Opinião

Os bobos da Corte

Diário da Manhã

Publicado em 5 de março de 2017 às 00:51 | Atualizado há 8 anos

Eu não sou “totalmente” responsável pelo que sou, porquanto, lógico, grande parte de “mim” constitui-se de ensinamentos, influencias, introjeções, projeções e subjetividades, enfim, os inúmeros fenômenos que são artifícios para a mente, que mente, proteger-nos para não enlouquecermos de vez, ou suicidar, que tornou-se a segunda causa de morte, lógico, no Brasil, de jovens entre 14 e 25 anos, então, com tanta ficção porque, afinal, estamos, consciente e inconsciente emente, alimentando-nos, constituindo-nos com uma recente realidade virtual, com a visão, audição, paladar, tato, intuições, sonhos, as influencias de pessoas e bilhões de coisas”, com a nossa história, lógico, a nossa imaginação trata de nos poupar distorcendo a realidade, subjetivando-a aos nossos interesses conscientes e inconscientes, então, imaginem, para tentar compreender todo esse complexo apaixonei-me por história, religião, psicanálise, sociologia e  política tentando, todavia, principalmente, compreender a vida desgraçada que levava quando criança e adolescente, inclusive a incompatibilidade com o papai que era militar e me machucava muito, psicológica e fisicamente porque, coitado, ele queria porque queria que eu seguisse a carreira militar na Aeronáutica, em Pirassununga  e, lógico, incompatibilizamo-nos porque sou apaixonado, desde quando usava calça curta e era rato da “Biblioteca Altino Arantes” e da “Biblioteca Municipal  Padre Euclides”, ambas de  Ribeirão Preto, pelo jornalismo verdadeiro, o jornalismo do Luciano Lepera, meu primeiro editor-geral, o jornalismo do Bóris Casoy, que foi editor-geral da “Folha de. São Paulo” e orgulha-se de não ter cursado faculdade de jornalismo, enfim, o jornalismo do nosso Caderno, o “Opinião Pública” e, verdade, tenho inúmeras testemunhas vivas, graças a Deus, que com apenas 15 anos, já havia lido toda a obra do criador da psicanálise, Sigmund Freud, que era médico oftalmologista; toda a obra do sociólogo inglês Erich Fromm; toda a obra do filósofo e escritor alemão Hermann Hesse, um dos maiores pensadores do século passado; toda a obra do escritor e filósofo frances Jean- Paul Sartre;  toda a obra do brasileiro, maranhense, arquiteto Evaldo Coutinho, criador da “Visão Fisionômica”, uma das figuras mais injustiçada, mais desrespeitada pelos acadêmicos, que se dizem brasileiros e são, na verdade, vadios sem pátria nem ideologia, que se dizem intelectuais e, com cara de pau, lustrada com o óleo de peroba mais refinado do planeta, se desculpam sussurrando que não conhecem e nunca tinham ouvido falar, repito, de Evaldo Coutinho, enfim, voltando, Aldous Huxley, não seus best-sellers, suas obras psicanalíticas e filosóficas e já estou me prolongando demais. Vou finalizar e tentar fazer jus ao título no derradeiro parágrafo.

Eu ia discorrer mais sobre a minha torcida pelo governo atual, mas, prometo, serei objetivo. Eu sei que o seu líder, algo a se temer, não é um Rui Barbosa, entretanto, conhece, como o ilustre baiano, os meandros das diversas, complexas, enigmáticas, inescrutáveis nuanças legais, tanto na Câmara como no Senado, da Vice e, agora, lógico, até da Presidência. Ele é, certamente, um dos poucos que pode conquistar a tão sonhada reforma real. Não podemos esquecer do período do impechiment, quando o abismo era visualizado pelos pessimistas e todas as medidas econômicas perspectivavam retomada de crescimento em 2018 ou 2019. Não é o que estamos vendo. Estamos vendo cada vez mais horizonte, mais retomada econômica e, mais, estamos vendo gente na cadeia. O poderoso político João Cunha; o maior empresário no ramo da construção, Marcelo “Oldxeque”; o intocável médico sanitarista, ex-prefeito de Ribeirão Preto, ministro poderosissimo, Antonio Palocci, todos estão, agora – se não estiverem prestando depoimento – enclausurados em, se não me falhe a memória, 12 metros quadrados, 22 horas por dia, com apenas duas para tomar sol, totalmente isolados, sob vigilância diuturna, constante através de câmeras, sem contato nenhum com o mundo, nem por tv, rádio ou celular, podendo, data vênia, ler. Talvez leiam algumas das obras que li e passem a compreender a razão que me faz fazer uma careta todas as vezes que alguém me pergunta porque não me envolvo com política. Gosto de pensar, durante o meu dia que, embora a minha vida não seja vivida no país das maravilhas, ao menos muitos dos causadores de tantas desgraças, crimes, fome, doenças estão lá, isolados, tendo todo o tempo para pensarem, reconsiderarem o que fizeram, pedirem perdão a Deus e contribuírem ao máximo, sem mentiras, para passarmos, afinal, o país a limpo. Até.

 

(Henrique Gonçalves Dias é jornalista)

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