Horário eleitoral no rádio e TV parou no tempo
Diário da Manhã
Publicado em 4 de setembro de 2018 às 02:24 | Atualizado há 6 anosO horário político ou horário eleitoral gratuito é um espaço reservado por lei, dentro das programações de televisão e rádio, para propaganda eleitoral dos candidatos concorrentes, a fim de cada um apresentar seu projeto de governo.
No Brasil, durante o período eleitoral, o horário eleitoral gratuito é exibido simultaneamente em todas emissoras de TV aberta e de Rádio AM e FM do País. Ele foi instituído pela lei Nº 4.737, d e 15 de julho de 1965, que criou o Código Eleitoral Brasileiro. Atualmente, o horário eleitoral é regulamentado pela Lei nº 9.504/97 com alterações baseadas na Lei nº 13.165/2015. Também o Código Eleitoral teve alterações determinadas pela Lei 13.488/17.
Mas nenhuma das alterações acima citadas foram capazes de trazer alguma novidade no horário eleitoral, que teve início na última sexta-feira, dia 31/08.
A propaganda eleitoral será exibida em emissoras de televisão e de rádio até o dia 04/10.
Ao todo, serão 35 dias de exibição até o final do primeiro turno das eleições. Os blocos são de 25 minutos diariamente, além das inserções durante a programação das emissoras.
Na TV, o primeiro bloco começa às 13h e o segundo às 20h30. No rádio, um bloco às 7h e outro às 12h.
O horário é gratuito para os partidos, mas a legislação em vigor prevê a restituição dos horários disponibilizados pela União, que ressarcirá às emissoras de televisão através da compensação fiscal, ou seja, elas deixam de pagar impostos para compensar o horário cedido.
A novidade é que não há novidade alguma, e o horário eleitoral segue o mesmo formato de quando foi criado, há 53 anos.
Ninguém aguenta mais a mesma ladainha, que consiste, na maioria dos casos, em o candidato mostrar sua fotografia, dizer o seu nome e o seu número.
A variação reside no fato de que quem detém o controle dos partidos, detém um tempinho maior. A verdade é que o horário eleitoral beira uma súplica vergonhosa dos candidatos.
Na ânsia da popularidade, alguns horários eleitorais se tornaram tempo de vexame, onde José virou Zé, o que não combina com postura eloquente dos postulantes ao poder, e não convence.
Talvez um ou outro candidato tenha acertado o tom nas propagandas eleitorais, quando no apelo emocional, consegue acelerar o coração do eleitor. Mas de um modo geral, os programas estão saturados e falta criatividade.
Na época da ditadura, por causa da censura, apareciam apenas a fotografia do candidato, o seu nome e o número. Hoje, devido à ditadura dos partidos, o formato continua o mesmo: aparece a fotografia, o nome e o número do concorrente eleitoral.
Resta à população apelar para os CD’s ou pen drive’s de suas bandas preferidas, porque essa ladainha datada de mais de meio século, ninguém merece.
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