Quem quer que a saúde pública municipal melhore?
Diário da Manhã
Publicado em 5 de dezembro de 2017 às 22:02 | Atualizado há 7 anosA saúde pública em Goiânia não está pior do que estava há um ano ou dois anos atrás. É só revirar os arquivos dos mesmos veículos que hoje fazem espetáculos com a desgraça alheia e avaliarem. Isso é fato, sobretudo porque o problema da saúde pública é histórico e nacional e sempre foi a pauta preferida dos meios de comunicação.
Em 2016, Paulo Garcia investiu mais de R$ 1 bilhão na saúde municipal e o tal caos era retratado todos os dias nas emissoras de TV, rádios, jornais e blogs. Nos dois primeiros quadrimestres de 2017, a gestão Iris Rezende investiu mais de R$ 750 milhões na pasta e as TVs, Rádios, Jornais e Blogs continuam mostrando situações de caos. Seria magnífico se não houvesse nada de ruim para se mostrar no âmbito da saúde pública. Talvez um dia cheguemos lá, mas pra isso alguém tem que ter a coragem de iniciar o processo de mudanças.
A secretária Fátima Mrué assumiu com o propósito de mudar essa triste realidade da saúde municipal goianiense. Entendeu desde logo que o problema não se restringia a recursos. Existe um intrincado e nefasto esquema de privilégios arraigado no cerne da saúde pública, cujo objetivo é o de manter o poder político e econômico de alguns em detrimento da boa prestação de serviços a todos os usuários do sistema. O sensacionalismo, o populismo, o oportunismo e a politicagem dominam o desejo daqueles que querem que a coisa descambe. Quanto pior, melhor!
Como disse, ninguém nega a deficiência do sistema e, obviamente, muitos usuários sofrem essa má prestação de serviços. Solidarizo-me com todos eles. Mas há que se ter coragem de resolver o problema e isso só será possível se o gestor tocar um projeto adiante. E esse projeto deve acabar com privilégios, desfazer esquemas e criar mecanismos que favoreçam o usuário final, de forma que os prestadores cumpram o que foi pactuado, que os médicos credenciados cumpram seus horários e que as UTIs contratadas estejam à disposição da rede pública. Além disso, é necessário que se restabeleça a lógica de usuários do SUS em Goiânia. Não é crível que uma cidade com 1,4 milhão de habitantes tenha cadastrado cerca de 4,5 milhões de usuários do SUS declarando que residem na cidade.
Está em curso um processo de quebra de paradigmas na saúde pública municipal de Goiânia e isso tem consequências, porque, como disse, desagrada muita gente que tem perdido seus privilégios. Muitos se opõem a essas mudanças e criam obstáculos. O novo sistema de regulação, que começou a funcionar na semana passada, coloca fim às filas do chequinho e aos privilégios de muitos que usaram, por décadas, essa sistemática de marcação de exames como meio de se locupletarem.
Torço para que a atual secretária de saúde de Goiânia permaneça firme e toque adiante o seu projeto de mudar a cara da saúde goianiense. Coragem e vontade ela já provou que tem. No futuro, não tenho dúvidas, a população de Goiânia haverá de reconhecê-la como aquela que mudou a realidade da saúde pública na Capital.
(Marcos de Oliveira, presidente da juventude do PMDB de Goiânia)
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