Sem reforma política, nada
Diário da Manhã
Publicado em 27 de agosto de 2018 às 23:20 | Atualizado há 6 anosSe o próximo presidente da República – seja ele que for – não mandar para o Congresso, nos três primeiros meses de governo, o projeto de uma ampla reforma política que possa mudar os rumos do país, vamos continuar como estamos. O presidente eleito tem que ser alguém que assuma com autoridade e que tenha vontade política de implantar, não só a política, mas as outras reformas para destravar o desenvolvimento social e econômico, como as reformas tributária, previdenciária, da educação e, acreditem, até mesmo do sistema de segurança. Sem as reformas não teremos mudanças. Ficarmos, no melhor do cenário como estamos, mas sempre com a perspectiva de piora, até quando ninguém sabe. O presidente eleito tem que contar com o respaldo popular para que o Congresso aprove as reformas, principalmente a política. Esta, que merece ser chamada de “mãe de todas as reformas”, vai enfrentar o fisiologismo dos nossos parlamentares, principalmente porque irá contra seus interesses mais íntimos e inconfessáveis Mas a hora e o buraco em que o populismo barato nos enfiou, exigem que todos tenham muito juízo. A começar pelos eleitores. O Brasil poderia estar em outra posição no concerto das nações. Nossa irresponsabilidade nos deixou para trás. A corrupção sempre existiu. aqui e em todo o mundo. A impunidade, resultado de uma legislação frouxa, assegurou campo aberto para os corruptos, que, aparentemente, diminuiu um pouco com a Lava-Jato. Fernando Henrique ao comprar o segundo mandato começou a escancarar a corrupção. Lula e o PT acabaram de abrir as comportas e os números da corrupção aumentaram assustadoramente com mensalão, petrolão e outros esquemas. O futuro presidente tem que estar atento.Se tiver a coragem de, imediatamente após a posse, iniciar o processo da reforma, para que, já em fevereiro, quando tomam posse deputados e senadores, ela comece a transitar, ganha respaldo da população, sem o que ela não vai acontecer.
(Paulo César de Oliveira, jornalista e diretor-geral da revista Viver Brasil e jornal Tudo BH)
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