Opinião

Uma análise psiquiátrica do episódio em que o PM goiano foi morto

Diário da Manhã

Publicado em 15 de julho de 2016 às 02:24 | Atualizado há 9 anos

Vi o seguinte comentário numa rede social:  “Policiais goianos ‘bonzinhos’ tentam lidar com bando agressivo/encachaçado sem uso de armas. Efeito dos “Direitos Humanos” e suas defensoras, vide Maria do Rosário (PT), etc. Resultado: PMs mortos /feridos com a própria arma, que o bandido pegou e  que estava quietinha no coldre deles.Fosse eu,  no primeiro murro, no primeiro tapa, na primeira coerção física da turba de vagabundos, teria mandado bala”. Esse episódio pode ser visto em : http://g1.globo.com/goias/noticia/2016/07/pm-morre-apos-ter-arma-roubada-por-homem-e-ser-baleado-veja-video.html. De fato, à primeira vista, tendo a concordar total com esta afirmação, ou seja,  agredidos, cercados, os PMs  teriam mesmo é de “mandar bala”… Agredido fisicamente, cercado por uma turba, o PM teria mesmo é de atirar, não restaria outra opção. No entanto, todos sabem que os PMs  são,hoje, vítimas do “excesso de direitos”  dos bandidos. É “direito humano”, é advogado, é OAB, é governo PT, é coitadismo, é lei frouxa, mídia, ministério público, é mãe de criminoso chorando na TV (“meu filho não merecia isso”), é feminismo contra a “truculência masculina-policial”,  é “mãe-solteira-que-tem-raiva-de-homem-e-protege-o-filho-delinquente”, etc, etc. É uma pressão psicológica enorme em cima da corporação. Isso faz com que o PM já vá para uma ocorrência com luva de pelica, já vá para uma ocorrência  pelando de medo de não extrapolar sua autoridade,  ser julgado por abuso de poder, “homicídio culposo”, etc. Já vai para uma ocorrência “diminuído”, “humilhado”, ai parte para tentar  resolver uma bagunça danada de cachaceiros, arruaceiros, e em grande número, apenas com “conversa”,  apenas com “força física”.  Foram cercados e massacrados, inclusive com a própria arma. Naquela hora, em que estavam cercados, em que estavam subjugados numericamente, em que estavam sendo agredidos,  cadê a Maria do Rosário ? A turma do feminismo/PT ? A turma dos Direitos Humanos ? O Ministério Público de defesa do cidadão ? A turma do “meu-filhinho-é-santinho-e-não-estava-fazendo-nada”? Quem vai trazer o PM morto de volta ?  Cuidar da família que ele deixou , dos filhos dele ?  Esse discurso todo anti-macho está fazendo é só piorar as coisas, pois o “macho” tem de diminuir-se, até o ponto em que não agüenta mais e aí só sobra bala. Por que vocês acham que o Brasil é campeão de homicídios no mundo  (perde apenas para Colômbia).  É justamente porque vivemos  nessa hipocrisia “bi-polar” : de um lado, “não se pode ser macho”, e , de outro, para sobreviver,  precisa é ser “macho demais”, ou seja, mandar o dedo no gatilho. A população, como se vê no vídeo,  aproveita-se da situação de fragilidade psicológica dos PMs e parte para cima, parte para o massacre, pois sabe que está “protegida politicamente” contra a “truculência policial”. Esse vídeo faz muito bem lembrar o tal “massacre dos Carajás”,  onde vários PMs  foram condenados  por atirar numa turba  armada( havia  inclusive espingardas ),  uma  malta  que –  como se vê em outro vídeo estarrecedor –  atirava facões,  foices,  paus, pedras, e partia correndo e uivando  para cima do  grupo de PMs acuados.  O que queriam que os PMs fizessem naquela hora ?  Recitassem a Bíblia ?  Estampassem um pôster do Lula ou do Zé Rainha ? Mesmo com o vídeo mostrando tudo isso ( como se mostra também  no assassinato do PM de Goiás, totalmente subjugados ) , incrivelmente, a turma dos “direitos humanos” ainda teve o descaramento de atacar os oficiais da ordem pública. Nota-se até, em muitos círculos, o rastilho de fel escorrendo na boca sádica desses anti-autoridades que dominam a cena pública atual. Muitos  desses “falsos coitadinhos”,  “falsos feministas”,  “falsos humanistas”, na verdade, regozijam-se de ver o “massacre público” ou mesmo físico (morte) dos “portadores da força fálica”. É um sadismo puro que  desmente sua aparente fragilidade passiva face a truculência masculina.

 

(Marcelo Caixeta, médico psiquiatra)

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