Opinião

Um pouco sobre as sucessões em Goiás de 1947 a 2018

Diário da Manhã

Publicado em 26 de setembro de 2018 às 23:00 | Atualizado há 6 anos

De­pois do Es­ta­do No­vo (10.11.1937 – 29.10.1945) tra­va­ram-se 15 elei­ções pa­ra go­ver­na­dor de Go­i­ás, des­con­si­de­ran­do-se as “in­di­re­tas” de 1970, 1974, 1978. As de­mais se cum­pri­ram em 1947, 1950, 1954, 1958, 1960, 1965, 1982, 1986, 1990, 1994, 1998, 2002, 2006, 2010, 2014. Ca­da uma das seis pri­mei­ras se de­ram com dois con­cor­ren­tes; um do PSD,ou­tro da UDN, com ex­ce­ção da dis­pu­ta­da em 1960, que foi en­tre PSD x PSP, mas es­te, em Go­i­ás, era, se­me­lhan­te­men­te ao PDC, apên­di­ce da UDN. Em 1947, Je­rônymo Coim­bra Bu­e­no(UDN) der­ro­tou, gra­ças a uma dis­si­dên­cia no PSD, que era si­tu­a­ção, Jo­sé Lu­do­vi­co de Al­mei­da. Em 1950, Pe­dro Lu­do­vi­co (mai­or ex­pres­são po­lí­ti­ca de Go­i­ás, ao qual go­ver­na­ra co­mo mem­bro de uma jun­ta com­pos­ta de três mem­bros; in­ter­ven­tor e de­pois un­gi­do pe­la As­sem­bleia, no­va­men­te in­ter­ven­tor) le­vou a me­lhor so­bre Al­ta­mi­ro de Mou­ra Pa­che­co. Em 1954, ou­tra dis­si­dên­cia no seio pes­se­dis­ta  e o as­sas­si­na­to do jor­na­lis­ta Arol­do Gur­gel, em 1953, ge­ra­ram o tri­un­fo de Ga­le­no Pa­ra­nhos,que tro­ca­ra o PSD pe­la UDN.  Pa­ra­nhos ga­nhou, mas quem le­vou, pe­la frau­de, foi o Dr. Ju­ca, ou se­ja, Jo­sé Lu­do­vi­co, nas­ci­do em Ita­be­raí, an­ti­ga Cur­ra­li­nho, da qual fo­ra pre­fei­to. Pa­ra du­as va­gas no Se­na­do, em 1954, por cau­sa da bru­ta­li­da­de con­tra o re­fe­ri­do pro­fis­si­o­nal da im­pren­sa, Pe­dro Lu­do­vi­co fi­cou na se­gun­da po­si­ção. Por aper­ta­dís­si­ma di­fe­ren­ça, o ex-go­ver­na­dor Coim­bra con­se­guiu a pri­mei­ra po­si­ção. Em 1950, Coim­bra dei­xa­ra o go­ver­no pa­ra pos­tu­lar ca­dei­ra se­na­to­ri­al, e so­freu der­ro­ta. Em 1958, a pe­le­ja se efe­tu­ou en­tre o ja­tai­en­se Jo­sé Fe­li­ci­a­no Fer­rei­ra, do PSD, e o rio-ver­den­se Cé­sar da Cu­nha Bas­tos(UDN).Ga­nhou Fe­li­ci­a­no. Em 1960,ou­tra vez o Dr. Ju­ca en­trou no pá­reo e o fez pe­lo PSP, apoi­a­do pe­la UDN e PDC. Ga­nhou Mau­ro Bor­ges Tei­xei­ra, seu pa­ren­te, rio-ver­den­se de 1920, fi­lho da do­na Ger­ci­na, nas­ci­da em Rio Ver­de,e de Pe­dro Lu­do­vi­co, na­tu­ral da ci­da­de de Go­i­ás e ra­di­ca­do em Rio Ver­de de 1917 a 1930 (nes­se pe­rí­o­do, por pou­co tem­po, Pe­dro e Ger­ci­na re­si­di­ram em Ja­taí). Em no­vem­bro  de 1964, os di­ta­do­res de­pu­se­ram o Mau­ro, as­su­miu o in­ter­ven­tor Mei­ra Ma­tos, su­ce­di­do pe­lo ma­re­chal Ri­bas Jú­nio (es­co­lhi­do pe­la As­sem­bleia Le­gis­la­ti­va). Dia 3.10. 1965, Otá­vio La­ge (UDN) der­ro­tou Pei­xo­to da Sil­vei­ra (PSD). No fim des­se mes­mo mês, a “re­vo­lu­ção” ex­tin­guiu a UDN, o PSD, o PSP, o PDC, o PTB, o PSP, o PR, o PL, o PTN (fal­tam 4. Eram 13. Ol­vi­dei-me seus no­mes). En­tão sur­gi­ram Are­na e MDB,com le­gen­das e su­ble­gen­das. Com es­sa no­va “or­dem”, “ele­ge­ram-se” Le­o­ni­no Cai­a­do (1970), Ira­pu­an Cos­ta Jú­ni­or (1974), Ary Va­la­dão b(1978). To­dos, evi­den­te­men­te, pe­la Are­na, par­ti­do da di­ta­du­ra das tor­tu­ras, da de­pre­ci­a­ção da es­co­la pú­bli­ca, da cor­rup­ção,do des­pre­zo da lín­gua por­tu­gue­sa e ou­tras ma­ze­las.

