Retórico? Eu? Lógico! Não?
Diário da Manhã
Publicado em 1 de setembro de 2018 às 00:12 | Atualizado há 6 anosNão me lembrava do artigo, mas, lógico, o misericordioso leitor, ainda mais o assíduo de boa memória, haverá de lembrar-se do escrevinhador – que muitos diziam à época estar sofrendo de alguma enfermidade mental, ou seja, simplificando o diagnóstico, ficando “Lelé da Cuca” – todo o tempo, toda a hora, em todos os artigos, repetindo, logo nas primeiras linhas – e, lógico, bem antes da pandemia “fakenews” – que não mente “em hipótese alguma”, “não omite nada”, que escrever não é como falar, discursar quando, muitas vezes, “sem querer querendo”, ou seja, “inconscientemente” mentimos, omitimos, aumentamos, diminuímos, acrescentamos, subtraímos algo, ou, alguma coisa e, na maioria das vezes, não há como corrigir, reparar o “erro”, a mentira, o dito, o falado, o pronunciado, aqui não! Escrevendo, digitando, podemos revisar, apagar, deletar, corrigir, mentir aqui é mais que pecar, é blasfemar, pois, podemos, escrevendo, inclusive ampliar, para aprimorar – em alguns casos provocar, o que parece estar ocorrendo com o “nosso” escrevinhador na sua relação com alguns leitores que o criticam – as redundâncias, as tergiversações, os circunlóquios, os “rodeios” e, sou forçado à ir em sua defesa, tenho que mencionar que o escrevinhador não é tão burro assim, ele sabe que a maioria dos leitores prefere textos mais enxutos, concisos, objetivos, sem rodeios, entretanto, prefere continuar teimando, alega que não escreve para a maioria, escreve para a minoria, que gosta de ficar dando voltas. Eu sei que ele foi muito criticado pelo pai e acho que, na verdade, não admite, digamos, “críticos mais severos” – por ele alcunhados de “Taizinhos” – que o acusam de “ficar só inventando”, escrevendo “lengalenga”, “blábláblá”, “conversa fiada”, “conversa pra boi dormir”, que só “quer se aparecer” – quem escreve “pode” escrever “só” para se “esconder”? – repisa, repisa, repete, repete e nunca vai direto ao ponto, com infindáveis intervenções com travessões, sem falar nas vírgulas, vírgulas não, curvas, curvas labirínticas, inócuas, verdadeiros suplícios, tudo, lógico, segundo os “tais” Taizinhos, que afirmam também: “Chega-se ao final dos seus textos sem tê-lo visto, sequer, fazer jus ao título. Tudo sem, absolutamente, nenhum nexo, uma “verdadeira” confusão, perda de tempo”. Aí vêm os juramentos de não perderem mais os seus preciosíssimos tempos com ele, aliás, com os seus artigos, bem, eu sei que, de certa forma eles têm razão, ele é mesmo muito retórico, então, vejamos, aliás, nem vou prosseguir, vou logo finalizar este primeiro parágrafo, lógico, afinal, os mestres ensinam-nos que parágrafos extensos, longos, afugentam leitores eventuais, quanto mais quando o autor envereda-se com lamúrias, lamentações, reclamações, aí é, mesmo, conversa pra boi dormir, então, afinal, eis o segundo parágrafo:
Sobre o artigo, mencionado no introito, foi um amigo, ao telefone, brincando, gargalhando, dizendo que eu estou implicando “demais da conta” com o “Facebook”, que eu seria processado, que me fez lembrar o texto. Pensei que referia-se aos artigos “A verdadeira “face” do Face”, ou, a sua continuação – para evitar “aborrecimentos” com aquela empresa estadunidense – sob título: “A verdadeira “cara” do Carabook”, publicados recentemente, entretanto, referia-se ao artigo: “O “Facebook” e a língua”, publicado, lógico, neste premiado Caderno, na edição do dia 15 de junho de 2015, repetindo: 2015! Lógico, senti-me lisonjeadíssimo com a lembrança e a brincadeira do amigo. Logo que desligamos corri para o “Word” e localizei o artigo e, acreditando que o misericordioso leitor gostará, tomo a liberdade de transcrever o primeiro parágrafo, ei-lo:
“Dizem que o tal do Facebook – para facilitar-nos, doravante, somente Face – começa pegando na sua mão, de modo bem discreto e, quando você menos espera, você está “casado” com uma “entidade” que sabe mais sobre você do que o seu cônjuge ou, o seu confidente. No começo foi assim comigo também, e por que não seria não é mesmo? Confesso, estou me dando muito bem nesse “relacionamento”…”. Mais adiante – e “estamos” em 2015 – o escrevinhador provoca:
“Tem até gente querendo processar Mark Zuckerberg, mas, claro, para toda a regra existe uma, ou, mais exceções. O tal do “Face”, também, pode “virar” um verdadeiro inferno na vida de uma pessoa. No Reino Unido, por exemplo, um terço dos divórcios ocorre porque um dos parceiros viu, ou, rastreou algo no “Face” do companheiro. Imagine o que ocorre no resto do mundo, afinal, são um bilhão e trezentos milhões de usuários. Milhões de crimes em decorrência da má utilização da “ferramenta” onde há muita coisa imunda, muita pornografia, pedofilia e muito mais que nem vale a pena ficarmos comentando”.
Lógico, voltarei a importunar o misericordioso leitor com uma continuação, com uma “segunda parte”, para tentar fazer jus ao título, será que os “Taizinhos” vão gostar? Até.
(Henrique Gonçalves Dias, jornalista)
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