Salvadores da pátria?
Diário da Manhã
Publicado em 1 de setembro de 2018 às 00:21 | Atualizado há 6 anosDirão muitos que é preciso ter muito cuidado com os possíveis Salvadores da Pátria, retirando da nossa pretensão de votar tais quadros, quase místicos, depositando nos ombros de um único homem, o apresentar soluções para problemas cuja duração se perde na noite dos séculos.
E lembrarão: há menos de três lustros, a maior parte do eleitorado brasileiro, elegeu por duas vezes um torneiro mecânico e líder sindical, para Presidente da República, na confirmação da confraria dos avançadinhos, que colaborou sem querer com a maior tentativa silenciosa de implantar o comunismo, no maior e mais desenvolvido país da América Latina.
E indagam: há alguma semelhança entre esse passado de triste recordação e as pretensões do controverso Jair Bolsonaro, não figurava assim também, o ex-líder sindical e Fernando Collor de Mello? Até que ponto podemos aceitar, ainda que como possibilidade, imaginar que um desses três homens, ou mesmo outro, possa conduzir com maestria jamais vista, pontuada pela honestidade, os caminhos do Brasil em direção a um progresso não imaginado, e não sujeito a soluções de continuidade?
Quando alinhamos os três perfis, encontramos semelhança de propósitos, o discurso dos três é o mesmo hoje? É cabível imaginar a manutenção ou a mudança no arcabouço das ideias esposadas por cada um desses cidadãos? Suas atitudes ao longo desses 27 anos terão evoluído? A história como repositória das verdades, nos apresentará a resposta, infelizmente as menos alvissareiras do que gostaríamos de obter. E repetimos, seus discursos mudaram?
Comentando primeiro sobre o ex-lider sindical, em seu percurso enquanto dono do poder, presidente por 10 anos e Richelieu dos trópicos por outros 5 anos, comandou a república brasileira por quase 15 anos. Em seu mandato tivemos o grande golpe corrupto, o mensalão, construído por José Dirceu, braço forte do governo petista, na sala contígua, o presidente de nada sabia, sendo o dito cujo seu Chefe da Casa Civil, por consequência seu homem de confiança. Na condição de Presidente e homem conhecedor de tantos estratagemas, nada sabia, nem admitia a ideia de ter acontecido na casa maior do poder!
Em nossos dias, é convicção geral de que seu partido foi o artífice do golpe financeiro intitulado mensalão, como uma espécie de ensaio para o golpe bilionário impetrado como o Petrolão, sem precedentes na história pátria, causando o desastre econômico conhecido por toda a população. Como consequência, muitos militantes do PT, PP, PMDB foram alcançados pela justiça, ou já condenados, ou na condição de réus aguardando julgamento, conforme os registros nos processos.
À indagação se mudaram seus discurso, diria em relação ao presidente nos anos 2003 a 2010, que ainda se atreve a manter o discurso socialista (na verdade com propósito comunista), a dizer aos quatro ventos que é o homem mais honesto da Terra, que seu governo foi pautado pela ética, que se houveram maracutáis não ocorreram por sua ordem ou com seu conhecimento, que se eleito novamente vai devolver ao povo a anterior prosperidade, sem pensar em como serão pagas as dívidas contraídas pela nova classe média, mensurada a níveis inferiores, conforme ocorrido na primeira experiência.
Infelizmente para os seus seguidores, em sua maioria já de posse da carteirinha de não te apoio mais , e a parcela dos que cegamente, ainda o acompanham, a grande dificuldade de prosseguir acreditando, que a chama da verdade não está inteiramente apagada em seu discurso, em permanente rota de colisão com a sua realidade atual e futura.
Quanto ao nosso caçador de marajás , seu mandato de triste lembrança, após caçar a poupança de pobres e ricos, numa medida suicida, numa trajetória de Indiana Jones tropical, é apanhado com a boca no gargalo ao ser identificada a aquisição de uma Elba-Fiat, resultante de ilicitude incompatibilizadora com o cargo de mandatário maior da nação. Desse fato ao processo de imptcheman foi um salto estimulado à verve política e à reação da população nas ruas, basta lembrar dos caras pintadas.
Sua vida política após a cassação, atuando como senador, jamais teve os respingos do pretenso líder à direita, que parecia a muitos o paladino da salvação, se mantendo grosseiro, orgulhoso e até truculento, se nos recordarmos do passado recente, onde distrata estupidamente o ex-senador pelo Estado do Rio Grande do Sul, Pedro Simon, que ao término de carreira brilhante e sem nódoa, se vê desacatado em plena sessão pública, pelo inclemente senador das Alagoas.
Isso posto e observando sua rota política, não temos nenhuma motivação para acreditar, que ainda exista ao menos sombra do homem, que se configurou para uma multidão de enganados eleitores, como o Cavaleiro da Mudança! Os mandatos que sucederão à cassação, foram pautados pelo quase anonimato, se sustentando tão somente em suas bases do Estado de Alagoas. Em linhas gerais não há muito a esperar
O terceiro, o militar da reserva, baixando serviço na condição de Capitão, após julgado pelo STM. Já sabido por todos, abraça a política, trazendo também seus filhos para essa arena, centraliza suas atividades aí, vendo quem sabe, meio de melhor lutar pelos seus propósitos de servir a pátria, se não com heroísmo explícito, mas estar lá, no momento e local certo, dizendo sim, estou pronto para servir o meu país, pagarei o preço!