Em 1982, sob no­va es­tru­tu­ra par­ti­dá­ria, as elei­ções só não fo­ram ge­ra­is,  co­mo as de 1950, por­que os car­gos de pre­si­den­te e vi­ce-pre­si­den­te con­ti­nu­a­vam pre­en­chi­dos in­di­re­ta­men­te(?). Are­na se tor­nou PDS; MDB em PMDB (ha­via ou­tros par­ti­dos, den­tre eles o PT). Co­mo se es­pe­ra­va, Iris Re­zen­de Ma­cha­do (PMDB), que der­ro­ta­ra, pe­lo PSD, Ju­ca Lu­do­vi­co, do PSP, em 1965, pa­ra pre­fei­to de Go­i­â­nia, do qual foi afas­ta­do pe­lo ar­bí­trio em ou­tu­bro de l969, su­pe­rou Otá­vio La­ge (PDS). A par­tir de ago­ra, pas­sa­ram a con­tar com mais de dois con­cor­ren­tes. Em 1986, Mau­ro Bor­ges, rom­pi­do com o PMDB e aga­sa­lha­do no PDC, foi ven­ci­do  por Hen­ri­que San­til­lo (PMDB). Em 1990, Iris re­tor­nou.  O vi­ce-go­ver­na­dor Ma­gui­to Vi­le­la saiu-se vi­to­ri­o­so pa­ra go­ver­na­dor, pe­lo PMDB, em 1994. Foi es­se o pri­mei­ro plei­to, nes­te Es­ta­do, com re­tur­no (con­tem­pla­do pe­la Car­ta de 1988, atu­al­men­te ras­ga­da). Ma­gui­to (PMDB), mais vo­ta­do na pri­mei­ra fa­se, idem na se­gun­da. Lú­cia Vâ­nia, se­gun­da co­lo­ca­da. Ro­nal­do Cai­a­do, ter­cei­ro lu­gar; Lu­iz An­tô­nio (PT), quar­to. Em 1998, fin­dou o ci­clo do PMDB  e co­me­çou o ci­clo do PSDB, com a vi­tó­ria do Mar­co­ni so­bre o Iris.

Aqui en­cer­ro por­que o tex­to mui­to se alon­gou. Acre­di­to que Ro­nal­do Cai­a­do, que per­deu pa­ra Lú­cia Vâ­nia e Ma­gui­to, co­mo de­mons­tra­do li­nhas aci­ma, ven­ce­rá Jo­sé Éli­ton, apoi­a­do por Mar­co­ni, e Da­ni­el, fi­lho do Ma­gui­to. Éli­ton, rio-ver­den­se de nas­ci­en­to; Da­ni­el, ja­tai­en­se (co­mo ci­ta­do em li­nhas pre­ce­den­tes, em1958, o ja­tai­en­se Jo­sé Fe­li­ci­a­no su­pe­rou, nas ur­nas, o rio-ver­den­se Cé­sar Bas­tos). Em ou­tra opor­tu­ni­da­de tal­vez fa­le so­bre os vi­ce-go­ver­na­do­res.

 

(Fi­lal­del­fo Bor­ges de Li­ma. fi­la­del­fo­borgsde­li­[email protected])

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