Opinião

O reajuste repentino dos combustíveis

Redação

Publicado em 29 de julho de 2015 às 22:08 | Atualizado há 9 anos

Lorena Ayres ,Especial para Opinião Pública

O artigo de hoje é mais um desabafo como cidadã, novamente fomos pegos com o horrendo reajuste  no preço dos combustíveis, que chegou a 50% no valor do litro do etanol e de 22%, no da gasolina. E o mais absurdo, o sindicato não sabe o motivo da mudança, que assustou a todos e negam a possibilidade de cartel em Goiás.

Antes de tudo, para analisarmos o preço de um produto precisamos pensar em seus custos de produção, armazenamento, deslocamento, lucro do produtor, lucro do distribuidor, impostos, safra (no caso do álcool), enfim, uma série de variáveis que resultam no valor final de um determinado bem ou serviço e também a alta carga tributária.

Esta é à base do pensamento de um preço justo, o que não vem sendo aplicado, muito pelo contrário, estamos pagando valores exorbitantes que não condizem com o valor real.

Nesse sentido, diversos produtores de cana argumentam que a safra não está lá para estas coisas, já os donos de postos argumentam que a culpa é que estão pagando mais caro pelo combustível que também é altamente tributado pelo governo, e a população. Ninguém sabe mais em quem acreditar.

Entretanto, a gasolina, além de petróleo, tem em sua composição química o álcool, ou seja, cada vez que o preço deste produto subir, o preço da gasolina irá acompanhar o seu aumento, e isto vem acontecendo e nós população pagando a conta.

Dessa forma, o que podemos observar em diversas cidades do Brasil é que existe um grande cartel na venda dos combustíveis, seja diesel, etanol, gasolina, pois, os postos, de diferentes bandeiras, praticam os mesmos preços ou valores similares. Infelizmente em Goiás não é diferente.

Quem perde com isso é o consumidor final. Ficamos sem opção de compra, tendo que pagar o que o mercado combina e ponto, o que contraria os valores essenciais do capitalismo selvagem, o monopólio barato e um desgoverno fatal.

A base do pensamento capitalista está na redução de custos e melhor qualidade de produtos e serviços para os consumidores, onde o cliente tem o poder de escolha na hora de optar por uma marca ou outra, por um produto ou outro, por um preço ou outro, mas, como lhe dar no caso de todos praticarem o mesmo preço do mesmo produto?

É o fim da livre concorrência, viramos reféns dos grandes cartéis, é um caminho sem saída. Explicações incontroversas, infundadas, desculpas esfarrapadas e os combustíveis só aumentando.

Se somos um País autossuficiente em petróleo, se somos os maiores produtores de etanol do mundo, isto tem que refletir no preço dos combustíveis para o mercado brasileiro. Ou estou enganada?

O mercado interno em detrimento do exterior, que os cartéis sejam combatidos e punidos, e que os produtores e donos de postos que agem de má fé tenham mais transparência em todo esse processo, praticando preços honestos e justos.

Um exemplo: o governo é tão justo e coerente para o aumento do salário mínimo, o que ocorre para o aumento desproporcional dos combustíveis, que no ano de 2015 elevou em mais de três vezes.

Os consumidores de maneira geral  estão convivendo com o aumento dos preços dos combustíveis na maioria dos postos de Goiás. O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Goiás (Sindiposto), seus diretores e dirigentes, não sabem  explicar como e porque ocorreu tal aumento exorbitante.

Segundo informações, o valor do litro da gasolina podia ser encontrado por até R$ 2,94. Com o aumento, há postos vendendo a R$ 3,59. Já o litro do etanol passou de R$ 1,73 para R$ 2,59. O que de fato é um absurdo, nós povo trabalhamos para manter a incompetência das autoridades responsáveis.

E o mais interessante é que vivemos em um país que não tem fiscalização adequada, me pergunto onde estão nossos representantes eleitos que não protocolaram um requerimento se quer a cerca do tema?

Precisamos de providências urgentes ou ficaremos mais uma vez a mercê do descaso com o cidadão de bem que trabalha para custear impostos, ministérios, cabides de empregos, negociatas obscuras, corrupção…

Nós merecemos mais que isso.

 

(Lorena Ayres, advogada, articulista e comendadora)

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