Politica

Caiado declara apoio a Bolsonaro à presidência

Hélio Lemes da Silva Filho

Publicado em 11 de outubro de 2018 às 03:24 | Atualizado há 6 anos

O governador eleito de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), viajou ao Rio de Janeiro para anunciar o apoio ao candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro (PSL). Caiado estava acompanhado do senador Wilder Morais (DEM). O encontro aconteceu na residência de Bolsonaro, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.

Bolsonaro também deve rece­ber o apoio da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) do Con­gresso, conhecida como a “ban­cada ruralista”.

Ao blog do jornalista Gerson Ca­maroti, Caiado antecipou a decisão de apoiar Bolsonaro. “Vou ao Rio de Janeiro para apoiar Bolsonaro. Ele me ligou [terça, 9], no fim da tarde. No segundo turno, é preciso ter um lado. Tenho 24 anos de mandato parlamentar e nunca votei absten­ção. Sempre tive lado”, disse.

Questionado sobre o motivo de não ter apoiado Bolsonaro já no pri­meiro turno, Caiado explicou que ti­nha um palanque com 12 partidos e que os aliados deles apoiavam no primeiro turno várias candidaturas, como a de Ciro Gomes (PDT) e a de Alvaro Dias (Podemos).

Apesar de Caiado ser do DEM, ele não apoiou a candidatura do tu­cano Geraldo Alckmin (PSDB). Isso porque o ex-governador de Goiás Marconi Perillo, adversário políti­co no Estado, era o coordenador da campanha do PSDB.

Caiado fez críticas à situação que vai herdar no Estado. “Tenho um governo do Estado com sérias dificuldades. Dilapidaram com o Estado de Goiás. O maior hospi­tal de emergência está fechado”, disse o governador eleito.

Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde informou que todas as 17 unidades estão em pleno funciona­mento, com todos os serviços dis­poníveis à população. Dessa for­ma, acrescentou a pasta, não condiz com a verdade a “especulação” de que “o maior hospital de urgência e emergência de Goiás estar fechado”.

FRENTE AGROPECUÁRIA

Além de Caiado, Bolsonaro rece­beu representantes da Frente Parla­mentar da Agropecuária. A articula­ção com as bancadas temáticas tem sido feita pelo deputado Onyx Lo­renzoni (DEM-RS), apontado por Bolsonaro como novo ministro da Casa Civil num eventual governo.

O DEM declarou neutralidade na disputa, mas muitos democratas de proeminência entendem que no cenário atual Jair Bolsonaro é quem melhor representa os princípios es­tatutários dos partidos liberais.

Em entrevista na casa do empre­sário Paulo Marinho, na última terça­-feira, onde gravou programas eleito­rais, Bolsonaro disse que o DEM teria manifestado vontade de apoiá-lo, mas que nada havia sido oficializado até então. Nesta quarta, no entanto, o presidente nacional do Democratas, ACM Neto, divulgou nota oficial em que o partido libera seus filiados para apoiar no segundo turno das eleições presidenciais o candidato do PSL ou o do PT, Fernando Haddad.

Apesar disso, é majoritária entre os líderes do DEM, adversário histó­rico do PT, a intenção de votar e fazer campanha por Bolsonaro. “Ficam, assim, os nossos líderes e militantes de todo Brasil liberados para, seguin­do as suas convicções, apresentarem a sua manifestação de voto neste se­gundo turno”, diz a nota assinada por Neto, prefeito de Salvador (BA). A de­cisão anunciada por ACM Neto, na prática, desobriga os líderes do DEM desconfortáveis com Bolsonaro de fa­zerem campanha abertamente pelo deputado e ex-capitão do Exército.

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