Opinião

Tecnologia dos curativos

Diário da Manhã

Publicado em 11 de agosto de 2016 às 04:21 | Atualizado há 8 anos

Material indispensável para a cicatrização, o curativo ganhou visibilidade nos laboratórios de pesquisa, que reinventou a maneira como se trata uma ferida, com o desenvolvimento de materiais modernos, específicos para cada tipo, como as secas, com necrose ou esfacelo, causada por úlceras venosas, arteriais e por pressão, queimaduras de primeiro e segundo graus com perda parcial ou total de tecidos, abrasões e lacerações. Entretanto, este universo de materiais que podem ser utilizados para a cicatrização ainda não está disponível para a grande maioria das pessoas atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Cada ferida possui características diferentes e, tipos específicos de curativos, como de hidrocolóide e hidrogel. São materiais caros, mas, com benefícios maravilhosos.

Atualmente os pacientes atendidos pelo SUS têm acesso apenas ao curativo tradicional, com utilização de gaze, que já não é adequado para a maioria das feridas, uma vez que no momento de retirá-lo, o tecido que iniciou a cicatrização também é removido, o que acaba por atrasar a cura da ferida. A gaze é muito agressiva e não deve ser utilizada em curativos. O material apropriado pode permanecer por até sete dias. Ao retirá-lo da ferida, o aspecto de cura já é visível, reduzindo assim o tempo para a cicatrização, enquanto a gaze precisa ser trocada diariamente.

Quem está em processo de tratamento, após passar por traumas, como queimaduras e fraturas graves, terá de conviver com duas situações difíceis, a discriminação, por utilizar faixas ou gesso por um longo período e o sofrimento que um curativo inapropriado gera. Com a instalação de uma central de curativosmunida de materiais apropriados e mais modernos, o período de tratamento dos pacientes seria reduzido, o que, consequentemente, contribuiria para a diminuição da demanda por tratamento e nos gastos com saúde, uma vez que o indivíduo dependeria do SUS por um período menor.

Curativos inapropriados são responsáveis por óbitos e por amputações. Há ainda a possibilidade de contaminação através dos curativos tradicionais, pois, quase sempre falta esterilização adequada, utilização de luva e limpeza da sala. Em Aparecida de Goiânia, uma clínica de curativos conveniada com o município faz o trabalho pertinente à cicatrização de feridas, no entanto, há apenas curativostradicionais. Apenas o Hospital das Clínicas, em Goiânia, possui materiais apropriados para oscurativos, inclusive com a sala de Diabetes, que atende pacientes mais vulneráveis aos traumas, devido à dificuldade de cicatrização ocasionada pela doença. É necessário trabalhar com materiais adequados para que o paciente tenha um atendimento de qualidade. Alguém, por exemplo, que está com uma ferida exposta na barriga, precisa de uma terapia adequada para conseguir a reabilitação.

 

(Cláudia da Saúde, enfermeira, bióloga e pedagoga)

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