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Mistério da Atari intriga gamers: o que seria, afinal, o Ataribox?

Welliton Carlos da Silva

Publicado em 25 de setembro de 2017 às 14:10 | Atualizado há 1 semana

Continua o mistério: a Atari ainda não divulgou até agora quais são os planos para o produto Ataribox apresentado em julho em um misterioso hotsite. O silêncio tem provocado inquietação nos seguidores da “marca” que foi laboratório da Apple – antes da revolução no universo de computadores e smartphones, Steve Jobs criou games para a Atari.

Considerada uma das principais empresas de desenvolvimento de consoles de videogames da década de 1970 e 1980, a Atari foi superada pelos games de terceira e quarta geração e desde então tenta se recolocar no mercado dominado pela Sony (Playstation 4), Nintendo (Wii U e Switch) e Microsoft (Xbox One).

Atari ainda existe oficialmente como um fantasma de consoles, caminho diferente do adotado pela Sega, que desde o lançamento do Dreamcast optou em sair do mercado e se concentrar na programação e game design.

Agora, a empresa californiana trabalha em um projeto secreto que tudo leva a crer possa recolocá-la em um mercado que dominou na nascente indústria de consoles e arcades durante o início da década de 1970.

Para os fãs da Atari, a questão é saber se a empresa pretende se inserir no atual segmento de games realistas e em 3D, o que a empresa jamais ousou figurar, ou pretende viver das glórias do passado, quando reinou com consoles 4k.

O comunicado da Atari diz que poderão ser criados novos jogos – a primeira incógnita. A empresa surgiu no mercado com jogos como “Space Invaders”, “Pitfall”, “Enduro”, “Pacman” e entrou em decadência na era de “ET” – os jogos chegaram a ser enterrados em um aterro sanitário.

Os games da época da Atari são evoluções dos jogos Pong, com o detalhe de que foram desenvolvidos em sua maioria na linguagem Basic que permitia mais elementos animados ao mesmo tempo e uma jogabilidade mais complexa do que os vovôs Magnavox Odyssey (1972) e Telejogo (lançado no Brasil em 1976).

Um dos motivos para a decadência da empresa está na acirrada disputa com os consoles que surgiram na época, caso do Intellevision (Mattel), o Magnavox Odyssey 2 e os genéricos que surgiram em cada país – no Brasil, a CCE e a Dactari arrancaram fatias de mercado da empresa americana.  

A Atari entrou em derrocada com a grande crise do videogame, que ocorreu em 1983 e que abriu espaços para o surgimento de novas tecnologias e o primeiro reinado da Nintendo.  Seu último console de sucesso (Jaguar) encalhou e tornou-se peça rara e de colecionadores dos vintage games.

EMAILS

A grande questão é interpretar os e-mails que a empresa tem enviado aos fãs e adeptos que se cadastraram no site do novo projeto. O Ataribox tem um design envolvente, mais uniforme, com referências ao tradicional 2600, como a simulação de madeira (usada na primeira geração) e abertura para cartões de memória.

Especula-se que o projeto chegue esvaziado, apenas com títulos antigos e sem qualquer possibilidade de competir no atual mercado de games que já está em sua nona geração (Nintendo  Switch).

O email que chegou tem efeito contrário ao conteúdo: “Não estamos provocando vocês intencionalmente. Queremos fazer isso direito. Então optamos por compartilhar as novidades aos poucos, conforme vamos trazendo o Ataribox à vida”.

Conforme a empresa, duas versões do Ataribox já estão fechadas:  a que simula o detalhe em madeira (referência explícita ao caráter vintage dos games da primeira e segunda geração) e uma outra “caixa” em vermelho.

A ideia é que o console tenha entrada para cartão SD e cabo HDMI, além de quatro portas de USB.

“Nosso objetivo é criar algo novo, que permaneça fiel ao nosso legado e tenha ao mesmo tempo apelo tanto para fãs antigos do Atari quanto para os novos.”

O site não traz nenhuma outra informação e mais e parece em um banco de dados, que deseja apenas recolher o cadastro dos visitantes. O que mais intriga é o conjunto de imagens que circula na internet.  O console chega bonito, compacto e de aspecto moderno.

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