Pesquisas eleitorais, em qual acreditar?
Diário da Manhã
Publicado em 8 de agosto de 2018 às 23:01 | Atualizado há 6 anosDizem que a boa pesquisa é aquela que favorece quem apoiamos, mas os desacertos de alguns institutos renomados, tem deixado os goianos cabreiros e repletos de dúvidas, até mesmo nas que se dizem confiar.
Em época da instantaneidade das notícias, principalmente, nas mídias sociais, temos visto um festival de percentual que nos deixa atônitos. O certo é que a campanha oficial nem mesmo começou e os ânimos já se encontram bastante acirrados, fazendo brotar analistas políticos, matemáticos, que me faz lembrar de um artigo do filósofo Paulo Ghiraldelli, professor da ECA-USP, intitulado: “Emburrecimento seletivo”.
Para o eminente professor, em todo e qualquer país há três tipos de pessoas: os cultos, os ignorantes e os semicultos, que torna-se uma anomalia nos lugares que os semicultos aumentam de maneira desproporcional.
Quem seriam os semicultos? São os sabichões. Os que xingam um juiz que condenou ou soltou alguém, sem, no entanto, entender os detalhes técnicos legais da ação. São as pessoas que, por conta de poderem veicular ideias, acham que sabem mais do que sabem, assim descreve o filósofo.
Diante de todo esse alarido, o que me incomoda são as fake news os haters e trolls. Por mais que a justiça eleitoral tente barrá-los, dificilmente conseguirá. O que precisamos urgentemente é de um rígido controle e uma faxina nas Redes Sociais, onde a imbecilidade de alguns reina absoluta e, em certos momentos, torna-se um grande lixão de asneiras, inconsequências e descomedimentos.
Mas voltemos as pesquisas… Os índices de acertos dos institutos foram poucos em eleições passadas. Sem precisar nominá-los, posso seguramente dizer que houveram erros grotescos, com margem de erro que ultrapassaram os 10% (dez por cento), em instituto de renome nacional e daqui também – nunca ouvi justificativas para tais errôneas projeções.
Poucos são os que leem as metodologias das pesquisas, que sempre estão em letras minúsculas no final dos jornais e nos materiais de propaganda distribuído. A bem da verdade: querem que vejamos somente os números.
Tenho observado um modo interessante de observá-las e melhor compreendê-las, através de uma explicação clara e objetiva, com questionamentos simples da avaliação dos percentuais.
Quero parabenizar publicamente a Rede Record – a qual tenho sempre acompanhado o seu telejornalismo, que contratou o Instituto Real Time Big Data, de São Paulo, para realizar pesquisas que já estão em sua terceira rodada, onde os âncoras do jornalismo da emissora realizaram uma grande sabatina com o cientista político Bruno Soller, que explicou detalhadamente. Gostaria muito de ver a mesma atitude em outros institutos.
É óbvio que o candidato que perde ponto, tem nas palavras e avaliações de seus apoiadores de que as pesquisas não são sérias, que foram compradas, que estão equivocados etc. Mas dentro de minhas modestas e limitadas avaliações, este instituto tem sido o que eu tenho seguido e acreditado, independentemente, de minhas preferências e opções políticas.
Ainda que as pesquisas sejam feitas com vários critérios, dados confiáveis e a supervisão de um estatístico, elas não se baseiam em valores absolutos, mas sim em estimativas. Além disso, a validade das pesquisas eleitorais depende da opinião pública, que varia constantemente. Por isso os resultados não são exatos, e são acompanhados sempre da chamada margem de erro – só que uns ultrapassam muito a margem aceitável.
As eleições têm progredido muito no cerceamento de atos que possam colaborar com os mais abastados, mas mesmo assim, há um bazar de promessas com todo tipo de tentativas de encantamento dos eleitores, que já não caem tão facilmente no conto do vigário.
Para quem não assistiu, recomendo acompanharem as avaliações no telejornalismo da Record. Compare o que dizem e vejam nas ruas, com seus familiares, amigos, nas escolas, universidades, o que pensa e o que deseja os eleitores.
(Cleverlan Antônio do Vale, gestor público, administrador de empresas, pós-graduado em Gestão Pública e Docência Universitária, proprietário da Valle Assessoria e Comunicação, articulista do Diário da Manhã – cleverlanva[email protected])
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