Genes das bactérias intestinais
Descubra como cientistas estão revolucionando a edição genética no microbioma intestinal, com uma nova ferramenta que modifica bactérias sem efeitos colaterais nocivos.
Patrick de Noronha
Publicado em 10 de julho de 2024 às 23:07 | Atualizado há 6 mesesOs cientistas desenvolveram uma ferramenta revolucionária de edição de genes capaz de modificar as populações bacterianas no microbioma intestinal de camundongos vivos. Esta ferramenta conseguiu alterar um gene alvo em mais de 90% das bactérias Escherichia coli sem efeitos colaterais nocivos.
Para superar os desafios da edição genética no ambiente complexo do intestino, os pesquisadores conceberam um vetor de entrega utilizando componentes de bacteriófagos. Este vetor visa vários receptores de E. coli expressos no intestino, transportando um editor de bases que modifica genes específicos de E. coli. Este método permitiu mudar uma base A para G no gene que produz β-lactamases, enzimas responsáveis pela resistência aos antibióticos.
A ferramenta de edição de bases representa um avanço significativo para modificar as bactérias diretamente no intestino. Ela abre a possibilidade de editar os micróbios para combater doenças enquanto impede a propagação do DNA modificado. Os pesquisadores também adaptaram o editor de bases para modificar um gene de E. coli que produz uma proteína envolvida em várias doenças neurodegenerativas e autoimunes.
Esta tecnologia de edição genética poderia ser adaptada para funcionar em humanos, oferecendo um potencial para modificar as bactérias associadas às doenças. As próximas etapas incluem o desenvolvimento de modelos de camundongos com doenças relacionadas ao microbioma para medir o impacto das modificações genéticas específicas na sua saúde.
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