Um verdadeiro gol de placa na saúde em Goiás
Diário da Manhã
Publicado em 16 de janeiro de 2018 às 22:41 | Atualizado há 7 anosPara se ter a ideia de quanto um transplante de órgãos pode mudar a vida de um paciente, é preciso se colocar no lugar dele. Imagine não poder beber água com naturalidade. Ir ao banheiro pode ser uma tortura. Não poder trabalhar ou viajar porque três vezes por semana você tem de estar conectado a uma máquina que filtra seu sangue. Difícil, não? Pois em Goiás, as vidas de 114 pessoas com insuficiência renal foram transformadas após um transplante.
Conforme reportagem publicada neste sábado, no Diário da Manhã, “Transplantes avançam em Goiás”, o Estado deu um salto quantitativo na realização de transplantes de órgãos e tecidos no ano de 2017, com um incremento de até 33% nos últimos dois anos. Além de ter colocado os hospitais em pleno funcionamento e ampliado sua rede, a Secretaria de Estado da Saúde acertou um verdadeiro gol de placa ao investir numa área tão carente e sensível.
Focar em transplantes significa a longo prazo em economia de recursos públicos. No caso dos transplantes de rins, um paciente precisa de uma clínica de hemodiálise três vezes por semana. As prefeituras do interior custeiam o transporte e estas pessoas estão improdutivas. Portanto, o benefício do transplante vai além da qualidade de vida do portador de insuficiência renal, reflete diretamente em custos da saúde.
Os dados da reportagem mostram que Goiás bateu o recorde de transplantes renais em 2017 em uma série histórica de 20 anos. Pela primeira vez se atingiu três dígitos na estatística. O Hospital Estadual Alberto Rassi – HGG tem maior orgulho de ter contribuído com este número e ter se tornado, em apenas nove meses, o maior transplantador de rins do Centro-Oeste, de acordo com o Registro Brasileiro de Transplantes de Órgãos (RBTO).
É importante continuar com campanhas de conscientização sobre a doação de órgãos para que o crescimento dos transplantes continue. No HGG, foram mais de 70 transplantes provenientes de doadores já falecidos, o que impacta também em menores custos, além de sujeitar menos pessoas aos procedimentos cirúrgicos. A agilidade na captação dos órgãos se atinge com uma engrenagem bem sincronizada, e o Estado conseguiu isso mediante boas parcerias, priorizando a qualidade no atendimento.
Temos muito a comemorar e muito trabalho pela frente. Que 2018 venha com novos recordes em função da transformação das vidas dos pacientes que hoje dependem de um rim para serem verdadeiramente livres e saudáveis.
(José Cláudio Romero, diretor geral do Hospital Estadual Alberto Rassi – HGG)
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