“Caiado terá o meu apoio no combate à corrupção”
Hélio Lemes da Silva Filho
Publicado em 28 de outubro de 2018 às 03:26 | Atualizado há 6 anosLegitimo representante da segurança pública em Goiás, Major Araújo (PRP) conseguiu o feito inédito de ser o primeiro parlamentar oriundo da Polícia Militar a ser eleito para um terceiro mandato.
Com uma votação expressiva de 38.278 votos, Araújo foi lembrado em todos os 246 municípios goianos, sendo o 7º deputado estadual mais votado entre os 41 eleitos.
Em entrevista exclusiva ao Diário da Manhã Major Araújo apresenta seus projetos e analisa o cenário político goiano e nacional.
Deputado, o senhor foi o 7º deputado estadual mais bem votado em Goiás. A que atribui esse resultado?
– Alcançar esses números não foi fácil, principalmente por ser um parlamentar de oposição. Entretanto, mesmo diante das adversidades mantemos nossa coerência em defesa da sociedade. Atuamos com convicção na fiscalização do executivo, apresentamos diversos projetos e, principalmente, procuramos desenvolver um mandato próximo dos goianos, com uma interação direta, inclusive com grande capilaridade nas redes sociais.
Nesse viés das redes sociais, o Diário da Manhã sempre apresentou o senhor como um dos políticos goianos, que tem maior atuação. Como se dá esse trabalho?
– Hoje possuímos uma fanpage no Facebook com quase 60 mil seguidores, três perfis lotados, bem como um Instagram, que em breve esperamos alcançar os 10 mil seguidores. Além disso, atuamos com frequência no Twitter e no Whatsapp. Sei que a sociedade está cada vez mais interessada em debater os assuntos da política, com o advento das redes sociais podemos atingir esse público sem que haja a necessidade de um mediador ou de filtro. Assim, expomos nosso trabalho, nossa luta e os ideais que norteiam a atuação parlamentar. Outro ponto, que julgo de extrema relevância é responder todas as pessoas que interagem conosco. Desta forma, divulgo todos os nossos pronunciamentos no plenário, debato as notícias com a sociedade e apresento as atividades da Assembleia e do Governo, as quais em muitos casos, ficam inacessíveis aos goianos. Com credibilidade e coerência fomos conquistando a simpatia e o apoio dos eleitores, que reconhecem nosso trabalho no legislativo.
E essa atuação favoreceu sua eleição?
– Sem sombra de dúvidas. Esta interação com a sociedade fez toda a diferença. Os goianos estão mais interessados em debaterem assuntos, que antes eram inacessíveis. Através das redes sociais têm voz e vez. Opinam, cobram e dão sugestões. Inclusive essa interlocução foi essencial para apresentarmos determinados projetos e atendermos a demanda da sociedade. Desta forma, a sociedade teve mais conhecimentos de nossos trabalhos. Houve vídeos políticos que alcançaram milhões de expectadores. Com certeza, a semente em relação ao nosso nome alcançou alguns dos internautas.
Sobre representatividade, o senhor se consolida como o legítimo representante da segurança pública na Assembleia Legislativa. Como conquistar o apoio da tropa?
– Todos os militares goianos me conhecem. Seja dos companheiros da reserva, seja os alunos do último concurso. Sabem de nossa ética, transparência e luta em prol da categoria. Tudo que chega na Assembleia faço questão de compartilhar com eles e debater da melhor maneira possível. Os militares goianos reconhecem em nosso gabinete como uma extensão de suas casas, sabem que estou sempre à disposição e que nunca os trairei. Além do mais sempre estou presente em formaturas em todas as regiões, para que possa dialogar cara a cara com meus irmãos de farda. Eles sabem das necessidades e a importância de se ter um representante no legislativo, creio que essa confiança e lealdade são preponderantes para que possamos continuar na Assembleia. É digno de nota, todavia, que neste pleito tivemos dezenas de candidatos militares e a maioria buscou apenas objetivos pessoais, querendo apenas usar os votos dos irmãos de farda, mas nossos companheiros souberam diferenciar o joio do trigo. Sabem quem verdadeiramente luta e é fiel à tropa.
Todos se lembram, que ainda no ano passado o senhor foi o primeiro deputado a apoiar Ronaldo Caiado ao governo. O que esperar desta gestão que contou com o apoio de 60 % da população, sendo eleita ainda no primeiro turno?
