não tem qualquer arranhão em sua biografia, escrita no chão da política com risco da própria vida, cuja cicatrizes de balas são testemunhas de sua coragem moral e física”
O Brasil virou um bordel, instalado a céu aberto em invasão de terreno baldio. Noutro dia, o presidente do Senado Federal chamou o ministro da Justiça de “chefete de polícia”, e logo, logo esse chefete virou ministro do Supremo. Depois, o líder do governo no Senado qualificou de “suruba” o foro privilegiado, privativo de senadores, deputados, ministros etc.
Mas o que fez poeira levantar mesmo na zona e voar lama pra todo lado foi o troca tapas entre o Procurador Geral da República e um ministro do Supremo, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral(TSE), e pândego assíduo dos banquetes oficiais. Não sobrou nenhum barraco em pé, porque o sururu foi de dedada no zói e cusparada na cara.
A primeira flechada veio do Ministro. Acusou o Procurador de vazar seletivamente depoimentos sigilosos dos delatores da Lava-jato, através de “entrevista coletiva em off”. O Procurador virou o cão: xingou o Ministro do Supremo de santo e rapadura, como portador permanente de “decrepitude moral” e “disenteria verbal), prometendo “cena de sangue em um bar da avenida São João”
E por fim, o ex-ministro Ciro Gomes, candidato a presidente da República, pôs ordem no bordel: desafiou o juiz Sérgio Moro a mandar a Polícia Federal prendê-lo, “que eu receberei a sua polícia a bala” – gritou Ciro Gomes com a mão no coldre.
O governo Temer virou uma grande comissão de inquérito, onde os ministro trocaram o currículo por prontuário e o de cada um é mais cabeludo do que do outro. Dizem que nesse governo existe até ministro honesto. Será?
Mas o que é mais indecente, pornográfico, cruel e perverso são as estocadas do governo Temer contra os pobres. Pretende massacrá-los por todas as frentes e por todos os lados, enquanto escancara o País às garras das multinacionais e dos grupos econômicos, os mais criminosos.
Mandou desengavetar projeto de 20 anos atrás, autorizando a terceirização geral e irrestrita de funcionários pelas empresas, estendendo o prazo de três para nove meses, transformando empregados em empreendedores, o que significa tirá-los da contribuição e cobertura previdenciária. Se não contribuem, esvazia-se ainda mais o caixa da Previdência.
Cinicamente, o governo anuncia reformas apenas para sangrar o trabalhador, mas não fala na reforma agrária, na reforma urbana e na reforma bancária.
A chamada reforma da Previdência, a reforma do fim do mundo, é um atentado brutal à vida do trabalhador, remetendo-o à escravidão na definição integral do termo. Exigem-se 49 anos de contribuição, com idade mínima de 65 anos para homem e mulher para efeito de aposentadoria, estendendo a mesma exigência para os trabalhadores do campo, uma perversidade.
Alegam que existe um rombo de 140 bilhões na Previdência Social. É mentira: se tirar o perdão fiscal às atravessadoras nacionais e multinacionais das comódities, consegue-se cobrir esse rombo. Outra alternativa é destinar à Previdência uma pequena parte do imposto de renda pago pelos trabalhadores, e ainda tirar do lucro exorbitante e obsceno dos bancos.
Mas o governo teima em sangrar, esquartejar e salgar os trabalhadores de baixa renda, fazendo do Brasil um dos países mais desumanos do mundo.
Não bastasse isto, outra maldade anunciada vai devolver o Brasil à era medieval, sem direitos trabalhistas. Já está no Congresso projeto para alterar a CLT em seu ponto intocável desde a década de 30, no século passado: pretende tirar da Justiça os conflitos e deixar os acordos por conta do patrão e empregado.
Não há canalhice e desfaçatez maior do que colocar o lobo e o cordeiro para comerem no mesmo prato. Não esperem que o lobo tome toda a comida do outro, porque além dela o lobo vai comer também o cordeiro. E até o filho do cordeiro.
A CHAPA CAIADO – LÚCIA VÂNIA E O EMBATE DO ANO QUE VEM
Ontem, o governo Marconi Perillo-José Éliton reuniu toda a classe política do Estado, de todos os partidos e credos políticos, para anunciar e discutir investimento de mais de 6 bilhões de reais de recursos do Estado em todos os municípios goianos, sob o comando do vice-governador José Éliton que está trabalhando dia e noite e pensado grande:
“Este é o governo de todos os goianos e vamos levar recursos a todos os municípios, sem olhar a cor partidária do prefeito. Com essa prática republicana estamos inaugurando em Goiás uma agenda para o presente e para o futuro” – enfatizou o vice-governador.
Com candidato a governador já definido, o governo sai na frente com o nome de José Éliton que está presente em todos os municípios goianos, porque é madrugador, não tem arranhão em sua biografia, escrita no chão da política com o risco da própria vida, cujas cicatrizes de balas comprovam a sua coragem moral e física.
Ao contrário dos seus concorrentes anunciados, cuja trajetória não resiste a nenhum questionamento político ou até moral.
Mas o fuxico que tomou conta do noticiário político deste mês foi um encontro do senador Ronaldo Caiado com a senadora Lúcia. Os dois apareceram juntos, rindo de orelha a orelha, com elogios babados de parte à parte, só para provocar ciúmes no Palácio das Esmeraldas.
E a imprensa geral montou chapa dos dois juntos: Caiado governador e Lúcia Vânia para o Senado. Até o blog “Goiás 24 horas” dirigido por um jornalista competentíssimo que entende tudo de política foi na barrigada.
Ora, nem que a senadora Lúcia Vânia queira, nem que o senador Caiado de candidatura solo insista em ter a senadora como parceira, é sonho impossível, pois o PSB nacional não aceita sequer diálogo com o senador Caiado, o homem da UDR, a direita mais arreganhada, visível e atrasada da política brasileira.
É só lembrar da eleição de 20l4, quando o então deputado Ronaldo Caiado montou palanque em Goiás para Eduardo Campos candidato do PSB a presidente. A ex-senadora Marina Silva, companheira de chapa de Campos, derrubou Caiado do palanque a chineladas.
Agora, Carlos Siqueira, o presidente nacional do PSB, já mandou avisar, através de um socialista histórico de Goiás:
“Em 20l4, a Marina correu com Caiado a chineladas, mas agora nós poderemos usar material mais contundente”.
(Carlos Alberto Santa Cruz, jornalista)
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