Súplica à padroeira bem podia resultar política séria não falhasse a fé
Diário da Manhã
Publicado em 23 de novembro de 2015 às 22:56 | Atualizado há 9 anosA religião tem sofrido os mais diferenciados combates ideológicos, filosóficos, culturais e, entre outros tantos, moral em todos os polos do globo, independentemente da linha ou doutrina, e a assertiva se verifica nas mudanças das cartas constitutivas dos países, um exemplo o Brasil que mudou de confessional para laico.
Com pensar direcionado para o campo proposto, assim, focando a realidade atual, certamente considerada a tradição milenar quase imutável dos países orientais, debruçar um olhar menos contemplativo e mais interrogativo no que sucede especialmente nos continentes europeu, americano e asiático, e contribuir para, com base nesse cenário puxando o fio da história e suas transformações que estão alavancando mudanças sociais estruturais e comportamentais, dado que o advento da internet como linguagem mundial resulta numa mídia geradora de uma nova sociedade, a virtual, estabelecendo ao mundo antigo e hodierno um caminhar inovador, mesmo e apesar das regras ainda engatinharem, mas, que esse exercício, e juízo compartilhado, resulte numa convivência harmoniosa com paz e felicidade para e entre os seres do universo, ou pelo menos, ativando o freio da presunção, de nosso planeta terra.
A nossa crença de que tal possa ocorrer no presente e no futuro se firma na influência e peso do sábio pensar, como exemplos Platão e Confúcio, os pensadores mais influentes ou dos mais influentes em toda a terra, em especial o modo pelo qual o primeiro equacionou as questões da verdade que representa até hoje um dos modelos fundamentais do pensamento filosófico e o segundo por fazer o saber jorrar como essência do conhecimento.
Quem teve a oportunidade de navegar no oceano imenso da filosofia por todo o planeta terra, através das mais completas e perfeitas naves do questionar humano terrestre, concebe observar, com maior ou mais ampliada visão, as marchas e contramarchas do pulsar mental, portanto, competente para decifrar enunciados independentemente do campo em que se encontre, tornando-se possíveis e passíveis de serem captados e canalizados para uma revelação compartilhada geradora de avanços inimagináveis séculos ou milênios sucedidos.
Preconceito! Tem idiota que conhece a palavra, mas não o significado. Outros sem conhecimento do significado, mas por estar na moda, usa-a. A banalização deste substantivo masculino, originado do latim “praeconceptu”, chega a dar nojo e nos remete a outro vocábulo latino, “praescitu”, em português “precito”, que significa “sabido de antemão; réprobo; condenado; maldito, etc”.
Dado a explicação concluo que por precito eu, você e todos com pensar e manifestar diferente estão condenados por preconceito. Parece hilário, mas é sério. A patrulha dos imorais está convertendo a moralidade em crime. Pronto! Posso me ferrar pelo juízo. Mas, a quem cabe o poder de fazer calar o laboratório virtual ou imaterial da mente de cada ser humano? O questionar surge e soa por uma razão simples ensinada pelo sábio Confúcio: “A essência do conhecimento consiste em aplicá-lo, uma vez possuído.” E é, também, do mestre oriental a sábia conclusão: “Aprender sem pensar é esforço vão; pensar sem nada aprender é nocivo.”
O Brasil e os brasileiros vivem momentos díspares. Por um lado o agravamento político e econômico pelos malefícios da corrupção. Por outro o avivamento religioso pelos festejos em comemoração ao dia da Padroeira do Brasil.
Em oportunidades outras arrazoamos a política como o intra-espaço social que hasteia ou angustia uma nação. Do mesmo modo concebemos a fé como remédio que transcende e irrompe ideologias e vontades políticas nacionais e internacionais de crédulos e incrédulos.
O agora é agora. Tardar é dormir. Como se faz necessária à coerência de uma multidão que, apesar de maioria, claudica com a moral e não consegue fazer brotar nos lábios o grito de oração preso na garganta, porque a súplica à padroeira bem podia resultar política séria não falhasse a fé.
(Miron Parreira Veloso, jornalista, radialista, escritor, bel. C. Contábeis – G. Público, Livro pub. Gestão Pública – Prática e Teoria – UEG)
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