Alvaro é favorito para presidir a Alego
Diário da Manhã
Publicado em 18 de outubro de 2018 às 02:30 | Atualizado há 6 anosUm dos deputados mais experientes do Legislativo Estadual, o deputado Alvaro Guimarães (DEM) está cotado para ser o próximo presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego). Esta não é a primeira vez que ele é cotado para o cargo. Na eleição de Alcides Rodrigues ao governo do Estado, em 2006, era ele o nome preferido do governador, mas pressões politicas do PSDB do então senador Marconi Perillo fizeram Jardel Sebba (PSDB) ser o indicado pelo Palácio das Esmeraldas. Nestas eleições, tudo indica, o quadro é diferente.
Alvaro Guimarães foi um dos primeiros deputados a apoiar a candidatura do senador Ronaldo Caiado (DEM) ao governo do Estado. Ele rompeu com a base governista, desfiliando-se do PR, da deputada federal Magda Moffato, para integrar-se ao DEM, num movimento que seria seguido pelos deputados Iso Moreira e Dr. Antônio, ambos do PSDB.
Deputado Constituinte em 1989, Alvaro Guimarães é um dos fundadores do PDC, partido que abrigou o ex-governador Mauro Borges, o ex-prefeito de Rio Verde Paulo Roberto Cunha e também o ex-governador Alcides Rodrigues. É deste tempo a sua ligação com Ronaldo Caiado, que teve apoio do PDC em 1994 na sua primeira campanha ao governo do Estado.
Presidente da comissão mais importante da Casa, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Alvaro Guimarães está numa posição estratégica para o futuro governo que tem especial interesse na aprovação da LOA-2019 (Lei de Execução Orçamentária Anual), cuja tramitação passa prioritariamente pela CCJ e pela Comissões Reunidas, onde Guimarães também assento como suplente. A LOA define o orçamento para o próximo ano, ou seja, a previsão de receita, despesas, gastos e investimentos para o governador que assume a partir de 1º de janeiro de 2019. Ontem, na Assembleia Legislativa, o governador eleito obteve uma vitória com a indicação do deputado estadual Lívio Luciano (Podemos) como relator da LOA. Lívio, que é servidor da Sefaz (Secretaria da Fazenda do Estado), tem o perfil ideal para discutir o tema.
A renovação da Alego é um desafio para Alvaro Guimarães: 21 deputados novatos, 20 reeleitos, dos quais quatorze foram eleitos pela oposição. A nova base situacionista, no entanto, conta com 18 deputados, e isto não deixa de ser uma vantagem num colégio onde são necessários 21 votos para assumir a presidência. Outro fator positivo para Alvaro Guimarães é o próprio vice-governador eleito, o deputado estadual Linconl Tejota (Pros) que está empenhado em garantir a governabilidade, e por isto trabalha para ampliar a base de sustentação.
ORÇAMENTO IMPOSITIVO
Outra demanda que deverá bater à porta de Alvaro Guimarães e dos articuladores políticos do governo é o Orçamento Impositivo. Desde que foi aprovado em 2014 na Câmara Federal na presidência do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ele foi adotado na maioria das assembleias legislativas do país, à exceção de Goiás. O governador Marconi Perillo (PSDB) e o seu sucessor, José Eliton (PSDB) rejeitaram a sua aplicação, e esta demanda já bate à porta do futuro governo.
Ontem, durante a sessão, o deputado reeleito o Pastor Jefferson Rodrigues (PRB) declarou que é contra o adiamento da aplicação do Orçamento Impositivo. Fazendo uso da tribuna disse que “a democracia é o governo do povo, pelo povo, para o povo”, e por isto entende que não pode mais ser adiado a aplicação do Orçamento Impositivo.
“Sabemos o desejo que o governador eleito tem em favor do povo goiano, mas esse desejo não vem somente do coração dele, mas vem também dos 41 parlamentares que estão aqui no Parlamento goiano, que foram eleitos para a 19° Legislatura. Vejo que enfraquecer o Legislativo nesse momento, voltando atrás no impositivo, é uma perda para todos nós, não podemos aceitar isso e sermos coniventes a isso”, declarou.
Ainda segundo o Pastor Jefferson. “o Impositivo deve permanecer, e aí sim, junto com o Governo Estadual, porque sabemos que existe uma parcela de uma porcentagem que tem que ser investida na saúde, tem que ser investida na educação. Nos sentamos com o Executivo e tratamos isso. Não podemos perder essa conquista”, concluiu.
]]>