Uma eleição passional
Diário da Manhã
Publicado em 24 de setembro de 2018 às 22:54 | Atualizado há 6 anosCaracterísticas peculiares dos povos latinos carregamos em nossos DNAs a emoção a flor da pele, sob a rege do tudo ou nada. Não observamos a beira do precipício ou a roleta russa que muitas das vezes nos submetemos.
Estas típicas ações latinas gritam, inadvertidamente, em nosso presente processo eleitoral, cujas consequências podem ser catastróficas devido à passionalidade e o ódio que enfermam nossa sociedade. Profundamente arredia há uma análise sensata.
Este sentimento- movido pelas paixões- na qual a razoabilidade é renunciada em um comportamento impulsivo desprovido de qualquer discernimento de critério ou sensatez, se apresenta como um perigo real a todos.
A anulação ou o extermínio são as duas pontas da radicalização em que o Brasil passa; não há um ambiente civilizatório, há sim, uma guinada irrefreável ao passionalismo e àintolerância numa correlação de forças e de absurdos.Barbarizados pregam o mais grotesco sentimento de aversão, rancor e repulsa ao sectarismo messiânico do seu oponente.
A polarização desenhada, entre a extrema-direita e o mais do mesmo do petismo, é o cenário perfeito de uma tempestade que levar-nos-á à mais intensa convulsão social, política e econômica.
O Brasil suportará este cenário?
É responsável num momento de profundas tensões ideológicas sociais incandescerem ainda mais esses polos?
Acabamos de sair de um golpe parlamentar jurídico onde Dilma foi apeada, sem qualquer reação condigna referente a tal ato.
Vão poupar o outro iluminado do Lula?
Vão acatar suas nomeações para a Petrobras, Ministérios ou agências reguladoras?
Vão o deixar governar por procuração?
Vamos nos calarmos com as práticas corruptivas que se cometeram em sucessivos governos? Ou, simplesmente, os companheiros capitularam?
Por outro lado, temos a síntese da bestialidade – que é a face mais primitiva do retrocesso civilizatório – e sua turma armada, literalmente até os dentes, aptos a darem um golpe em sua acepção mais plena.
O Brasil deve ser maior do que o embate entre a barbárie e o sectarismo arrogante.
É urgente a pacificação nacional e sairmos dessa polarização inconsequente do poder pelo poder; imperativo se faz um projeto nacional de desenvolvimento baseado na produção, no emprego e na emancipação econômica e social do nosso povo.
A doutrinação do “nós contra eles” já produziu enormes retrocessos e está à beira de provocar incontroláveis violências e lutas.
O Brasil precisa de paz, trabalho e emprego, e não uma luta de extremos passionais.
(Henrique Matthiesen, bacharel em Direito, jornalista)
]]>