Violência do Rio de Janeiro
Diário da Manhã
Publicado em 26 de agosto de 2018 às 01:51 | Atualizado há 6 anosO povo do Rio de Janeiro está vivendo uma verdadeira guerra civil, não declarada, onde a população está sendo coagida pelas organizações criminosas, assassinada pelos criminosos, submetida ao jugo dos bandidos, em vários lugares da cidade, cujos resultados são sentidos de perto por todos e a distância pela população brasileira, além do péssimo exemplo que o país dá para o resto do mundo. Há quanto tempo o Rio de Janeiro vive essa situação, para não falar de outros estados da federação? Desde de quando a cidade maravilhosa vem sendo dominado e controlado por facções criminosas? Quantas pessoas já foram assassinadas entre brigas de gangues, por balas perdidas, em confrontos com os agentes de segurança pública e de forma covarde pelos criminosos? Como pode o estado brasileiro permitir que 66 policiais militares e 03 militares do Exército tenham sido assassinados só este ano, por essas organizações criminosas do Rio de Janeiro, sem uma ação contundente contra esses criminosos que possa desarmá-los, aprender tudo que tiverem de armas e drogas e colocá-los na cadeia? Será que a população e o governo vão continuar permitindo essa desordem social, com tanta gente inocente sendo morta por conta de respeito as leis que não permite os agentes de segurança pública entrarem nas casas dos bairros dominados pelos bandidos? Será que o povo daquela metrópole está feliz em ser dominado e coagido pelos bandidos? É claro que não, o problema é que ele mora lá, vizinho dos marginais, as vezes é até parante, dão refúgio forçado aos bandidos para guardar armas, drogas e até se esconderem. O estado não leva políticas públicas para essas localidades, a polícia não entra e o morador não denuncia, porque vive sob a custódia dos marginais.
Com a intervenção federal na segurança pública parte da população foi a favor e parte contra, criou-se uma expectativa que com esse reforço na segurança a situação iria melhorar. Acontece que o Interventor, antes de mais nada, teve que sanear os órgãos de segurança pública do estado e fazer um plano de trabalho para soluções a curto, médio e longo prazos, é o que está sendo executado. Porém, tudo conspira contra o Interventor, muitas dificuldades, especialmente nas amarras da justiça que dificulta a ação dos militares, na conscientização da população para colaborar com as autoridades, denunciando os bandidos, desburocratizando a liberação de recursos para manter a tropa e não permitindo a ingerência de maus políticos, de comissões de direitos humanos e da própria comunidade, que as vezes se sente beneficiada pelas organizações criminosas. Até aqui, pelo que tenho notícias, os bandidos continuam matando e desafiando o estado de direito, enquanto que as tropas agem por incursões em pontos determinados, facilitando o deslocamento dos bandidos de um local para o outro, dependendo do movimento das tropas militares e policiais. Com o problema instalado como está, jamais será resolvido por esse tipo de ação, é quase que uma missão de enxugar gelo, muito barulho e pouco resultado. A prova disso é que as facções criminosas continuam se enfrentando em disputas por espaços, continuam confrontando as forças de segurança pública, continuam matando policiais e militares como se dissessem, aqui quem manda somos nós.
Na minha opinião, as forças federais que estão no Rio de Janeiro deveriam impor condições para continuarem combatendo o crime naquela cidade. As condições seriam dar-lhes o poder para vasculharem casas por casas nos morros ocupados pelos bandidos, recolherem tudo que fosse objeto de crime, prenderem os criminosos, tido com o apoio dos órgãos que que fazem parte do sistema de segurança pública, inclusive ministério público e do poder judiciário. Mais ainda, com o compromisso do estado de ocupar os morros livres e desocupados com os serviços necessários e de forma definitiva, não permitindo assim o retorno dos bandidos, como já ocorreu em outras ações. Confesso que não consigo ver outra forma de colocar ordem no Rio de Janeiro, se não adotarem essas e outras medidas. Ou será que vão deixar que os agentes públicos e pessoas inocentes continuem sendo assassinados pelos bandidos que não tem nenhum compromisso com a sociedade. Seria péssimo para a cidade maravilhosa e cartão postal do Brasil. Aqui falei apenas do Rio de Janeiros, onde a situação já saiu do controle, mas posso falar também de outros estados, onde a situação não é muito diferente e o povo continua apavorado com o altíssimo índice de violência e criminalidade. Até quando o brasileiro vai conviver com essa situação? Para muitos a esperança é o resultado das próximas eleições. Para mim, dependendo dos eleitos, a situação pode até piorar, e o Brasil ser conduzido ao regime de exceção, coisa que ninguém deseja, mas que é legal e necessária, quando os poderes constituídos são incapazes de restabelecer a ordem no País. Tomara que não se chegue a esse ponto, mas uma coisa é certa, o Brasil tem quer ser respeitado e preservado por cada brasileiro. Em hipótese alguma, o brasileiro vai permitir que troque ou queime a bandeira nacional. Somos todos brasileiros.
(Gercy Joaquim Camêlo Coronel da Reserva Remunerada da Polícia Militar de Goiás)
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