– A decisão de apoiar Ronaldo Caiado foi tomada ainda em 2014, após as eleições em que lhe consagrou uma vaga no Senado. Tinha a convicção de que ele era o único capaz de vencer este grupo político, que durante 20 anos mamou no Governo do Estado. Caiado era o nome para resgatar a dignidade do povo goiano e ele sempre soube deste meu pensamento. Ainda em 2017, com a caravana da oposição ombreávamos com o governador eleito em todas as regiões de Goiás. Apresentávamos a realidade do Estado, a corrupção impregnada no governo e Caiado vinha com a solução. Por tudo isso, estou convicto, que apesar das adversidades, Caiado será o melhor governador de Goiás, principalmente se conseguir atuar no combate à corrupção, assim como promover a saúde, educação e segurança pública. Ele terá meu apoio para isto.
Quando o senhor fala em 20 anos de poder de Governo, não faltaram denúncias e entraves, principalmente contra o ex-governador Marconi Perillo. Essas brigas eram pessoais?
– Sou policial e o que eu mais odeio é ver bandido solto. Eu não tenho nada pessoal contra ninguém, mas não posso me calar diante das inúmeras falcatruas e corrupções que foram praticadas por esta gangue que se disseminou pelo Estado. O parlamento nos permitia a expor a verdade, através da imunidade parlamentar. Contudo, mesmo assim, fui processado 27 vezes por Marconi Perillo, que até conseguia algum êxito no judiciário goiano, mas em esfera federal, sempre logramos vitória. Ademais, a Polícia Federal e a Justiça Federal demonstraram que estávamos certos em nossas denúncias. Por fim, os goianos jogaram a pá de cal nesta corja. A era de corrupção do PSDB em Goiás chegou ao fim, o reflexo pode ser visto na inexpressiva votação eu tiveram, seja para o executivo, seja no legislativo.
Esse combate à corrupção também lhe rendeu votos?
– Claro, os brasileiros não aceitam mais a impunidade e a perpetuação do poder. O reflexo foi o clamor para que integrantes da segurança pública ingressassem na política. As urnas demonstraram isso, tanto que os militares elegeram dois senadores, 21 deputados federais e 50 deputados estaduais. Se somarmos os companheiros das outras instituições de segurança pública esse número triplica. Esta é a amostra de que estamos no caminho certo para arrebentar com a corrupção e findar as oligarquias políticas, que por anos dilapidaram as riquezas brasileiras. A maior prova será a eleição do militar Jair Bolsonaro à presidência da República.
Em âmbito nacional o senhor também sempre esteve próximo de Bolsonaro, inclusive o apoiando mesmo sendo de partidos diferentes. Por que?
– Todos sabem que tenho posição e ideal. Jair Bolsonaro representa o anseio do povo brasileiro por mudanças. Por isso desde o início fiz questão de divulgar seu nome, criando matérias de campanha com nossos nomes juntos, mesmo antes de seu nome se sobressair perante os brasileiros. Não dava para criar expectativa no grupo de Alckmin, cujo um dos líderes é Marconi, que foi preso recentemente. Do outro estava o PT, que também tem seus principais líderes presos. Bolsonaro vem para atender a demanda de nossa gente por um país mais ético e com oportunidades. Depositamos nossa confiança em seu nome e acreditamos que será fundamental para o crescimento do Brasil.
Mas o senhor não vê radicalismo em Bolsonaro?
– Se combater os corruptos for ser radical eu também sou. Chega de passar a mão na cabeça de malandro, seja os bandidos de ruas, seja os picaretas de colarinho branco. O nome de Bolsonaro incomoda os bandidos, pois sabem que agora não terão sossego. Eu sou policial militar e a vida toda tentaram denegrir nossos irmãos de farda perante a sociedade, mas o cidadão de bem reconhece nossos valores e sabe de nossas atuações em prol da sociedade. Sempre digo, quem não gosta de polícia, bom sujeito não é. Tentam difamar o Bolsonaro o chamando de fascista, mesmo sem ter ideia do que se trata. Fala que não haverá liberdade de expressão, que haverá perseguições e volta da ditadura. Isso tudo é desespero. Volto a reafirmar, quem deve temer Bolsonaro são os bandidos, esses não terão sossego. No mais, o Brasil terá um grande presidente, que entrará para a história como um dos melhores do país.
Eu não tenho nada pessoal contra ninguém, mas não posso me calar diante das inúmeras falcatruas e corrupções que foram praticadas por esta gangue que se disseminou pelo Estado” Jair Bolsonaro representa o anseio do povo brasileiro por mudanças. Por isso desde o início fiz questão de divulgar seu nome, criando matérias de campanha com nossos nomes juntos, mesmo antes de seu nome se sobressair perante os brasileiros”]]>