Tenho vida limpa. Nunca pedi ajuda a empresário. Sempre fiz campanha franciscana
Hélio Lemes da Silva Filho
Publicado em 13 de abril de 2017 às 03:15 | Atualizado há 8 anosO ex-governador e ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB) afirmou, ontem, que nunca pediu ajuda financeira de empresários, “muito menos da Odebrecht” para as campanhas eleitorais. “Já perdi eleições exatamente por não procurar empresários para buscar doações de dinheiro às campanhas”.
Em entrevista ao Diário da Manhã, Maguito disse que não passa de “conversa fiada” qualquer delação que tenha ocorrendo, na Operação Lava Jato, em que seu nome é citado. “Eles não são capazes de provar que conversaram comigo”, que nega ter recebido repasses financeiros à sua campanha à reeleição, em 2012, para a prefeitura de Aparecida de Goiânia.
O ex-prefeito ressaltou estar “tranquilo” e que espera o arquivamento do pedido, por falta de “fundamentação”. Para ele, falta “credibilidade” a quem utiliza, “indevidamente” o seu nome em depoimentos à Justiça Federal. “Estou com a consciência tranquila de que sempre agi, na prefeitura de Aparecida de Goiânia, em defesa dos interesses da população”.
Maguito Vilela disse que avoca o testemunho do empresariado goiano a fazer a sua defesa, no sentido de que nunca pediu contribuição financeira para as campanhas eleitorais. “O empresário goiano sabe que sempre agi com correção, nunca fui atrás de dinheiro para campanhas. Agora, vem um empresário de São Paulo usar meu nome?”
O peemedebista sustentou que, ao longo de sua trajetória política, desde a primeira campanha para vereador, em Jataí, na década de 70, fez campanhas “franciscanas”. E acrescentou: “Tenho uma vida pública limpa, honrada. Todas as doações de campanha estão registradas na Justiça Eleitoral, dentro do que estabelece a legislação”.
Maguito Vilela frisou que se alguém procurou executivos da Odebrecht, usando o seu nome, o fez indevidamente. “Eu não autorizei ninguém a buscar recursos financeiros para campanhas eleitorais em meu nome. Não é prática minha agir desta forma. A minha trajetória política, vitoriosa, prova isso”.
O peemedebista ressaltou que, ao assinar a subdelegação solicitada pela Saneago e pela empresa Odebrecht, juntamente com os prefeitos de Trindade, Rio Verde e Jataí, para a realização de serviços de água e esgoto, o fez pelo “bem” de Aparecida de Goiânia. “Se não o fizesse, estaria agindo contra o desenvolvimento de Aparecida de Goiânia.
Maguito Vilela lembrou que, por oito anos, esteve à frente da prefeitura de Aparecida de Goiânia, “aplicando bilhões de reais do erário”, sempre com “critério, economicidade e respeito ao dinheiro público”. Para ele, é um “desrespeito” ao seu curriculum político levantar qualquer questionamento sobre prática “ilegal” em relação à captação de recursos financeiros para campanhas eleitorais.
O ministro do STF, Edson Fachin determinou a abertura de inquérito contra o ex-prefeito Maguito Vilela, seu filho, deputado federal Daniel Vilela, além de outros políticos nacionais. Os peemedebistas goianos são acusados de terem recebido R$ 1 milhão e R$ 500 mil, respectivamente, via caixa 2, para as campanhas eleitorais de 2014 e 2012, em troca de “supostos favorecimentos” na prefeitura de Aparecida de Goiânia.
Prestação de contas estão regularizadas
Nova divulgada pela assessoria de imprensa diz que as campanhas de Maguito Vilela, em 2012, e de Daniel Vilela, em 2014, foram feitas “inteiramente com recursos contabilizados” conforme determina o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e aprovadas pela Justiça Eleitoral. “As prestações de contas estão disponíveis no site do TSE.”
Maguito e Daniel afirmam que nunca estiveram “com os delatores, nunca falaram com eles e sequer os conhecem.” Ambos refutam qualquer acusação, informam ainda que não foram notificados das investigações do Supremo Tribunal Federal e que estão “tranquilos e convictos” de que a ação será arquivada porque “não tem qualquer lastro na realidade.”
Gestão hesitosa
Maguito Vilela deixou a prefeitura de Aparecida de Goiânia, em 31 de dezembro de 2016, com 76% de aprovação popular e garantiu a eleição de seu sucessor, Gusavo Mendanha (PMDB), que venceu no primeiro turno, com 59,9% dos votos válidos.
Ao chegar a Aparecida de Goiânia, em 2008, como ex-governador e ex-senador, Maguito Vilela conseguiu, após dois mandatos de prefeito, superar o estigma de “cidade-dormitório”, se tornando atrativa para a indústria, comércio e serviços, se tornando forte geradora de empregos e renda.
São os números que confirmam: segundo a Federação das Indústrias do Estado de Goiás, Aparecida de Goiânia concentra 10% do total de indústrias em Goiás e, de acordo com a Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho e Emprego de 2014, o município passou a concentrar 2.218 indústrias. São quase 31 mil empregos diretos, principalmente indústrias leves, que abarcam segmentos como alimentação, bebidas, químicos, têxtil e acessórios, madeira e mobiliário, além da metalurgia.
Maguito Vilela realizou uma administração considerada pujante para Aparecida de Goiânia, com pavimentação de 110 bairros, construção de três unidade de pronto atendimento (UPAs), 20 CMEIs, 30 UBESs, 4 parques, 5 escolas, 34 quadras poloesportivas, 35 academias populares abertas, 3 eixos estruturantes de vias públicas, além de pagamento em dia do funcionalismo. Na área do conhecimento, atraiu unidades e cursos SENAI, UFG e a UFG, proporcionando maior oportunidade para os estudantes da cidade.
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