“O povo goiano está na oposição”
Diário da Manhã
Publicado em 22 de maio de 2018 às 02:21 | Atualizado há 7 anosColaborador constante do Diário da Manhã, o escritor, advogado e ex-desembargador Liberato Póvoa comentou a pesquisa DM/ Grupom, publicada na última segunda-feira. “Pela primeira vez uma pesquisa realmente séria mostra, de forma inquestionável, a esmagadora proeminência do Ronaldo Caiado na corrida eleitoral, demonstra a tendência do eleitorado no sentido de mudar o que aí está”, afirma Liberato.
Ele, que é candidato a deputado federal pelo PSL, diz que tem “andado em todo lugar e, nas periferias, e o nome de Caiado é exaltado pela população em razão de três fatores: “1, independência política dele, não tendo compromissos com esquemas sinistros nem com grupos de pressão; 2, a coragem dele de se pronunciar sobre qualquer assunto, com franqueza e conhecimento de causa; e, 3, o passado limpo, sem envolvimento em escândalos”.
“Quando falo que pretendo ser candidato e me preguntam em que chapa, se digo que é na de Caiado, já ganho o voto de quem nem me conhece”, diz Libertato. “Todas as teses que o Caiado defende são as que eu defendo”, afirma.
Liberato acredita que Caiado pode até vencer no primeiro turno, mas, se houver um segundo, provavelmente a disputa será contra Daniel Vilela. Na sua avaliação, o candidato do PSDB, o atual governador José Eliton, não tem a mínima condição de virar o jogo. O fundamento de sua análise é que “o povo está na oposição”.
Eis como ele desenvolve o raciocínio: “Se somarmos os índices de Caiado, os de Daniel, os de Kátia, além dos índices de brancos e nulos, que são formas de oposicionismo – pois governistas não anulam votos, nem votam em branco –, temos algo em torno de 75%. Ademais, as pesquisas mostram uma grande reprovação do governo de Marconi e de José Eliton. Não há dúvida de que Goiás está na oposição, e isto levará José Eliton à derrota, e pode levar até Marconi Perillo também à derrota”, afirma.
Liberato comentou ainda a última declaração de José Eliton ao Diário da Manhã, segundo a qual está voltado inteiramente para a gestão. Disse o governador-candidato: “Não estou atento à questão política. O meu foco, o meu compromisso, agora, é com o governo de Goiás, é buscar atender às demandas da população”.
“O fato dele não querer se envolver em política mostra que ele não é político”, afirma Liberato. Essa estratégia de querer ser político sem ser político, de fazer um corte radical entre política e gestão, pode até soar bem aos ouvidos de uma parcela do eleitorado que perdeu as esperanças na democracia. “Mas isso é relativo”, diz Liberato. “As pessoas querem um líder, um governante capaz de tomar decisões políticas, e que não seja um mero gerente”, diz.
Liberato lembra que o estilo “bom gestor”, governante com “perfil técnico”, e coisas do gênero já não impressionam. Todos os que apostam nisso, observa, estão ficando para trás. “Veja que, em Goiás, nem Daniel nem Caiado jamais exerceram cargos executivos, nunca foram administradores, mas estão na frente de um candidato que é, sem dúvida, um bom administrador, até já deu provas disso, mas que não tem traquejo político, nunca disputou uma eleição”.
Segundo Liberato, “Caiado lidera, não é liderado. E Daniel, apesar de tudo, tenta se admirar como liderança, não aceitando tutela nem seu pai nem de Iris. Agora, o dr. José Eliton, com todo o respeito, passa a impressão de que é um mero executor das ordens de Marconi, e que o governo dele, caso se eleja, seria continuidade de Marconi, marconismo sem Marconi”, avalia. “E o que as pesquisas demonstram é que o povo quer encerrar o marconismo. Como diz o próprio Vilmar Rocha, velho marconista, o ciclo de Tempo Novo esgotou-se”, conclui Liberato.
Quando falo que pretendo ser candidato e me preguntam em que chapa, se digo que é na de Caiado, já ganho o voto de quem nem me conhece, todas as teses que o Caiado defende são as que eu defendo”]]>