Caiado quer retomada das obras ferroviárias
Diário da Manhã
Publicado em 21 de setembro de 2018 às 02:23 | Atualizado há 6 anos
O senador Ronaldo Caiado vai pressionar o governo federal, seja qual for o próximo presidente, a concluir “urgentemente” as obras ferroviárias em Goiás, que já deviam ter sido inauguradas em julho deste ano, mas que estão paralisadas. “Essas obras são de vital importância para o desenvolvimento econômico de Goiás, e não podem ficar paradas eternamente. É preciso reiniciar as obras o quanto antes, não só no interesse de Goiás, mas no de todo o Brasil”, disse Caiado, ontem à tarde, ao Diário da Manhã, antes de partir para novos atos de campanha pelo interior do Estado.
Somente o governo federal pode construir ferrovias interestaduais. Mas o governo do Estado pode e deve fazer pressão política para que as obras andem. Para o senador, o atual governo tem sido omisso quanto a esta questão, não fazendo o menor esforço para forçar a retomada das obras.
Durante décadas, os governos brasileiros fizeram uma opção pelo transporte rodoviário. Em muitos lugares, trilhos foram até retirados. Uma ferrovia completa chegou a ser desconstruída, a Bahia-Minas, que foi desativada em 1.966. Ela saía de Uruçaí, à margem do Jequitinhonha, em Minas Gerais, e ia dar no porto da Ponta de Areia, no Sul da Bahia, percorrendo quase 500 quilômetros. Essa tragédia econômica foi cantada em versos pungentes por Milton Nascimento em Ponta de Areia.
A partir do governo Sarney, o País tentou retomar a expansão de sua malha ferroviária, com o lançamento da pedra fundamental de Ferrovia Norte Sul. Saindo de Açailândia, no Maranhão, onde se conecta a Ferrovia dos Carajás, a FNS deveria chegar até Anápolis, em Goiás. No final do governo FHC, esta ferrovia alcançou a divisa do tocantins com o Maranhão, na cidade de Aguiarnópolis. Nos oito anos do governo Lula, ela finalmente alcançou Anápolis. A construção da FNS foi iniciada em 1987 com um traçado inicial que previa uma extensão de aproximadamente 1.550 km, de Açailândia-MA a Anápolis-GO, de modo a cortar os Estados do Maranhão, Tocantins e Goiás. Dessa forma, o traçado original está construído e em operação. A partir de Açailândia-MA a FNS prosseguirá em direção ao Norte, até Barcarena, no Estado do Pará. São aproximadamente 477 km de extensão concebidos com o propósito de ampliar e integrar o sistema ferroviário nacional e estabelecer a sua interligação com o Complexo Portuário de Vila do Conde, no Pará.
Lançado no segundo governo Lula, o Tramo Sul da FNS prolongará a ferrovia até Estrela do Oeste, no Paraná, onde ela se conecta a outra ferrovia. Saindo de Ouro Verde, próximo de Anápolis, o Tramo Sul, que passa pela sudoeste goiano, está com 93% de suas obras físicas concluídas, segundo a Valec. Mas está parada há quase três anos, pois saiu da lista de prioridades do governo federal.
Outra obra importante, também paralisada, é a chamada Ferrovia de Integração Oeste Leste, a Fiol. Esta ferrovia, de 1.527 km de extensão, que já está com 73% das obras físicas concluídas, parte do Porto de Ilhéus, no Sul da Bahia, e vai até Figueirópolis no Tocantins. Os trilhos chegaram até Barreiras, na Bahia.
O plano é ligar a Fiol à Ferrovia Transcontinental, cujo traçado sai de Campinorte, em Goiás, entrando pelo norte do Mato Grosso. Com 901 km de extensão, esse trecho escoará a produção de grãos (soja e milho) do centro-norte do estado de Mato Grosso, maior região produtora de soja do Brasil (o correspondente a 10% da produção mundial desse grão), em direção aos principais portos do País.
O projeto básico desse trecho, contratado pela Valec, foi finalizado em duas etapas. A primeira, em dezembro de 2010, contemplando o segmento de Campinorte-GO a Água Boa-MT, e a segunda, em fevereiro de 2012, para o segmento de Água Boa-MT a Lucas do Rio Verde-MT. O investimento previsto no PAC para toda a extensão da Ferrovia de Integração Centro-Oeste, a Fico, (Campinorte-GO a Vilhena-RO) é de R$ 6,11 bilhões. De Vilhena, a ferrovia poderá chegar até ao litoral peruano, via acordo bilateral entre os dois países, abrindo para o Brasil acesso às rotas comerciais do pacífico.
São obras ferroviárias de grande importância estratégica para a economia goiana e nacional. O Estado ampliará as opções à exportação de seus produtos que, atualmente, vêm sendo escoado pelos portos da Região Sul. Nossas mercadorias destinadas aos mercados globais, com menor tempo de navegação, vão se tornar altamente competitivas em preços.
O NOVO PIB
Ao ser configurada, esta realidade vai elevar o PIB de Goiás em cifras multibilionárias e colocar o Estado a par de igualdade entre os primeiros do Brasil. Daí a urgência na conclusão da malha ferroviária que, obrigatoriamente, terá trilhas no chão goiano. “O futuro exige passar por um lugar. Este lugar é Goias”, sustentou Ronaldo Caiado (DEM).
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