Tempo e planejamento
Diário da Manhã
Publicado em 26 de fevereiro de 2016 às 23:43 | Atualizado há 9 anosNobres pretendentes a cargo de prefeito ou vereador nas eleições de outubro próximo, é importante que saibam que os ponteiros do relógio estão correndo e o sufrágio está bem perto, pouco mais de sete meses. Já está passando da hora de acordarem, arregaçarem as mangas e se prepararem muito bem porque as batalhas eleitorais são ácidas e implacáveis, principalmente com os leigos e amadores. Tempo é ouro! Tempo é indiscutivelmente um dos itens mais relevantes em toda pré-campanha e campanha eleitoral. Logo, é imprescindível ter tempo hábil para se preparar de forma mais adequada possível. Isto é, tempo de fazer pesquisas científicas para entender especialmente as mentes e corações do eleitorado, de organizar competente e leal equipe, de nomear e mapear as localidades-alvo, de absorver e decifrar os principais problemas que assolam-nas, de pensar e refletir propostas viáveis para resolvê-los, de procurar atentamente suportes políticos, sociais e estruturais, de fortalecer a relação com os efetivos e conquistáveis eleitores, de se construir de maneira harmônica sua imagem alinhada a sua história de vida política e social. Enfim, tempo para formatar o caminho e, consequentemente, alcançar o brilhante triunfo nas urnas.
Na medida em que a democracia vai se consolidando, as disputas eleitorais vão ficando cada vez mais complexas e competitivas. Eleição após eleição, os partidos políticos procuram profissionalizar suas campanhas incorporando novas ferramentas que melhorem seu desempenho eleitoral. Assim, a intuição, o improviso, o voluntarismo ou faro político que, historicamente, caracterizavam a organização das campanhas políticas tradicionais estão sendo complementados por técnicas mais modernas de planejamento estratégico, que é uma pedra preciosa, e gestão. Os benefícios de trabalhar de forma bem organizada e embasada em critérios científicos são muitos, ou seja, o planejamento permite: aproveitar melhor os recursos disponíveis – dinheiro, pessoas, tempo, apoios e etc – que, geralmente, são escassos. Quando os recursos são poucos então o segredo e saber usá-los de maneira mais eficiente possível; ter um maior controle do desenvolvimento da campanha eleitoral. Por exemplo: avaliar si os objetivos estão sendo atingidos ou não, saber si as tarefas estão de acordo o pré-estabelecido, etc; melhorar o trabalho em equipes, promovendo visão compartilhada das metas que se pretende alcançar em cada momento da batalha eleitoral. Dessa forma, conhecendo os objetivos procurados, os militantes, simpatizantes e colaboradores compreenderão melhor a importância da sua tarefa na estratégia geral. Distribuir as responsabilidades e descentralizar as obrigações pré-estabelecidas, evitando a concentração e sobre carga de trabalho em poucas pessoas. Além, de promover maior e melhor envolvimento interno e externo das equipes com a campanha, a experiência de trabalhar com método de forma sistemática, serve também para incorporar e montar as futuras assessorias político-administrativas. As quais, importantíssimas para o bom desempenho do cidadão político em suas diversas e relevantes ações e realizações em prol da sociedade evidenciada como um todo.
(Valério Gomes, sociólogo – UFG, pós-graduado em Ciência Política e Gestão Pública)
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