Trabuco prevê crescimento lento

Aqui e ali começam a surgir sinais de restabelecimento das condições do Brasil retomar o crescimento econômico. Os números ainda são desfavoráveis, mas o humor dos investidores e até mesmo da população, indica que são bem mais sólidas as expectativas de que o país vai, finalmente, parando de piorar e iniciando um processo de  estabelecimento de fundamentos mais firmes na economia. O melhor de tudo é que já assistimos manifestações de otimismo quanto ao futuro de nossas economia sem arroubos de Brasil potência do período militar e do nacionalismo populista da era PT. Vamos voltar a crescer porque vamos fazer as reformas que necessitamos, não remendos como até aqui fizemos. A fala do presidente do Bradesco, Luiz Carlos

Trabuco, em Davos, prevendo um Brasil com crescimento anualizado perto de 3% em meados de 2018, reflete um realismo moderado que fica muito bem em situações como a que vivemos. Ninguém corre sobre corda bamba. Ela a caminhada é passo a passo. É isto que estamos fazendo. O Fórum Econômico Mundial que terminou a semana passada em Davos, mostrou que a visão dos investidores estrangeiros em relação ao Brasil é até melhor do que a nossa própria visão sobre o país. A avaliação de Trabuco sobre nosso futuro é baseada muito no que viu e ouviu no fórum. A confiança dos estrangeiros é baseada essencialmente nas reformas políticas que o país está encaminhando e no pouco, que diante de um quadro de total desorganização da economia já é muito, já aprovado. O fundamental é continuar nas reformas e ter ousadia. Ser rápido sem ter pressa. Que ninguém espere grandes saltos ainda este ano, até porque o que se prevê são sobressaltos no mundo econômico por causa de Trump, uma incerteza ainda, tal a inconsistência de seu discurso e a banalidade de suas primeiras medidas.Fatores externos são sim para serem considerados, mas de nada adianta ficarmos tentando ver o que acontece no vizinho através dos vidros sujos de nossas janelas. Primeiro é preciso limpar as janelas, deixar tudo bem transparente para vermos que rumos seguir. Por enquanto vamos  no certo.

(Paulo Cesar de Oliveira, jornalista e diretor-geral das revistas Viver Brasil e Robb Report)