Estudo da Fiocruz identifica pernilongo como potencial transmissor do vírus Zika
Diário da Manhã
Publicado em 25 de julho de 2016 às 02:13 | Atualizado há 8 anosA Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) verificou, por meio de um estudo inédito, a presença do vírus Zika em mosquitos Culex quinquefasciatus, mais conhecido por pernilongo doméstico ou muriçoca. De acordo com a literatura científica, essa hipótese não havia sido comprovada até o momento.
Os resultados ainda são preliminares, mas confirmaram a espécie como potencial vetor do vírus. O estudo foi realizado em insetos coletados na cidade de Recife, Pernambuco, onde a população do pernilongo é, em média, vinte vezes maior do que a do Aedes aegypti.
Aproximadamente 500 mosquitos passaram por exames para pesquisa. Entre 80 grupos de mosquitos, em três deles foram identificados a presença de infecção pelo vírus Zika.
Na fase de laboratório, a pesquisa investigou a competência vetorial das duas espécies Culex quinquefasciatus e Aedes aegypti. Os insetos receberam duas infecções com concentrações diferentes por meio de uma alimentação com sangue e o vírus.
“A menor (concentração) simula a condição de viremia de um paciente real. Em seguida, os mosquitos foram coletados em diferentes momentos: no tempo zero (logo após a infecção), três dias, sete dias, 11 e 15 dias após a infecção pelo vírus”, explica coordenadora da pesquisa, Constância Ayres.
Segundo a coordenadora, após o terceiro dia de alimentação já foi possível constatar a presença do vírus nas glândulas salivares nas duas espécie pesquisadas. Depois do sétimo dia, a infecção alcançou seu pico.
A partir de agora, outros estudos serão necessários para avaliar a participação do pernilongo na disseminação do vírus Zika. Apesar da relevância dos resultados dessa pesquisa, as políticas de controle da epidemia terão as mesmas diretrizes até que tenha resultados de novas evidências.
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