Por que Trump? Uma visão simplista para pensar
Diário da Manhã
Publicado em 8 de dezembro de 2016 às 02:09 | Atualizado há 8 anosDesde que a politica americana se polarizou entre os partidos Republicano e Democrata, em 1852 com a eleição de Franklin Pierce, o 14º presidente daquele país, os Republicanos ganharam as eleições 18 vezes contra 13 do Democratas o que, por si só, denota uma certa preferência do eleitor pelo partido da tradição. É uma impressão, não uma verdade científica, pois nos últimos 10 mandatos, esta conta ficou divida meio a meio, com 5 mandatos para cada. Se olharmos para os últimos 10 presidentes, notamos que esta regra se repete, ficando 7 mandatos com os republicanos e 7 com os democratas, o que pode-se tomar como uma inclinação do eleitor ao equilíbrio entre as duas legendas. Na verdade, se observa um certo padrão de alternância. A especulação está em: Porquê?
Jeorge Bush pai, o 41º presidente, liderou o país numa guerra contra o Iraque de Sadan Russem que acabara de invadir o Kwait, grande fornecedor de petróleo aos Americanos. Internamente enfrentava uma crise econômica, mas manteve a popularidade ao vencer, ainda que parcialmente, o grande inimigo da liberdade e dos direitos internacionais da época, personalizado em Sadam Russem. O fracasso de Bush pai nas eleições seguintes é dada como resultante do fracasso econômico, o que o obrigou a aliar-se aos democratas para aumento de impostos, indo de encontro aos interesses de seu próprio partido. Pode-se dizer então que, aumento de impostos, desemprego e crise econômica influiram na escolha dos eleitores.
Bill Clinton, Democrata, substitui Bush pai numa época de expansão econômica, o que lhe favoreceu grandemente. Na politica econômica adotou postura conservadora, promoveu a reforma na politica de assistência social, obteve superávit nas contas públicas e ganhou do eleitor o direito a um segundo mandato, tornando-se o terceiro Democrata a conquistar tal privilégio. No quesito politica externa, não fez muito diferente do seu antecessor o que leva a crer que tais feitos não tiveram grande influência na sua popularidade. Seu segundo mandato ficou conhecido por escândalos, sendo o mais conhecido, embora não o mais grave, o que envolvia a estagiária Monika Lewinsk que quase lhe custou o mandato. Terminou com grau aceitável de popularidade, mas não foi capaz de eleger seu sucessor, o vice Al Gore.
Jorge W Bush filho, Republicano como o pai, foi mais agressivo que seus antecessores na questão de relações internacionais. Empenhou-se em terminar a guerra no Iraque, que o pai deixara inacabada e que foi ignorada por Clinton. O ambiente de recessão econômica em que assumiu o governo foi enfraquecida pelos atentados de 11/09/2001, o que fortaleceu seu caráter beligerante com os inimigos históricos principalmente o Afeganistão e Iraque. A economia deteriorada, o desemprego crescente e aumento de impostos e taxas deveriam ter minado a carreira do presidente. Mas o envolvimento emocional dos eleitores ante o atentado parece ter diluído esta percepção, o que lhe garantiu um segundo mandato. Já no final de seu governo, tentou uma redução de impostos o que foi criticado até mesmo por seu partido. Isto foi o suficiente para que não fizesse sucessor. Ganhou o nosso conhecido, Sr Barck Obama.
Barack Obama, Democrata, distribui gentilezas com verbas públicas apesar das sucessivas crises econômicas que vem agitando o mundo moderno. Incluiu 4 milhões de crianças no programa de seguridade social do governo, aumentou verbas para pesquisa cientifica, abriu o país à imigração, retirou tropas de áreas conflagradas, foi reticente em conflitos que, historicamente, tiveram o envolvimento e interesse econômico Americano além de ter cedido à pressão a cerca dos supostos terroristas presos em Guantanamo. A recessão só agravou-se, aumentou o desemprego, o país tornou-se cada vez mais vulnerável aos ataques terroristas que, até então ocorriam com mais frequência para além das fronteiras do país. Obama termina o mandato com a impressão de ser um presidente fraco, dúbio no trato com inimigos e relutante na politica econômica. Quadro perfeito para um adversário, agravado com o fato de o adversário ser Donald Trump.
Donald Trump foi o candidato perfeito para os Republicanos. É tudo que Obama não é. É positivo e até exagerado nos seus posicionamentos. Fala o que pensa. Aponta os inimigos e o que fará contra eles. Elenca soluções fantasiosas para a economia e brada palavras de ordem que a clack ama. Ainda que sejam mentiras suas promessas, não serão maiores do que foi Obama. Ainda mais, sendo Hilary, a candidata de seu partido, tão tatibitati quanto ele. Favas contadas, embora dizer isto agora seja mais fácil.
O resumo é o seguinte: o maior responsável pela definição eleitoral é sempre o mandato anterior. Governo ruim, seu candidato perde. Governo bom, facilita a vitória. O que o povo quer é emprego e uma economia forte e responsável. Se vier com saúde, educação e segurança, melhor. É assim; Então, não culpem Trump pela vitória nos EUA. Culpem Obama. Como se deve culpar Lula por Dilma e Dilma por Temer. A Temer, caberá nomear seu sucessor. Aos governadores também.
(Avelar Lopes de Viveiros, coronel RR da PMGO)
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