Pelos analistas de plantão, comprometidos em boa parte com as teorias comunistas, até ontem, força motriz do governo que permaneceu 15 anos no poder, o candidato até recentemente inimaginado, é um bronco filho da ditadura militar, por sua anterior truculência e desatinos verbalísticos, impensável considerar qualquer possibilidade de tê-lo no rol dos candidatos, mas em ocorrendo, mais distante fica a possibilidade de vê-lo eleito. Em seu conceito, caminharemos para o retrocesso, amarrando a Democracia à divisas militares, reeditando segundo pensam, os anos de chumbo nas Terras do Cruzeiro.
Temo também uma má escolha nesse momento crucial, por que passa nosso país. Impossível mensurar o âmbito do caos em que se meteria nosso país, e o quanto sofreria seu povo. Todavia, até que ponto podemos usando nossa bola de cristal, ter a convicção de que o Senhor Bolsonaro é movido somente por más intenções, pretendendo se dar bem e indiferente aos destinos do Brasil. Não seria o patriota que diz ser, por que nosso cristal assim indica; ou o nosso preconceito circulante é tão absurdo que seremos capazes de condenar o projeto alheio, julgando e condenando pelo pior dos prismas constantes no menu de nossa maledicência, o da adivinhação à sugestão lógica.
Fosse outro o fator motivador desses críticos, movido à ideais ultrapassados, concordaria em grau, gênero e número com eles, mas me permitiria fazer o que se espera de gente justa e racional, que vê um palmo além do próprio nariz, admitindo via análise do postulante ao mandato, não de ideia preconcebida, mas partindo do conhecer o mais próximo da realidade, os propósitos insertos no corpo do projeto de governo. Comparando tudo com sua vida pregressa e os progressos havidos nos últimos 35 anos. Com esses elementos alinhados, poderia melhor concluir pela razoabilidade ou não, de se inaugurar um governo inteiramente vocacionado pelo bem do Brasil, jamais tergiversando em se tratando dos interesses nacionais.
Se tudo isso é verdadeiro na proposição desse candidato, adicionando à grande impopularidade do passado, o chegar ao topo da preferência a nível das pesquisas promovidas no país, mostrando o agora mais exposto cidadão, sujeito ao desnudamento característico dessas circunstâncias, com a performance ora firme e vitoriosa, ora nem tanto. Note-se aí que o candidato incomoda aos seguimentos de esquerda, inclusive a mídia, que tem batido sem misericórdia, num esforço constante para caracterizá-lo como futuro ditador e incompetente, inclusive por assumir que não sabe tudo, se valendo do conhecimento de outros compatriotas.
Evidente que o Brasil não precisa e nem dispõe de um salvador, mas sim de cidadãos que o amem incondicionalmente, e se postem com o espírito de servir ao país e seu povo, dando o seu melhor nos 4 anos, em perfeito divórcio da política do toma lá e dá cá. Observemos com muito rigor todos os perfis de todos os candidatos em nossa alça de mira do voto, pois errando com critério e erraremos, é que eleições à frente teremos o início da consolidação de bases em todos os Estados, depuradas pela perseverança do eleitor, configurando plataformas políticas e propósitos inteiramente afastado do ranço dos vendilhões da pátria, movidos à corrupção.
Esse quadro quase bucólico e fantasioso, é sim, possível de realizar, mas tal se dará unicamente pela diametral transformação da população, que não esperará que somente os políticos se tornem exemplos de honestidade e correção comportamental, se habilitando à condição de lembrar ao outro de praticar a honestidade em todos os gestos, por que ele, cidadão não está sentado sobre o próprio rabo, cobrando ao outro algo que não faz parte de suas práticas diárias.
Eleição de 2018 há de ser pois, o marco do início da mudança, efetivada pela fé racional, transformando todos em construtores não mais do país do futuro, mas sim, o país do presente, que merece de nós desempenho perseverante na filtragem dos nomes escolhidos. Todos sabem que não é bastante essa gloriosa atitude em favor da nação, para que dê frutos melhorados, se exige do esperançoso eleitor, agora mais objetivo e seguro, a predisposição de acompanhar seu candidato eleito na condição de empossado, observando seus projetos e seus possíveis efeitos, se pronunciando de maneira aquecer a memória do agora nosso servidor e empregado do Brasil.
Brasília, 8-8-2018
(Nilson Ribeiro, aposentado, amante das artes gráficas e da poesia. Sem diploma universitário, ama escrever da poesia ao romance, não tem filiação política, tendo no período da chamada Revolução de 64 ou Golpe Militar, dado sua contribuição enquanto cidadão, sem envolvimento direto, tem a consciência tranquila de ter dado o seu melhor, mesmo sem pegar em armas ou ocupar a tribuna . Natural de Anápolis-Goiás, tem 69 anos e reside no Distrito Federal desde 1971)
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