Politica

Fátima Mrué detalha trabalho à frente da Saúde na Capital

Diário da Manhã

Publicado em 19 de novembro de 2017 às 03:21 | Atualizado há 7 anos

 

A Comissão Especial de Inqué­rito (CEI) da Saúde ouviu, sexta­-feira (17), a secretária Municipal de Saúde, Fátima Mrué. Os verea­dores fizeram uma série de ques­tionamentos e ouviram as expli­cações da titular da pasta sobre falta de medicamentos, de médi­cos em plantões, de repasses nos pagamentos de prestadores de ser­viços do SUS, entro outros temas.

Cristina Lopes (PSDB) quis sa­ber sobre o fechamento temporá­rio do Cais Jardim América e como o Novo Horizonte está lidando com o aumento dos atendimen­tos de emergência. Também per­guntou sobre as dívidas da SMS e o recebimento de fundos no Mi­nistério da Saúde (MS) que não estão sendo repassados.

Fátima Mrué respondeu que os atendimentos da saúde básica que eram feitos no Cais J. América fo­ram transferidos para a unidade do Pedro Ludovico e que somen­te a emergência foi para o Novo Horizonte. Ela contou que exis­te dívida da pasta desde o ano de 2014, mas que serão pagas e que a de 2017 ainda está sendo audi­tada e, portanto não saberia in­formar o valor. Disse que há um protocolo das secretarias Estadual e Municipal no MS e que a verba estadual para a média e alta com­plexidade é subtraída da que é en­viada para o Município.

UTIS

Elias Vaz (PSB), relator da CEI, inquiriu sobre a falta de medica­mentos nas unidades e pediu que fossem descritas quais unidades estão sem os remédios, ao que a secretária afirmou não poder tra­zer os dados por problemas no sis­tema de informática que “é frágil e que está sendo substituído por ou­tro software de gestão mais eficaz nas mais de 100 unidades”.

Vaz questionou o fato de a SMS pagar curso de Mestrado para duas servidoras da pasta no valor de R$ 108 mil apesar da Prefeitura rela­tar que existe uma crise financei­ra. Mrué defendeu que todo servi­dor tem direito ao Mestrado e que “o processo das servidoras passou por todos os trâmites legais tendo pareceres da Procuradoria do Mu­nicípio e da Controladoria Geral”.

O relator também pediu expli­cações sobre denúncias de que os prestadores de serviços de UTI es­tarem escolhendo pacientes que “dão mais lucro tendo enfermida­des menos graves”. A secretária in­formou que determinou equipe de auditoria para visitar as UTIs dia­riamente em dois momentos para fiscalizar a ocupação dos leitos des­tinados a pacientes do SUS.

DIABÉTICOS

Jorge Kajuru (PRP) perguntou sobre o fornecimento de insulinas e insumos para pacientes diabé­ticos em Goiânia, que ‘inclusive estão morrendo por causa da fal­ta de bombas de insulina” porque a SMS não estaria mais fornecen­do tal equipamento. Fátima Mrué respondeu que ´”não há falta de insulina para os pacientes cadas­trados e que a medicação pode ser administrada não só pela bomba mas por canetas e que a secretaria precisou restringir o fornecimento das bombas para crianças e ado­lescentes, além do que foi aberta licitação para troca da empresa que fornece esse material.

O vereador do PRP mostrou que a verba gasta com o mestrado de apenas duas servidoras daria para pagar 22 cirurgias diabéticas fei­tas pelo cirurgião Áureo Ludovi­co, que custaria para o Município R$ 5 mil, já que conta com recur­sos estaduais também. A secretá­ria relatou que o Hospital Geral de Goiânia (HGG) é que foi credencia­do pela Prefeitura para realizar tais cirurgias e que o procedimento que o médico Áureo realiza não consta na lista de cirurgias que o SUS au­toriza e que há um problema jurí­dico para justificar esse pagamento.

RECURSOS FEDERAIS

Clécio Alves (PMDB), que presi­de a CEI da Saúde, quis saber sobre osrepassesqueoFundoNacionalde Saúde (FNS) faz mensalmente para o Município, na ordem de cerca de R$ 50 milhões para pagar os presta­dores de serviços do SUS – hospitais, médicos, laboratórios etc – e que es­tãosemreceber. “Odinheiroestásen­do usado indevidamente porque de­veria estar pagando os fornecedores por vários meses”, acusou.

Fátima Mrué se defendeu ale­gando que não há em toda a pas­ta, durante sua gestão, uso indevido de dinheiro público e que todos os recursos que entram são usados de forma legal e correta. O que ocor­re, segundo ela, é que as contas a pagar são mais altas que os recur­sos vindos para a secretaria. Mes­mo assim garantiu que na sema­na que vem serão pagos todos os processos já auditados pelo setor financeiro da pasta.

SAÚDE BÁSICA

Vinícius Cirqueira (Pros) desta­cou a falta de funcionamento das motolâncias do Samu. A secretária informou que esses veículos não es­tão em condições técnicas para cir­cular. Sobre a falta de atendimento ao programa “Saúde da Família” ela explicou que a cobertura no muni­cípio é considerada baixa, pois há apenas 50 % de médicos atenden­do a esse programa, mas que o pla­nejamento da SMS para 2018 prevê elevar esse índice para 70%. Fátima emendou que o programa “Mais Médicos” que estava interrompido foi requalificado e em breve Goiâ­nia poderá realizar a contratação de profissionais por este programa.

Anderson Salles (PSDC) levantou questões relativas ao trabalho de en­fermeiros que têm cargos de direção nos CAIs e que por isso cumprem 40 horas/semanais, mas mantém vínculo de igual período no Distri­to Federal, ao que a secretária in­formou ser ilegal e não ter conheci­mento. Salles também relatou que em visitas às unidades verificou que 13 dos 20 plantões em um Cais não havia sequer um médico para aten­der aos doentes. Fátima discordou do vereador ao asseverar que pelo menos um médico está de plantão nas unidades de 24 horas e que esta é a orientação da SMS.

MODELO DE SAÚDE

A secretária Fátima Mrué fez um relato dos dez meses de sua gestão, os quais resumiu como “muito tra­balhosos e cheio de surpresas”, pois não conhecia as várias relações a que foi submetida. Confirmou que atua como médica na área da saúde pública há muitos anos, po­rém como gestora é a primeira vez. Mrué contou que estes dez meses foram de diagnóstico e de atendi­mento a situações emergenciais, mas que ao final dos quatro anos pretende entregar a pasta de forma a ser “modelo de saúde na região”.

A secretária relatou que reali­zou mais de 60 reformas, sendo uma delas a UPA Novo Horizon­te que há quatro anos havia sido iniciada, além dos Cais Redenção e Urias Magalhães. Também o PSF Recanto Minas Gerais e conseguiu recursos para transformar o Cais Jardim América em UPA. Viabili­zou o retorno do programa Mais Médicos e a requalificação do pro­grama ‘Saúde da Família’.

 

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