Praticar esporte, estudar e trabalhar na adolescência rola?
Diário da Manhã
Publicado em 16 de março de 2018 às 01:03 | Atualizado há 7 anosComo praticar esporte, estudar e trabalhar?
O Estatuto da Criança e do Adolescente; Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, cultura e esporte, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho
O jovem adolescente pode trabalhar ou não? Para que possa trabalhar o adolescente precisa deixar a escola e o esporte? A resposta é um sonoro (NÃO). É evidente que dá pra conciliar tudo, basta estabelecer regras, seja criterioso, tenha disciplina e tudo com certeza vai fluir de maneira desejada. Existe o programa “Jovem Apendiz” que é muito interessante.
Começar a trabalhar é um marco na vida. Porém,como e onde se trabalha são fatores que podem transformar essa experiência de forma positiva ou negativa para o desenvolvimento de um adolescente. Muitas vezes, essa não é uma decisão do próprio adolescente, mas um resultado da pressão feita pela família e até mesmo pela sociedade.
Independente da opinião dos adultos da casa, existem limitações legais para o trabalho realizado por adolescentes, a legislação brasileira segue as normas da Organização Internacional do Trabalho. Dos 14 aos 16 anos, eles podem apenas ser aprendizes, se estiverem matriculados em cursos profissionalizantes. Entre 16 e 17 anos, podem ter carteira de trabalho e ser registrados, mas com autorização e supervisão dos pais ou responsáveis. “Os pais ou responsáveis precisam autorizar a emissão da carteira de trabalho e assinar o contrato em conjunto com o menor. Também têm obrigação de vetar o trabalho caso seja insalubre – que expõe á substâncias nocivas à saúde –, perigoso – que coloque a vida em risco – ou em horário noturno – das 22h às 5h. Outra responsabilidade dos adultos é não permitir que os filhos assumam trabalhos que prejudiquem a moral, saúde ou escolaridade.
Alguns críticos entendem que é precoce que alguém com menos de 18 anos comece a trabalhar. É começar a vida de adulto muito cedo. Eles vão trabalhar em vez de fazerem cursos extracurriculares, se aperfeiçoarem em línguas, praticarem esportes, que são tão importantes para o lazer e a socialização.
A verdade é que: os adolescentes de hoje são superprotegidos e não conhecem a realidade do mundo adulto. Então, ter acesso a algumas tarefas fora do ambiente escolar e fora do esporte, pode ser beneficio sim, também pode buscar a socialização trabalhando.
De acordo com a psicóloga Valentina Pigozzi , autora do livro “Celebre a Autonomia do Adolescente” (Editora Gente), se a motivação do jovem é conhecer melhor uma área profissional que ele possa ter interesse em explorar no futuro, esse trabalho pode ser vantajoso. Aos 17 anos, a pessoa é obrigada a saber com exatidão o que vai ser na vida adulta, que trabalho vai executar, junto à ideia de que tem de ser uma profissão bem remunerada. É tremenda ansiedade, muitas vezes a experiência antes da escolha da carreira é muito positiva! Se a decisão da família foi permitir que, o jovem consiga um trabalho, é importante que os pais acompanhem o dia a dia do filho nesse novo ambiente. Mas é bom que se lembre que não se pode deixar a escola e o esporte que pratica, pelo trabalho, dá pra conciliar tudo e também os cursos profissionalizantes.
Os Pais devem prestar atenção em como ele está reagindo ao trabalho.
É importante também ajudar o adolescente a organizar sua nova rotina. Quando ele vai para um contexto social mais adulto, vai acabar enfrentando com mais frequência o lado negativo das atitudes humanas. Tais como: chefes abusivos e uma demissão injusta como situações que podem afetar o adolescente. Se tiver alguém para orientar nesse momento, pode criar uma maturidade e uma musculatura que vão ajudar no futuro. Um dos principais desafios da vida adulta é o momento de procurar um lugar no mercado de trabalho. Sem experiência nenhuma, ainda com muito medo de tudo, uma vaga de emprego pode ir por água abaixo por conta dessa insegurança.
Trabalhar na adolescência rola. Mas, na função de aprendiz e com todos os direitos garantidos, para que o adolescente não seja prejudicado de nenhuma forma. Dar sempre prioridade a educação, esporte e cursos profissionalizantes. Exercer ou tentar qualquer trabalho fora dessas condições estabelecidas, não rola… mesmo.
(André Júnior, membro da UBE – União Brasileira de Escritores-Goiás. escritorliterario@yahoo.com.br)
]]>